Os
lacaios do lulopetismo e integrantes de outras correntes estridentes
recrudesceram os ataques a Sérgio Moro desde que o Comandante Máximo tornou-se
réu na Lava Jato.
Moro foi chamado de inepto, parcial, ignorante, Savonarola, Tirano de Siracusa
e até mesmo ridículo. Acusaram-no, ainda, de nutrir ambições políticas e
alimentar o culto à própria personalidade, por intermédio da página da sua
mulher no Facebook. Bobagem. Se eu fosse a mulher de Moro, teria orgulho de
manter uma página sobre o maridão — e faria de tudo para incluir fotos e
filminhos dele. Não duvido, aliás, que o juiz tenha sido obrigado a fazer um
acordo doméstico de colaboração premiada com a sua querida Rosângela.
Quando Moro apareceu na Veja, deixando-se fotografar no embarque para a sua
mais recente viagem aos Estados Unidos e dentro do avião, eu não gostei. Achei
que ele havia aberto uma brecha para os seus inimigos — para os nossos. Ainda
assim, Moro não fez nada de eticamente reprovável. Natural que tenha cedido um
pouco à vaidade e também pensado que, pelo fato de ser a figura pública mais
aclamada do Brasil, os leitores da revista tinham o direito de saciar
minimamente a curiosidade sobre a sua vida.
Com Lula réu, diante da fúria dos lacaios do lulopetismo e integrantes de
outras correntes estridentes, Moro deu uma grande entrevista a Fausto Macedo e
Ricardo Brandt, no Estadão. Reafirmou que jamais entraria para a política (ele
sabe muito bem que Antonio di Pietro, o juiz da Mãos Limpas, errou ao enveredar
por tal caminho), disse que o foro privilegiado deveria ser restringido,
esclareceu pela enésima vez que a corrupção é causadora de instabilidade, não o
seu enfrentamento, e que a Lava Jato não tem data para terminar, uma vez que
continuam a surgir informações sobre o maior esquema de corrupção do país.
A decisão de conceder a entrevista foi boa, inclusive como forma de
apaziguar-se, mas espero que Moro silencie de agora em diante. Que fale apenas
por meio dos autos. Pelo simples motivo de que não adianta nada tentar combater
com a lógica esses detratores. Você vai de florete, os sujos vêm com gás sarin.
Transmito aqui a minha mensagem: prezado Sérgio Moro, no tribunal da história,
o senhor já entrou como o maior juiz brasileiro — e eles todos, como réus.
Enquanto a posteridade não chega, aguente firme o tranco do presente, porque
todos os cidadãos de bem estão do seu lado.
*Por Jornalista Mario Sabino
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