terça-feira, 8 de novembro de 2016

Aguente firme, Sérgio Moro,

Os lacaios do lulopetismo e integrantes de outras correntes estridentes recrudesceram os ataques a Sérgio Moro desde que o Comandante Máximo tornou-se réu na Lava Jato.


Moro foi chamado de inepto, parcial, ignorante, Savonarola, Tirano de Siracusa e até mesmo ridículo. Acusaram-no, ainda, de nutrir ambições políticas e alimentar o culto à própria personalidade, por intermédio da página da sua mulher no Facebook. Bobagem. Se eu fosse a mulher de Moro, teria orgulho de manter uma página sobre o maridão — e faria de tudo para incluir fotos e filminhos dele. Não duvido, aliás, que o juiz tenha sido obrigado a fazer um acordo doméstico de colaboração premiada com a sua querida Rosângela.



Quando Moro apareceu na Veja, deixando-se fotografar no embarque para a sua mais recente viagem aos Estados Unidos e dentro do avião, eu não gostei. Achei que ele havia aberto uma brecha para os seus inimigos — para os nossos. Ainda assim, Moro não fez nada de eticamente reprovável. Natural que tenha cedido um pouco à vaidade e também pensado que, pelo fato de ser a figura pública mais aclamada do Brasil, os leitores da revista tinham o direito de saciar minimamente a curiosidade sobre a sua vida.



Com Lula réu, diante da fúria dos lacaios do lulopetismo e integrantes de outras correntes estridentes, Moro deu uma grande entrevista a Fausto Macedo e Ricardo Brandt, no Estadão. Reafirmou que jamais entraria para a política (ele sabe muito bem que Antonio di Pietro, o juiz da Mãos Limpas, errou ao enveredar por tal caminho), disse que o foro privilegiado deveria ser restringido, esclareceu pela enésima vez que a corrupção é causadora de instabilidade, não o seu enfrentamento, e que a Lava Jato não tem data para terminar, uma vez que continuam a surgir informações sobre o maior esquema de corrupção do país.



A decisão de conceder a entrevista foi boa, inclusive como forma de apaziguar-se, mas espero que Moro silencie de agora em diante. Que fale apenas por meio dos autos. Pelo simples motivo de que não adianta nada tentar combater com a lógica esses detratores. Você vai de florete, os sujos vêm com gás sarin.




Transmito aqui a minha mensagem: prezado Sérgio Moro, no tribunal da história, o senhor já entrou como o maior juiz brasileiro — e eles todos, como réus. Enquanto a posteridade não chega, aguente firme o tranco do presente, porque todos os cidadãos de bem estão do seu lado.

*Por Jornalista Mario Sabino

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