sábado, 31 de agosto de 2013

Os Estados Unidos rejeitam lorotas procastinatórias da Síria.

A Casa Branca parecia ontem levar adiante as preparações para atacar a Síria, após desconsiderar o pedido de Damasco de que se aguarde até o final das inspeções da ONU, como apenas uma tática de protelar o ataque militar.
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Em Damasco, Síria, ativistas acusam o governo de ter perpetrado ataque maciço com  armas químicas, que matou mais de mil e cem pessoas nos subúrbios da cidade.

O Presidente Obama disse que “há necessidade que o regime sírio sofra consequências internacionais” pelo ataque com armas químicas contra o seu próprio povo em 21 de agosto último e que está mais do que provado que isso aconteceu por ordem do governo sírio. Acrescentou que “os EUA não têm qualquer interesse em desencadear um conflito bélico aberto com a Síria”, mas completou suas declarações à PBS NewsHour, alegando que “temos que nos assegurar de que quando países passam por cima das normas internacionais e, por exemplo, cometem genocídio com o uso de armas químicas, têm que ser contidos de forma exemplar”. Todavia, esclareceu que ainda não ordenou nenhum ataque ao regime da Bashar al Assad.
Um encontro a portas fechadas com cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU levou seus representantes a considerar a resolução rascunhada pela Grã Bretanha para o uso da força militar para que se evite qualquer uso subsequente de armas químicas na Síria e que vem sendo adiado pela oposição da Rússia e da China.

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21 de agosto de 2013 – Imagem, recebida da Comissão Local de Arbeen, mostra sírios a receber tratamento imediato após alegado ataque por arma química no subúrbio de Arbeen de Damasco.

Por sua vez, as autoridades estadunidenses deixaram claro que consideram tais iniciativas irrelevantes para a decisão de Obama em adotar uma ação militar contra o regime sírio e, muito embora não tenham dado qualquer indicação sobre quando tal ataque militar americano poderia ocorrer, disseram que esperam que os inspetores da ONU saiam da Síria no sábado. Uma vice-porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, disse que “a Casa Branca não vê nenhuma saída pela via das Nações Unidas em função da oposição continuada da Rússia à ação militar na Síria e que, portanto, os EUA continuarão com suas consultas e tomarão as ações que julgarem apropriadas nos dias que se seguirão. Qualquer que sejam essas ações, que Rússia e China façam o que acharem melhor”.
Tal desconsideração dos EUA parece colocar a Casa Branca e seus aliados em desacordo com a liderança da ONU. O Secretário Geral Ban Ki -Mon, sem definir um prazo ou atender ao pedido da Síria para um prolongamento do tempo de investigação dos seus inspetores, disse que "é  essencial a apuração dos fatos" e que a equipe da ONU "precisa de tempo para fazer seu trabalho".
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Ativistas acusam o regime de Bashar al-Assad de lançar um amplo ataque químico, que dizem ter matado uma multidão pessoas que aparecem cadáveres na foto acima. As agências de notícias estatais afirmam que o uso de armas químicas é uma “afirmação completamente infundada”.

Já o enviado especial da ONU à Síria, Lakhdar Brahimi, disse que a lei internacional exige uma decisão do Conselho de Segurança antes que qualquer ação militar seja posta em prática. “Sei que o Presidente Obama e o governo estadunidense não são conhecidos como agressores gratuitos, mas o que eles decidirão eu não sei”.
Algumas autoridades do governo americano, falando sob a condição de anonimidade, disseram que qualquer ataque das forças americanas no Mediterrâneo teria uma amplitude limitada e cirúrgica em sua extensão e duração, de modo a destruir apenas instalações militares sírias e poupar ao máximo a vida de civis. A força tarefa aeronaval americana está posicionada ao largo do litoral sírio e o Secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, já disse que tudo está pronto para começar, dependendo apenas de Obama dar a ordem de atacar.
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21 de agosto de 2013 – Um homem segura em prantos o corpo de uma menina que os ativistas disseram ter sido morta por gás venenoso na área de al-Ghouta nos subúrbios a leste de Damasco. (Foto Reuters)

Rússia e Irã, principais apoiadores da dinastia alauíta síria de Bashar al-Assad há já dois anos, têm advertido sobre o que consideram como “consequências catastróficas” da intervenção militar. A França, que detém o quinto assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, disse que Assad deve ser “punido” pelo genocídio com armas químicas.
A posição de Obama também tem sido fortemente apoiada pelo Primeiro Ministro britânico David Cameron quanto à necessidade de punir o regime ditatorial sírio pela morte de centenas de pessoas. Ambos os países têm sido consultados intensamente pela administração Obama e, de tais consultas surgiu uma resolução britânica que, aparentemente foi proposta com baixa expectativa da Rússia — que vetou as medidas e questionando as alegações para o ataque à Síria ao longo desta semana.
Aparentemente, Cameron também enfrenta problemas em casa na medida em que a oposição cresce à participação da Grã Bretanha ao ataque liderado pelos EUA. Cameron defendeu seu ponto de vista numa sessão parlamentar especialmente convocada para tratar do tema, na quinta feira passada. Sentindo a pressão política, Cameron também tinha na véspera conclamado para uma segunda sessão na terça feira próxima de modo a dar mais um tempo para o debate e a votação final.

O Secretário para Assuntos Externos do Governo, William Hague, disse que reconhece “as profundas preocupações no país em função do que ocorreu no Iraque”, quando o governo britânico anterior, debaixo de forte oposição política e pública, apoiou uma invasão estadunidense com base no que acabou sendo falsas evidências da existência de armas de destruição em massa em poder de Saddam Hussein. “Temos que estar convictos de que estamos determinados a agir contra comprovados crimes de guerra” por uso de armas químicas “numa base consensual”, disse Hague.

Obama tem um compromisso na terça feira de viajar para a Suécia, onde passará um dia antes de ir para a Rússia participar de um encontro dos países do G-20, que poderá se tornar na última porta a ser fechada capaz de impedir um ataque imediato das forças americanas ao regime de Assad.
A Casa Branca espera, também, poder divulgar na terça feira um relatório não secreto da inteligência americana capaz de eliminar qualquer dúvida a respeito da “inegável” responsabilidade de Bashar al Assad pelo ataque químico nos arredores suburbanos de Damasco.
Os investigadores da ONU, encarregados de apenas determinar se armas químicas foram realmente usadas, não terão acesso a queixas de ambos os lados em conflito. “Ninguém, ou quase ninguém, tem dúvidas de que armas químicas foram usadas contra a população e em larga escala na Síria” e a oposição não tem a capacidade de admitir tais ataques, disse Obama. “O ataque, caso haja, não resolve todos os problemas dentro da Síria", disse ele. Acrescentou que Assad precisa entender que “por matar civis e colocar vizinhos aliados dos EUA, como a Turquia e a Jordânia, em risco não apenas quebrou as normas e padrões internacionais de decência", mas também criou "uma situação em que os interesses nacionais dos Estados Unidos foram prejudicados, e isso precisa parar".
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Corpos de dezenas de crianças mortas dispostas lado a lado em Arbeen, subúrbio de Damasco. Há dúvidas sobre se os investigadores da ONU terão tempo hábil para examiná-los. (Foto: Reuters)

Numa carta a Ban Ki Mom, na última quarta feira, a Síria acusou as forças da oposição de terem atacado suas forças armadas em três ocasiões, este mês, com um veneno "parecido com o que chamamos de gás SARIN", o composto letal que os Estados Unidos e outros dizem que foi usado no ataque em áreas controladas pelos rebeldes a leste de Damasco. A carta solicitava aos fiscais da ONU o adiamento do prazo final para a entrega do seu relatório ao Conselho de Segurança, inicialmente prevista para este fim de semana.
Numa resposta debochada, Harf, do Departamento de Estado, disse: "Acho que esse apelo só teria credibilidade se em um dia ou dois, ou no máximo cinco, o regime sírio tivesse parado de bombardear a área para destruir sistematicamente as provas e encobrir o que haviam feito, e realmente tornar inúteis as investigações da ONU nos locais". "Não quero me arriscar a adivinhar por que estão fazendo o que estão fazendo", disse Harf ao governo sírio. "Mas acho que é claro que os EUA não vão permitir que se escondam por trás de uma investigação da ONU sobre o uso de armas químicas, afim de se safarem da punição merecida".
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Mais crianças mortas em outra área da capital síria, todas por gás venenoso do tipo SARIN, o mesmo composto utilizado no atentado terrorista ao metro de Tóquio em 1995. (Reuters)

Uma equipe de 15 pessoas da ONU chegou a Damasco, em 18 de agosto, inicialmente autorizada pelo governo sírio para passar duas semanas investigando alegações de uso de armas químicas em dois episódios perpetrados pelos rebeldes e um pelo governo. Tais missões foram pegas de surpresa pelo ataque de 21 de agosto, mas somente na segunda-feira é que os especialistas puderam visitar a área afetada. Na quarta feira, eles voltaram para uma segunda visita para coletar amostras e entrevistar testemunhas.
Além da divulgação de informações de inteligência e coordenação com aliados, o calendário dos EUA para uma resposta é influenciada por consultas com o Congresso. Os legisladores têm sido amplamente favoráveis à intervenção, mas fizeram perguntas sobre o momento e a justificativa. Numa carta, ontem, de Obama ao Presidente da Câmara dos Deputados (House), John A. Boehner (Republicano de Ohio) ficaram claras as preocupações de que os numerosos peritos externos têm levantado óbices sobre a avaliação de potenciais cenários de pós-ataque do governo sírio.
O deputado escreveu: "Essas considerações incluem o regime de Assad potencialmente vir a perder o comando e o controle de seu estoque de armas químicas para organizações terroristas – especialmente aquelas ligados à al Qaeda, ganhando maior controle e manutenção de seu território".
A Casa Branca, o Departamento de Defesa, e funcionários do Departamento de Estado pretendem informar os líderes do Congresso e os principais membros da Câmara e das comissões de segurança nacional do Senado, pelo telefone, às 06 horas de quinta feira, conforme um assessor do Senado.
*FRANCISCO VIANNA, com mídia internacional, via Grupo Resistência Democrática.

Para alguns eles estavam errados...

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Hipocrisia.

Caros amigos
Há algum tempo, junto com todos os brasileiros, testemunhei, comovido, as lágrimas e o pesar da Presidente Dilma Rousseff ao referir-se às crianças vitimadas pelo desatino de um desequilibrado mental, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro.
Emocionei-me com seu discurso e seu pranto diante de uma tragédia que ceifara a vida de jovens brasileiros, marcando para sempre, física e emocionalmente, todas as demais vítimas e testemunhas de um ato que teve por motivo apenas chamar a atenção da sociedade para o criminoso e para as suas absurdas convicções.
Acreditando na franqueza e na verdade dos sentimentos da Presidente e reportando-me a seu passado de guerrilha urbana, terrorista, do qual tem orgulho pelas mesmas razões do assassino de Realengo, fiquei a imaginar o quanto teria chorado quando inocentes foram mortos e feridos por culpa e propósito das suas próprias convicções e da forma como escolhera para expressá-las!
A única diferença que pude identificar entre os crimes é que um foi cometido pelo desatino de um desequilibrado mental e os outros por convicções ideológicas de fanáticos de uma utopia.
Na ocasião, ao prantear as pequenas vítimas, a Presidente demonstrou sentimento sincero de pesar, mas ficou a pergunta: Teria ela pranteado a suas próprias vítimas?
Ontem, assisti a outra manifestação de repúdio da Presidente ao referir-se à comparação, feita pelo diplomata Eduardo Saboia, entre instalações da Embaixada do Brasil em La Paz e as de um DOI/CODI do tempo da repressão ao terrorismo.
A comparação, mesmo que infundada, pois o Sr Saboia nunca esteve em um DOI/CODI, o teria motivado a, clandestinamente e sem autorização oficial, trazer para o Brasil um senador boliviano, asilado, há quase quinhentos dias, naquela embaixada.
Desta feita, a manifestação da Presidente não veio, como no caso das crianças, acompanhada de pranto, mas de fúria, pois, segundo ela, a diferença entre uma e outra instalação é semelhante à "distância entre o céu e o inferno"!
Disse-o com a autoridade de quem já esteve em ambos os locais!
Novamente assaltou-me a curiosidade. Teria a Comandanta, nos papéis de guerrilheira urbana, ativista, idealizadora ou partícipe de atos terroristas, feito a mesma comparação, ao colocar-se no lugar de suas vítimas?
Qual seria para ela a distância entre estar, em um determinado momento, transitando na rua, sacando a poupança em um banco ou embarcado em um avião para uma viagem com a família e, no outro, estar morto, ferido, aleijado ou sequestrado, sem saber por que ou por quem?
A expressão de fúria da Presidente ao referir-se a seu tempo de guerrilheira, ou de vítima de sua insensatez, faz ver com clareza a determinação e o ódio que, saídos de sua alma, a motivaram a atentar contra a vida de pessoas inocentes, mesmo conhecendo a "distância entre o céu e o inferno"!
Hoje, sinto-me à vontade para dizer que, ao contrário do que demonstrou pelas pequenas vítimas de Realengo, a Sra Rousseff nunca lamentou, pranteou ou deu importância ao sofrimento de suas próprias vítimas, inocentes ou não, de ontem ou de hoje!
*Por PChagas, via Grupo Resistência Democrática.

Supremo confirma: "Zé Dirceu é culpado" e mantém a pena de prisão.

STF rejeita recursos de José Dirceu, vencidos os 

Ministros Dias Toffoli e Lewandowski que viram desproporcionalidade na aplicação das penas aplicadas a ex-presidente do PT.
Ed Ferreira/AE
"Ministro Marco Aurélio na sessão do Supremo em que foram rejeitados embargos declaratórios de Dirceu"

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitaram, na sessão desta quinta-feira, 29, por oito votos a três, todos os argumentos apresentados no embargo de declaração oposto pelo ex-presidente do PT, José Dirceu, apontado como figura central do esquema do mensalão. Com isso, permaneceu inalterada a pena aplicada a Dirceu, de 10 anos e 10 meses de prisão, além de multa de R$ 676 mil por corrupção ativa e formação de quadrilha.
Votaram pela rejeição dos embargos de Dirceu os ministros Joaquim Barbosa, Luis Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Celso de Mello. Foram votos vencidos os ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski.
Na sessão desta quinta-feira, 29, o ministro Dias Toffoli acolheu os argumentos da defesa de Dirceu, de que haveria duplicidade na dosimetria da pela aplicada ao ex-ministro. O ministro entendeu que foi aplicado o mesmo agravante - o papel de proeminência de Dirceu no esquema do mensalão - tanto na pena para o crime de formação de quadrilha e quanto para corrupção ativa.
"Foi usado, inclusive a mesma expressão 'proeminente atuação'", disse. Toffoli votou pela redução da pena para o delito de formação de quadrilha, dos atuais 2 anos e 11 meses para 2 anos e 5 meses e 22 dias.
O Ministro Ricardo Lewandowski também viu desproporcionalidade na aplicação das penas aplicadas a Dirceu. Ele disse que a Corte "pesou a mão" ao aplicar o agravante ao crime de formação de quadrilha. O ministro levantou a possibilidade de a Corte conceder habeas corpus de ofício para sanar a suposta irregularidade, mas foi voto vencido.
Na tarde desta quinta-feira, 29, o Supremo também acolheu parcialmente os embargos de declaração opostos pelo publicitário Cristiano Paz, sócio de Marcos Valério. A alteração, entretanto, foi apenas para a correção de um erro material, sem efeito na pena.
Cristiano Paz foi condenado a 25 anos, 11 meses e 20 dias, além de multa de R$2,53 milhões, por corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Ao analisarem os recursos do ex-assessor do PR, José Cláudio Genu, o ministro Ricardo Lewandowski disse ter visto contradição no voto do relator no que se refere à dosimetria das penas aplicada a ele, em comparação às impostas aos réus Pedro Corrêa e Pedro Henry, condenados pelo mesmo crime.
Genu foi condenado a 7 anos e 3 meses, além de multa de 520 mil, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O ex-presidente do PP, Pedro Corrêa, foi condenado a 9 anos e 5 meses de prisão, e multa de R$ 1,1 milhão, pelos mesmos crimes.
O ex-deputado pelo PP, Pedro Henry, foi apenado em 7 anos e 2 meses de prisão e multa de R$ 932 mil por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele foi absolvido pelo crime de formação de quadrilha.
Segundo o ministro, a pena de Genu foi aumentada em 2/3 em função de 15 ocorrências no crime de lavagem de dinheiro, enquanto que o mesmo agravante resultou no aumento em 1/3 das penas impostas a Corrêa e Henry.
A divergência no julgamento do último embargo de declaração da tarde gerou discussão no plenário e levou o ministro Roberto Barroso a pedir vista. Em seguida, o ministro Joaquim Barbosa encerrou a sessão. A conclusão ficará para a próxima semana.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Um governo que nos faz sentir vergonha.

Uma coisa é a gente não gostar do governo, ser crítico, achar que é incompetente. Outra, diferente, é ter de sentir vergonha do que vê, ouve e sabe.
*Por Reinaldo Azevedo 
Na segunda-feira, profissionais de saúde participaram de um protesto em frente à Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), onde alguns médicos estrangeiros, que vieram para o programa aloprado de Dilma Rousseff e Alexandre Padilha, participavam de uma solenidade.

A assessoria do Ministério da Saúde diz que, durante o ato, o secretário de Gestão Estratégica e Participativa da pasta, Luiz Odorico Monteiro de Andrade, levou um tapa. 

Se aconteceu assim, não pode acontecer mais. 

É inaceitável. 

A reação do governo federal, no entanto, por intermédio do ministro-candidato Alexandre Padilha e do próprio Andrade é absurda.

Não tendo como justificar o regime de contratação dos cubanos, os petistas tiveram uma ideia. 

Reproduzo a fala do ministro ao comentar o episódio: 

“Lamento veementemente a postura de alguns profissionais, porque eu acho que é um grupo isolado, de ter atitudes truculentas. Incitam o preconceito, a xenofobia. Participaram de um verdadeiro corredor polonês da xenofobia, atacando médicos que vieram de outros países para atender a nossa população apenas naqueles municípios onde nenhum profissional quis ir atender a nossa população”. 
Há, nessa fala, uma impressionante soma de tudo o que não presta. Se há coisa de que os brasileiros não podem ser acusados, convenham, é de xenofobia.

Ao contrário. 

No geral, há uma cultura de tolerância com os estrangeiros e, a depender do caso, até de deslumbramento. 

Quem alimenta certo lastro de rancor contra um povo em particular — o americano — é o governo petista. 

Como esquecer aquela fala gloriosa de Luiz Inácio Apedeuta da Silva, segundo quem a crise internacional tinha sido criada por “gente loura e de olho azul”?

E a acusação de racismo, de onde vem? 

Alguns dos médicos e médicas que chegaram ao Brasil, especialmente os vindos de Cuba, são negros. No protesto no Ceará, os manifestantes acusavam o Ministério da Saúde de explorar trabalho escravo. Andrade, o auxiliar de Padilha, deve ter ficado com o juízo meio perturbado. Afirmou: 

“O que a gente presenciou foi um ato de truculência, violência, xenofobia, racismo e preconceito. Os médicos brasileiros presentes no ato agrediram verbalmente os médicos cubanos, chamando-os de escravos, de incompetentes e mandando eles voltarem para suas senzalas. Quando os médicos saíram, eu fui agredido com murros, empurrões, tapas, e um ovo acertou a minha camisa.” 

Comento
Um tapa ou um monte deles, qualquer coisa é inaceitável! 

Mas a acusação de “racismo” — porque alguns médicos são negros, e os brasileiros acusam a existência de trabalho escravo — é de uma má-fé que impressiona. 

Obviamente, os que se manifestam não estão se referindo nem à origem (não é xenofobia) nem à cor da pele dos profissionais. 

Estão é protestando contra o regime de trabalho acordado entre os governos do Brasil e o de Cuba.

Eles estão reagindo ao fato de que o nosso país pagará R$ 10 mil mensais por profissional, mas este verá apenas uma pequena parte desse dinheiro — algo em torno de 20%. 

A situação é de tal sorte surrealista que as autoridades brasileiras nem mesmo sabem quanto a tirania comunista repassará aos médicos. Isso é lá com ela. 

Ora, parece evidente que profissionais bem remunerados tendem a trabalhar mais satisfeitos. Até com os cubanos deve ser assim. 

Cabe a pergunta: só haverá negros entre os 4 mil cubanos? 

Segundo o censo de 2002, assim se distribuía a população da ilha: 7.271.926 brancos (65,05%), 1.126.894 negros (10,08%) e 2.778.923 mulatos (24,86%). 

Ou por outra: em termos percentuais, há mais negros e mestiços somados no Brasil do que em Cuba. 

Quando os médicos brasileiros gritaram “escravos!” e os convidaram a voltar às suas respectivas senzalas — na hipótese de que tenha acontecido assim mesmo —, era o regime de trabalho que estava sendo atacado.

Escravo, branco ou negro, “Isauro” ou não, é todo aquele que não tem liberdade de ir e vir; que não é dono do seu próprio trabalho (porque o estado dele se apropriou); que é obrigado a servir a um senhor, caso contrário, virá a punição.

E não é rigorosamente essa a situação dos médicos cubanos que vieram ao Brasil, qualquer que seja a cor de sua pele? 

De resto, constato: se os 4 mil médicos forem um espelho da população de Cuba, haverá mais brancos entre eles do que negros. 

Caso se verifique o contrário, então será preciso examinar a hipótese de racismo, sim, mas em Cuba. 

Não, senhor ministro! 

Não, senhor secretário! 

As excelências estão apertando o botão do racismo porque sabem que o programa em curso fere diversas leis do nosso país. 

Então cumpre evocar essa farsa na aposta de que os absurdos nele contidos se percam num debate lateral. 

Escravos, sim!

São escravos porque não são donos do seu trabalho, porque não são donos do seu corpo, porque não são donos de sua própria consciência.

O mais massacrado dos operários, nos momentos mais terríveis da Revolução Industrial, tinha de seu — cabe visitar o velho Marx — o trabalho. 

Essa é, afinal de contas, a constatação original, primeira, a gênese mesmo, que vai resultar na proposta da revolução comunista. 

Esse operário era, então, segundo a teoria, obrigado a vender essa força de trabalho por um valor inferior ao que ela rendia — não é isso? —, e o patrão se apropriava desse excedente. 

Marx pôs seus furúnculos no traseiro para pensar e teve uma ideia: chega de transferir esse excedente para o patrão! 

Ele tem de ficar com os próprios trabalhadores.

E isso só será possível, definiu, com a socialização dos meios de produção. 

Não confunda!

Abolir também a propriedade privada das cuecas não é ideia de Marx, mas de Pablo Capilé, um pensador que veio algum tempo depois… 

Cuba é marxista!

Vejam lá no que deu. 

Aprendemos que o socialismo é a pior distância entre o capitalismo e o escravismo. O “patrão” dos médicos cubanos não está se apropriando do seu sobretrabalho, mas de seu trabalho inteiro — e do dono desse trabalho também. 

Em troca, os médicos receberão não mais do que uma ração, que ainda é superior àquela que se fornece aos que ficam em Cuba.
Ser escalado para esses convênios, ainda que obrigados a deixar na ilha suas respectivas famílias, ainda é melhor do que lá permanecer. 

Preconceito uma ova! Xenofobia uma ova! 

Os médicos cubanos — os que não forem agentes do regime, porque os há aos montes , infiltrados no grupo, a exemplo do que se viu na Venezuela — não podem falar eles próprios porque, se o fizerem, sabem qual é seu destino. 
Serão imediatamente mandados de volta a Cuba. Como já alertou o buliçoso Luís Inácio Adams, será inútil pedir asilo. 

Os asquerosos
O subjornalismo da boca do caixa, financiado por estatais e por gestões petistas, mobilizou a sua tropa nas redes sociais para tentar popularizar a acusação de racismo e xenofobia, como se os médicos brasileiros estivessem contra a presença de colegas estrangeiros e, muito particularmente, de negros.

É uma gente asquerosa! 

Esses agora supostos defensores de negros cubanos são os mesmos que apontam o dedo contra Joaquim Barbosa, ligando a cor de sua pele a seu temperamento ou a seu voto no julgamento do mensalão; são os mesmos que lhe cobram gratidão a Lula por ter sido “generoso” e lhe ter dado uma chance. 
Não é jornalismo, não é política, não é debate de ideias. 

É uma variante da formação de quadrilha.

Médicos cubanos: esbirro de Lula é o advogado-geral de Fidel Castro.

Nem sempre concordo com o que escreve o Elio Gaspari, mas desta vez acertou. Todavia, o que deixa transparecer o texto de Gaspari, como os demais da maioria dos jornalistas da grande mídia brasileira é tratar o PT e seus sequazes como se fizessem parte de um partido democrático. Ora, o PT é um partido comunista e o seu objetivo é transformar o Brasil numa república comunista. A vinda dos médicos é mais um passo nesse sentido. Entretanto, essa verdade é escamoteada. Tanto é que a palavra "comunista" foi banida da grande imprensa, como se o comunismo tivesse acabado para sempre, quando na verdade está mais vivo do que nunca.

A nota da coluna de Gaspari que transcrevo é a prova disso, quando esse esbirro de serviçal do Lula, o Luiz Inácio Adms, faz picadinho do Direito, embora ostente títulos acadêmicos. 
Leiam:
O doutor Luís Inácio Adams informou que os médicos cubanos que vêm para o Brasil não terão direito a asilo político caso queiram se desvincular da ilha comunista. Nas suas palavras: “Me parece que não têm direito a essa pretensão. Provavelmente seriam devolvidos.”
Num país que teve um presidente asilado (João Goulart) e centenas de cidadãos protegidos pelo instituto do asilo, Adams nega-o, preventivamente, a cubanos. Isso numa época em que o russo Vladimir Putin concedeu asilo a um cidadão acusado pelo governo americano de ter praticado crimes, e a doutora Dilma tem um asilado na embaixada brasileira em La Paz. Noves fora a proteção dada a Cesare Battisti, acusado de terrorismo pelo governo italiano.

A tradição petista vai na direção desse absurdo. A Polícia Federal já deportou dois boxeadores cubanos durante a gestão do comissário Tarso Genro no Ministério da Justiça. (Eles foram recambiados e fugiram de novo.)
O próprio governo cubano já permitiu a saída de cidadãos para a Espanha. A vigorar a Doutrina Adams, o Brasil transforma-se numa dependência do aparelho de segurança cubano. Do site de O Globo

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A realidade dos médicos no Brasil.

Precisamos de mais médicos?


Mantendo o ritmo atual de formação de profissionais, o Brasil atingirá uma taxa de 2,41 médicos por 1.000 habitantes em sete anos, semelhante à atual taxa americana.

No dia 06 de maio deste ano, o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, anunciou a intenção de “importar” (termo utilizado) 6 mil “médicos cubanos” para trabalhar em “áreas carentes” do Brasil, sem exigência do “Revalida”. O argumento utilizado foi que existe carência de médicos no país, e gerou-se o embrião de mais uma crise dentre as várias outras que atingem o governo federal atual.
“Médicos cubanos”, “Revalida”, “áreas carentes”, termos que vêm sendo usados exaustivamente na mídia, que tentarei explicar o contexto o qual eles pertencem.
Os parágrafos seguintes dispõe de alguns números que podem parecer um monte de dados, mas estão dispostos de forma sucinta para que cada um possa tirar suas próprias conclusões.
Primeiramente, o Brasil dispunha, em outubro de 2012, de 388.015 médicos, sendo que em um ano (entre outubro de 2011 e outubro de 2012) formaram-se 16.277 novos médicos, conferindo um aumento anual de 4.36%.

De 1970 até 2012, a população brasileira aumentou 101.84%, enquanto o número de médicos aumentou 557.72%, cinco vezes mais.
O número de faculdades de medicina no Brasil cresceu 82% nas duas últimas décadas, chegando a167 no ano de 2007, levando o país para a segunda posição mundial em número de cursos de graduação na área, perdendo apenas para a Índia, que possui 222 cursos para uma população de mais de 1 bilhão de pessoas. A China e os EUA possuem, respectivamente, 150 e 125 faculdades de medicina.
O Brasil dispõe de 2,0 médicos por 1.000 habitantes, segundo o último senso de demografia médica do Conselho Federal de Medicina, sendo 1,01 na região Norte, 1,2 no Nordeste, 2,67 no Sudeste, 2,09 no Sul e 2,05 na região Centro Oeste. No Distrito Federal, berço do governo, a taxa é de 4,09médicos por 1.000 habitantes, a mais alta do país.
Mantendo o ritmo atual de formação de profissionais, o Brasil atingirá 500 mil profissionais daqui a sete anos (em 2020) com uma taxa de 2,41 médicos por 1.000 habitantes, semelhante à atual taxa americana.
Porém, a OMS recomenda 1.0 médico por 1.000 habitantes. Olhando apenas pelos números, estamos duas vezes acima do recomendado, e prontos para alcançar (e ultrapassar) os americanos em 07 anos.
Por que há carência de médicos?
Ainda assim, não há médicos em muitas regiões do Brasil, especialmente as carentes, e por carentes não pensem em uma aldeia no Acre, pois em regiões metropolitanas de grandes metrópoles também não se encontram profissionais. E reforçando, o Brasil forma 16.277 novos médicos por anoatualmente. Então, por que há carência de médicos?
Salário? Muitos já ouviram falar de salários de R$ 30 mil oferecidos para médicos no interior do Pará, ou R$ 15 mil de uma cidade no interior de algum estado do sudeste.
Pois bem, tais salários oferecidos não dispõe de direitos trabalhistas, leiam-se férias, 13º salário e quaisquer outro direito que qualquer trabalhador brasileiro tem. Não existem garantias ou contratos. A maioria é verbal e o médico é o único responsável pelas vidas daquela região. Você toparia perder uma mãe e um filho em um parto, por R$30 mil?
Se topasse, você também não receberia R$ 30 mil. As prefeituras que oferecem salários extremamentes altos geralmente honram apenas o primeiro mês, as vezes o segundo, e atrasam e/ou simplesmente não pagam os meses seguintes. Em uma média aritmética de um atraso de quatro meses, o salário real cai para 25%. Como não existem contratos, garantias, direitos trabalhistas, fica tudo por isso mesmo.
Não menos importante, falta infraestrutura. Não estamos falando de ressonância magnética ou medicinanuclear, e sim de um ultra som para fazer pré natal, exame de sangue e raio x para diagnosticar pneumonia, remédios básicos para trata-la e, o mais importante, outros profissionais da área de saúde.

Médico não trabalha sozinho, os vetos do ato médico estão aí pra provar. Não fazemos partos ou cirurgias sem enfermeiras, não sabemos fazer fisioterapia, não sabemos estimular crianças com dificuldades ou necessidades especiais, dietas para tratar diabéticos ou obesos. E obviamente, a única coisa que sabemos sobre higiene bucal é escovar os dentes.
A imagem do médico sozinho carregando a própria maleta na porta de uma casa é uma realidade de uma época que a medicina não conhecia nem sabia tratar nada do que ela tenta cuidar hoje.
O governo conhece toda essa realidade, e os médicos também.
Por isso os médicos estão propondo, há dez anos, uma solução para, pelo menos, as garantias trabalhistas, apresentando ao governo federal um plano de concurso público com carreira de estado para os médicos, nos moldes dos que ocorrem com juízes, que teriam estabilidade e garantia de carreira para se fixarem no interior com suas famílias.
Porém, após dez anos, a solução subitamente emergencial apresentada pelo governo, segundo os fatos, foi a importação imediata de médicos estrangeiros, cubanos ou não, para suprir a carência destes profissionais. Nenhuma vírgula foi dita sobre maiores ou melhores investimentos no SUS e em sua infraestrutura ou sobre os outros profissionais da área de saúde.
Mas, para um médico estrangeiro trabalhar no Brasil, este precisa antes fazer um exame chamado Revalida, que é uma prova de conhecimentos médicos para avaliar se o conteúdo adquirido em outro lugar do mundo é suficiente à realidade brasileira. Apesar do corpo humano ser o mesmo, o ambiente difere, e muito, de um país para o outro. E é dele que contraímos as doenças. Febre amarela, por exemplo, é muito conhecida pelos médicos na região norte do Brasil. Agora pergunte para um argentino, americano, europeu, ou mesmo um gaúcho. Não é uma doença comum nessas regiões, assim como nelas existem as mais comuns. E há o idioma. Existe uma diferença entre saber o que é uma dor epigástrica e um bucho doído. O índice de reprovação nas últimas provas do Revalida atingiram 92%.
‘Bolsa’ Médico
Para driblar o possível imbroglio que uma reprovação em massa poderia causar, o governo criou outra solução, e literalmente driblou o Revalida. Os médicos que estão aportando no país não precisarão fazer a prova e terão um registro profissional provisório, que não existe e não está previsto de existir nos Conselhos Regionais de Medicina. Não é como uma Carteira Nacional de Habilitação Provisória, onde há um limite de erros para você não perdê-la.
Quanto à remuneração, ofereceram bolsas de R$10 mil reais, chegando a R$30 mil reais em regiões inóspitas.
Perceberam o termo “bolsa”? Por que não “salário”? Simplesmente porque os médicos não terão direitos trabalhistas, e se permanecerem menos de três anos, terão de devolver o dinheiro. Qual o nome de trabalho sem direitos e de graça, caso alguém desista?
Sabe-se que o governo federal irá pagar R$511 milhões para Cuba, pelos médicos cubanos, porém o governo brasileiro não sabe quanto será repassado ao médico cubano. O salário de um médico cubano, em Cuba, é de aproximadamente R$60,00 (sessenta reais).
Os cubanos são os únicos que irão para o interior, carente de infra- estrutura, simplesmente porquê eles não dispõem de opção de escolha, também conhecida como liberdade.
E, finalmente, 4.000 cubanos? Isso aumentaria a taxa atual de médicos no Brasil de 2,0 para apenas 2,02 por 1.000 habitantes, sem alterar mais nenhum aspecto o sistema público de saúde.
Com uma conta matemática simples e não eleitoral, ao final de 2014, sem os médicos cubanos, a taxa de médicos no Brasil já seria de 2,08 por 1.000 habitantes (com os 16.277 novos formandos anuais) e os R$511 milhões poderiam ser investidos, com folga, em hospitais, outros profissionais e, tão importante quanto e tão aclamado nas manifestações, educação para, quem sabe, os futuros governos saibam fazer contas básicas em vez de eleitorais.
*Por João Paulo Gonzaga de Faria*, médico residente em Genética Médica no Hospital das Clínicas da UFMG.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Seis interrogações que Dilma precisa responder.



O principal problema da crise diplomática provocada pela fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil é a falta de nexo. Há interrogações demais no noticiário. Há também muitas meias verdades. E o perigo da meia verdade, como se sabe, é o governo dizer exatamente a metade que é mentira. Para evitar fazer papel de bobo, você precisa cobrar meia dúzia de respostas:
1. Por que Dilma Rousseff não exigiu para Roger Pinto o que Evo Morales aceitou para Edward Snowden?
Reunidos em 12 de julho na cidade de Montevidéu, os presidentes dos países-membros do Mercosul assinaram uma valente declaração conjunta. No texto, solidarizaram-se com os países que haviam oferecido asilo político a Edward Snowden entre eles Venezuela, Bolívia e Equador.
Subscrito por todos, inclusive por Dilma Rousseff e Evo Morales, o documento defende o direito de todo Estado soberano de conceder asilo a qualquer cidadão conforme as normas de direito internacional. Mais: É fundamental assegurar que seja garantido o direito dos asilados de transitar com segurança até o país que tenha concedido o asilo.
No caso do senador boliviano, Dilma exerceu o direito soberano do Brasil de conceder-lhe asilo político. E Evo provou que asilo no governo dos outros é refresco. Negou ao desafeto Roger Pinto o salvo-conduto que lhe permitiria transitar com segurança até a fronteira com o Brasil.
Nessa hora, Dilma deveria ter puxado Evo para um canto. Perguntaria: Meu querido, por que não aplicarmos ao caso do senador Roger, seu inimigo, a mesma fórmula que aprovamos para o Snowden, inimigo do Barack Obama? Ao silenciar, a presidenta fez do seu governo uma batalha no escuro entre soldados desorientados e comandantes bêbados.
2. Por que o Itamaraty ignorou avaliação médica que apontava deterioração do Estado de saúde do senador boliviano?
No último dia 19 de agosto, uma segunda-feira, o diplomata Eduardo Saboia, embaixador interino do Brasil na Bolívia, enviou uma mensagem da embaixada em La Paz para o Itamaraty. No texto, informava sobre a deterioração do estado geral de Roger Pinto Molina. O senador boliviano aparentava desânimo, comia pouco e falava em suicídio.
Saboia pediu orientação aos seus superiores. Deveria chamar um médico para examinar o hóspede do governo brasileiro na própria embaixada? Levá-lo a um hospital na Bolívia, com o risco de vê-lo preso? Enviá-lo para tratar-se no Brasil não seria uma opção? O Itamaraty autorizou seu homem em La Paz a providenciar atendimento ao senador nas dependências da embaixada.
Na quinta-feira (22), Saboia informou a Brasília os resultados do exame. Entre outros problemas, Roger Pinto apresentava: baixa resistência imunológica, sinais de depressão, pressão alta, alteração nos batimentos cardíacos e inapetência. Teria de submeter-se a uma bateria de exames e a um bom tratamento. O Itamaraty emudeceu.
No dia seguinte, sexta-feira (23), Saboia apertou o botão de seja o que Deus quiser e deflagrou a operação de fuga que levaria o líder da oposição a Evo Morales até Corumbá (MS) e, dali, para Brasília. O diplomata informara ao Itamaraty que, num quadro extremo, não descartava a hipótese de tomar medidas de contingência . Para bom entendedor, suas meias palavras bastavam. Mas os becis ão enderam!
3. Os fuzileiros navais que escoltaram o senador boliviano até o Brasil fizeram isso com autorização de quem?
No Estado brasileiro, só uma corporação devota mais respeito à hierarquia do que os diplomatas: os militares. Nos 1.600 km que separam La Paz de Corumbá (MS), o fugitivo Roger Pinto e seu acompanhante Eduardo Saboia foram escoltados por dois fuzileiros navais brasileiros.
Ou a dupla de soldados rasgou o manual ou o chanceler Antonio Patriota deveria ter sido mandado ao olho da rua com acompanhantes. Eis as sub-interrogações que boiam na atmosfera: o comando da Marinha não foi avisado? O ministro Celso Amorim (Defesa), ele próprio um diplomata de carreira, foi mantido no escuro?
4. Quem acionou a Polícia Federal?
Após cruzar a fronteira brasileira, Roger Pinto e o comboio da fuga instalaram-se num hotel em Corumbá (MS). Passaram cerca de oito horas na cidade antes que o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) pousasse no aeroporto local um jato que tomara emprestado para resgatar o colega boliviano. Em entrevista ao blog, Ferraço contou:
Fui abordado por um agente da Polícia Federal. Eu me identifiquei, dei meus documentos. O cara ligou para o superior dele. Dali a mais ou menos uma hora, chegou o agente com o senador boliviano. [ ] Umas sete pessoas davam segurança a ele. Cinco agentes da Polícia Federal, bem armados, e os dois fuzilileiros navais que o haviam acompanhado desde La Paz.
Quem acinonou a Polícia Federal? Eu não tenho esse detalhe , disse Ferraço. Sei que o Saboia estava tentando fazer contato com o ministro Celso Amorim [Defesa], com o José Eduardo Cardozo [Justiça]. Não sei se conseguiu. Se Saboia conseguiu, o petista Cardozo sabia da encrenca. Se não conseguiu, alguém sapateou em cima da autoridade do titular da Justiça.
5. Por que Patriota apanha sozinho na Esplanada?
Ao punir Antonio Patriota transferindo-o para a representação brasileira na ONU, em Nova York, Dilma lavou o bebê e jogou fora a água do banho. Se não fizer nada com Celso Amorim, superior dos fuzileiros que escoltaram o fugitivo, jogará fora o bebê junto com a água do banho. Se além de Amorim a presidente poupar o petista José Eduardo Cardozo, roçará o inusitado: com bebês demais à sua volta, Dilma se auto-arremessará bem longe. Sem água e sem banho.
6. Por que a polícia da Bolívia não prendeu o senador fugitivo em cinco postos de fiscalização? 
No trajeto entre La Paz e Corumbá, o senador Roger Pinto e seus acompanhantes tiveram de passar por pelo menos cinco postos policiais. Parados e observados, não foram importunados. Numa inspeção, um policial chegou a lançar fachos de lanterna no interior do carro. E nada. Cruzaram a fronteira sob céu claro. Nenhum entrevero.
Líder da oposição a Evo Morales, Roger Pinto é personagem manjado em seu país. Ora, se a polícia de Evo Morales não algemou sua presença de espírito, não pode agora reclamar da sua ausência de corpo.
*Texto por Josias de Souza, na Veja

domingo, 25 de agosto de 2013

Relembrando: Barroso, o novo Ministro do STF, escolhido e indicado por Dilma.

Estratégia petista para o caos.


O PT está torcendo pelo caos na segurança pública do país. Leis frouxas, benefícios para criminosos, falta de presídios, investimentos pífios na segurança dos Estados e Municípios...
O próximo passo, diante da revolta da população em face a insegurança, será a criação efetiva da GUARDA NACIONAL composta de esquerdistas, préviamente selecionados, e dispostos a agir como uma força socialista contra o povo que se oponha ao governo.
Serão "importados", desta vez, oficiais cubanos especialistas em guerrilha urbana e a ideia é intimidar e dominar a sociedade.
Ou tomamos iniciativa e tiramos o PT do poder ou aguardem o pior!
Quem viver verá!

Cuba o falso paraíso.

E se um médico cubano pedir asilo ao Brasil?

Se algum dos médicos cubanos tentar escapar de vez da ditadura castrista e asilar-se no Brasil, será atendido pelo governo ou deportado para a ilha-presídio? 
Formulada no comentário de 1 minuto para o site de VEJA, a pergunta acaba de ser respondida pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. “Nesse caso me parece que não teriam direito a essa pretensão”, declarou à Folha o doutor federal. “Provavelmente, seriam devolvidos”.
Depois de ressalvar que “a possibilidade de deserção é remota”, Adams tentou justificar a abjeção: “Todos os tratados, quando se trata de asilo, consideram situações que configurem ameaça por razões de ordem política, de crença religiosa ou outra razão. É nesses condições que você analisa as situações de refúgio. E, nesse caso, não me parece que configuraria essa situação”.
Para o bacharel do Planalto, portanto, nenhum cubano tem motivos para trocar a ilha natal pelo Brasil, a ditadura pela democracia, a opressão pela liberdade. “Esses médicos vêm como profissionais, eles vêm em cima de um compromisso, de um acordo, de um programa, de uma relação de trabalho”, derramou-se o chefe da AGU.
Adams não vê nada de mais numa “relação de trabalho” deformada por violências repulsivas. Os 4 mil importados pelo ministro Alexandre Padilha terão de viver longe da família e permanentemente vigiados por monitores incumbidos de impedi-los de relacionar-se com brasileiros. O dinheiro dos salários (R$10 mil por cabeça) será repassado diretamente ao governo cubano, que engolirá mais de 90% da bolada.
O triunfo do absurdo se completou com a confissão de Adams. Os médicos caribenhos pertencem aos irmãos Castro. Muitos são escravos voluntários, e se engajaram com entusiasmo na missão para expandir o paraíso comunista. A maioria cumpre ordens. Os que tentarem fugir serão capturados e devolvidos aos donos. Se conseguirem enganar policiais brasileiros reduzidos a capitães-do-mato, os parentes retidos na ilha sofrerão os castigos de praxe.
Alexandre Padilha, quem diria, acabou transformado numa Princesa Isabel às avessas. Abolida em maio de 1888 pela filha de Dom Pedro II, a escravidão foi restaurada em agosto de 2013 por um filhote de Lula.
*Augusto Nunes

Última esperança por Justiça no Afeganistão.


Vendida como noiva aos 12 anos, Sahar Gul vivia em uma casa do terror. Os parentes de seu marido a mantinham presa no porão, espacavam-na com canos de ferro quente e deixavam-na passar fome. Quando ela se recusou a se prostituir para conseguir dinheiro para eles, seus torturadores arrancaram suas unhas. 
A sentença dos seus agressores foi reduzida a apenas 1 ano de prisão e eles estão livres novamente! Pior ainda: a Câmara dos Deputados de seu país aprovou uma lei que proíbe que membros da família dos agressores testemunhem a violência em um tribunal. Isso fará com que inúmeras crianças e mulheres jamais consigam Justiça para seus casos. 
Temos poucos dias para impedir este ataque aos direitos das mulheres. Em outras oportunidades, o Senado afegão já conseguiu barrar projetos assim e funcionários de alto escalão nos disseram que a comunidade da Avaaz pode dar o empurrão de que eles precisam para ajudar a barrar essa proposta antes que ela seja levada a plenário para votação. Assine a petição com urgência -- quando alcançarmos 1 milhão de assinaturas vamos lançar uma campanha publicitária local com foco nos principais Senadores até que essa proposta seja enterrada:


Quando era criança, Sahar Gul foi vendida pelo seu irmão por US$ 5 mil e levada para uma casa terrível onde era abusada regularmente. Quando finalmente foi resgatada, as torturas a haviam deixado tão fraca que ela teve de ser tirada do cativeiro no porão com o auxílio de um carrinho de mão. Após terem sido condenados a sentenças que juntas somavam 10 anos de prisão, seus torturadores foram posteriormente libertados por um juiz de uma instância inferior. 
Horrorizados diante do retrocesso dos seus direitos, grupos feministas afegãos passaram a apoiar ativamente o caso da jovem Sahar e a trabalhar juntos para garantir que familiares não sejam proibidos de testemunhar contra os agressores da própria família. Se nos unirmos a estas mulheres agora, poderemos mostrar aos políticos afegãos que todo o mundo apoia elas nesta luta
De volta à escola, Sahar segue corajosamente reconstruindo sua vida. Seu sonho? Dirigir uma organização de defesa dos direitos das mulheres. Sua força de espírito é conduzida pela esperança por um futuro melhor para todas as mulheres e crianças do Afeganistão, e de todos os cantos do mundo. Vamos ajudá-la a começar a realizar este sonho, fazendo com que os políticos afegãos protejam, e não atacar, as mulheres de seus país


No Afeganistão, ativistas pelos direitos das mulheres e os sobreviventes de abusos têm dado vários passos na luta pelos direitos humanos. Ao longo dos anos, membros da Avaaz de todo o mundo têm apoiado esta luta pela plenitude destes direitos. Vamos dar nosso apoio mais uma vez! 
Com esperança e determinação, 
Luis, Alaphia, Alex, Ricken, Bissan, Mais e toda a equipe da Avaaz 
PS - Muitas das campanhas da Avaaz foram criadas por membros da nossa comunidade! Crie a sua campanha agora e obtenha a vitória sobre qualquer questão, seja ela local, nacional ou global: http://www.avaaz.org/po/petition/start_a_petition/?bgMYedb&v=26859 
Mais informações: 
Sahar Gul: Os medos de uma noiva adolescente torturada no Afeganistão (em inglês) (BBC)


Juízes afegãos libertam 3 homens condenados por torturarem a "noiva criança" Sahar Gul (em inglês) (Guardian)

Mulheres enfrentem mais obstáculos no Afeganistão (em inglês) (Global Post)

Direitos das mulheres estão a regredir no Afeganistão (Euronews)

Homem mata mulher por ir ao mercado sem permissão (Terra Brasil)

Afeganistão: Um inferno para as mulheres (Revista Veja)