quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Erich Priebke e a impunidade.

Ele viveu algo em torno de 45 anos, dos seus já mais de 100, nos Andes argentinos, sem ter sequer ocultado sua procedência ou seu passado nazista.
A simpatia de setores argentinos ao nazismo sempre foi notória. Muitos criminosos de guerra acharam refúgio nesse país sulamericano. Segundo as pesquisas de Simon Wiesenthal, o ‘caçador de nazistas’, Perón pôs uns 7.500 passaportes em branco à disposição dos nazistas fugitivos; assim, pelo sul do nosso continente passaram hierarcas do regime de Adolf Hitler, como Martin Bormann, Joseph Mengele, Walter Kutschmann, Joseph Schwamberger, Adolf Eichman, apenas para citar alguns mais conhecidos.
Em maio de 1994, ao ser identificado, Erich Priebke, ex-oficial da SS, a famigerada Polícia Secreta nazista, durante a 2ª Guerra Mundial, foi preso e confirmou sua participação no “massacre das Fossas Ardeatinas”, em 1944, como represália pelo ataque da resistência italiana, o que custou a vida de 33 soldados alemães ocupantes. Seguindo as regras punitivas dos nazistas – assassinar 10 pessoas para cada soldado alemão morto –, foram executados 335 civis italianos indefesos, naquelas paragens ao sul de Roma.
Priebke viveu em torno de 45 anos nos Andes argentinos, tranquilo, sem ocultar sua procedência nem seu passado; tampouco mudou seu sobrenome, ou melhor, fê-lo um sinônimo de poder.
O Estado italiano conseguiu sua extradição e o julgou por aquele crime. Em 1998 foi condenado à prisão perpétua, mas, em função da sua senilidade avançada, a pena se transformou em prisão domiciliar.
Há poucos dias, Priebke completou 100 anos de vida. Hoje vive num bairro próximo ao centro de Roma. Tem a permissão de sair de casa, acompanhado por uma escolta, realiza suas compras, faz passeios pelo parque e tem até uma vida social.
Chega a ser irônico o fato de que um criminoso como ele tenha chegado a tão avançada idade sem dar qualquer sinal de arrependimento, desfrutando da vida e, para o cúmulo da coisa, recebendo piedosos privilégios, na mesma cidade onde perpetrou os assassinatos em massa, agora, rodeado de vizinhos, concidadãos de suas vítimas. (eluniversal.com/opinion)
Por BEATRIZ W. DE RITTIGSTEIN para o jornal venezuelano ‘EL UNIVERSAL’
Tradução de FRANCISCO VIANNA, via Grupo Resistência Democrática

Um comentário:

  1. Cara a SS não era policia nenhum ,era sim uma honrada divisão do exercito alemão que combateu os comunistas até o ultimo homem.
    Como que é "dela verdade e democracia" fala serio....

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