A CPI que investiga irregularidades cometidas no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) apresentou o relatório final nesta quinta-feira (25), pedindo o indiciamento de 28 pessoas por crimes de sonegação fiscal e corrupção ativa. Entre elas estão Juliano Nardes, sobrinho do ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Augusto Nardes, por suspeita de recebimento de recursos de propina pagos por empresas investigadas no esquema; o advogado Mauro Marcondes Machado, acusado de comprar medidas provisórias para beneficiar o setor automotivo; e Paulo Ferraz, ex-presidente da Mitsubishi no Brasil.
Além dos pedidos de indiciamentos, o relatório apresenta sugestões de mudanças na legislação para impedir que ocorram novos casos de corrupção envolvendo o órgão. O presidente da CPI, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), avalia que os prejuízos aos cofres públicos cheguem a mais de R$ 30 bilhões nos últimos anos.
Indiciamentos
De acordo com a relatora, os pedidos de indiciamento incluem pessoas já investigadas pela Polícia Federal por meio da Operação Zelotes. Para a senadora Vanessa um dos casos mais graves é o da Mitsubishi. A empresa teria sido favorecida em julgamento que reduziu a dívida com o Fisco, de R$ 266 milhões para R$ 960 mil.
No relatório, a senadora afirma que a Mitsubishi Motors Corporation (MMC) teria sido favorecida pelas empresas de consultoria e advocacia contratadas comumente pelos devedores. “Esses escritórios são compostos, em regra, por conselheiros do Carf ou por lobistas com forte influência dentro do Conselho”, aponta a relatora no documento.
Após a leitura, foi concedida vista coletiva e, na próxima quinta-feira (3) será colocado em votação. A relatora já sinalizou que fará modificações no texto final.
Nenhum comentário:
Postar um comentário