Ainda hoje o
marxismo encanta muita gente, especialmente nas universidades, e acaba
enganando até mesmo jovens cristãos que pouco ou quase nada conhecem de
Marx e do marxismo. Pior ainda é quando teólogos católicos querem misturar
o marxismo com o Evangelho e geram uma tal de teologia da libertação de cunho
marxista, tão bem condenada pelos últimos papas, especialmente por João Paulo
II e Bento XVI, que tão bem conheceram seus amargos frutos.
O “Livro Negro do
Comunismo”, do ex-comunista Stephen Courtoir (Bertrand Russell, 2005) fala em
cem milhões de mortos do comunismo marxista. Em números absolutos, os autores
dos maiores crimes contra a humanidade foram o chinês Mao Tsé-tung e o
georgiano Josef Stalin (líder da ex-URSS). Em percentual da população, superou-os
Pol Pot, que assassinou dois milhões de pessoas quando comandou o regime
maoísta do Khmer Vermelho, entre 1976 e 1979, no Camboja. Ele e seus asseclas
dizimaram um quarto da população do país embalados pelo comunismo marxista.
Mao iniciou, a
partir de 1950, um programa de reforma agrária e coletivização da agricultura
que provocou a maior fome da História. Em meados dos anos 60, lançou a
Revolução Cultural para preparar a população chinesa para o socialismo.
Atribuem-lhe mais de 50 milhões de mortes.
Para fazer triunfar
o socialismo marxista, Stalin implantou um regime de terror, e também de fome.
Estão na biografia dele mais de 40 milhões de cadáveres.
Por isso, publico
aqui um bom artigo do conceituado Cônego José Vidigal (KARL MARX, ATEU
RADICAL), por mais de quarenta anos professor de teologia do Seminário
Arquidiocesano de Mariana, MG, que nos mostra muito bem o rosto de Karl Marx.
Karl Marx, ateu
radical
Karl Marx foi
sempre um ateu radical. G. Siewerth patenteia que para Marx, “a fé em Deus é,
pois, ao mesmo tempo, uma divisão da consciência e uma ilusão. Urge, portanto,
desmascarar esta ilusão a fim de restituir ao homem a dignidade perdida da sua
interioridade infinita”. Karl Marx tende, desde o começo, ao
antitranscendentalismo. É o materialismo prático.
Escreve ele: “A
luta contra a religião implica a luta contra o mundo do qual a religião é o
aroma espiritual”. Como verdadeiro discípulo de Feuerbach, Marx conclui que a
adesão a Deus tira ao homem a consciência de sua grandeza: é uma alienação. Eis
seu asserto contundente: “Mais o homem coloca realidade em Deus e tanto menos
resta de si mesmo”.
A ação de um Deus
Supremo impede sua independência total. Sua emancipação exige “a priori” a
morte de Deus. É exatamente o trabalho que permite ao homem construir-se
enquanto homem.
Fica claro, pois,
que o ateísmo não é acidental ao marxismo, impossível ser um “bom” marxista,
permanecendo crente.
Marx é taxativo: “O
ateísmo é uma negação a Deus e por esta negação coloca a existência humana”.
Entre a razão e a fé o conflito é peremptório. Diria depois Lenin: “O marxismo
é o materialismo. Por este título ele é tão implacavelmente hostil à religião,
quanto o materialismo dos enciclopedistas do século XVIII ou o materialismo de
Feuerbach”. Prossegue ele: “Devemos combater a religião. Isto é o a-b-c de todo
o materialismo e, portanto, do marxismo”. Não se trata de um conselho
facultativo. Fala categoricamente: “Nossa propaganda compreende necessariamente
a do ateísmo”.
É a própria
religião, sob a forma mais pura, que o marxismo considera como alheação
perigosa da equidade do homem. O comunismo, que é o herdeiro mais fiel de Karl
Marx, se revela, pois, em lógica consequência, intransigente neste ponto.
Lenin assim se
manifestou também, em 1905: “A religião é uma espécie de má vodka espiritual na
qual os escravos do Capital afogam seu ser humano e suas reivindicações para
com uma existência ainda pouco digna do homem”.
Marxismo e ateísmo
não podem ser dissociados. O ateísmo é intrínseco ao marxismo. É-lhe medular,
parte integrante. Não há meio termo. Há uma contestação terminante à
Transcendência. (Por Cônego Vidigal – 17/07/2008)
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