sábado, 25 de junho de 2016

As três principais razões da saída do Reino Unido da União Europeia.

O Reino da Noruega não entrou na União Europeia e muito menos na Zona do Euro. É um reino que possui características similares com a Grã-Bretanha. Os noruegueses, tal qual os suíços, determinaram os problemas que poderiam vir, basicamente são três, os quais agora o Reino Unido os reconhece e que motivaram o "Brexit":

1. Estatismo governamental

A mentalidade de esquerda em muitos países, principalmente a da França. E a ela se somaram as das demais nações da franja no Mediterrâneo, sendo a Grécia a mais crítica. E não se pode confundir “mentalidade de esquerda” com “bem-estar social”, são coisas distintas, o Reino da Suécia é um bom exemplo disso, e mesmo eles estão reconhecendo isso, não tem como dar certo. O que se deve usar para saber se um país é de esquerda ou não, é o Heritage Index, embora não seja o mais apropriado, mas a grosso modo nos permite acertar. Esquerda leva ao fracasso de uma nação, bem-estar social é quando o Estado se agiganta dentro de uma nação capitalista, um é motivado pela ilusão que pode produzir este tipo de resultado, outro é fruto, efeito, resultado, usw, dentro de uma realidade.

2. Perda do controle dos processos de migração e emigração.

A migração e emigração, que tornaram as nações do continente mais vulneráveis ao terrorismo internacional, onde se destaca a França, principalmente pelos elos de ligação que mantêm com suas ex-colônias onde o radicalismo islâmico se faz presente, com destaque o Grupo Islâmico Armado (GIA) al-Jama'ah al-Islamiyah al-Musallaha.

3. Desrespeito ao princípio da subsidiariedade.

A mentalidade antieuropeia que se alastra, surgiram muitos líderes que passaram a empunhar sem remorsos a bandeira contrária a imigração para mobilizar os eleitores descontentes, os excluídos pela globalização e maltratados pelas convulsões da economia. Mas um pouco de razão nos motivos que levaram os súditos da Rainha a se afastarem da EU. Eles valorizam o princípio da subsidiariedade, e a cada novo passo das decisões da EU, o que se via era a centralização das decisões em Bruxelas e não mais em Londres ou mesmo na cidade onde o cidadão reside. E isso passa a desgostar cada dia mais os que defendem a liberdade, pois burocratas passam a decidir muito e de forma contrária na vida dos europeus como um todo, e isso é fácil de nós entendermos, pois Bruxelas cada dia mais se aproximava a uma praga do que é Brasília para os brasileiros.  Burocratas decidindo como as pessoas devem viver, e quanto devem pagar de impostos.

Os alemães sabem que é melhor ter os franceses ao lado, os súditos da Rainha sabem que é melhor tê-los do outro lado do Canal da Mancha.

Os alemães sabem que é melhor conviver e sustentar a farra da ideologia dos franceses com seu “Liberté, Egalité et Fraternité” ou  o ultranacionalismo alavancado pelo sentimento anti-imigração e anti-Islã.

Se os alemães mantivessem o Marco e buscassem a aproximação com a Benelux e a Escandinávia sozinhos, fatalmente entrariam em mais um conflito com os gauleses, a história prova isso. Os britânicos sabem o lugar que devem ocupar no mundo e eles não aguentam a arrogância dos franceses e como em nome da tal “Egalité” desprezam o princípio da subsidiariedade, que lhes é mais caro. Os alemães sabem que é melhor ter os franceses como aliados, sai mais barato e não se perdem tantas vidas. Para os alemães é melhor manter a Comunidade Europeia unida, com a França participando ativamente. Já os súditos da Rainha estão desgostosos com os franceses.

Longo processo de "Brexit".

Uma etapa agora se inicia, a de fazer valer o artigo 50 do Tratado de Lisboa, isso 43 anos depois da adesão, a maioria dos eleitores britânicos decidiu que o Reino Unido deve sair da União Europeia, naquele que é o maior golpe infligido ao projeto europeu nascido das cinzas da II Guerra Mundial. O divórcio demorará anos a ser consumado, mas o referendo começou já a mudar a realidade política no país e na Europa e no horizonte pairam agora, com maior intensidade, ameaças de desagregação, assim dizem os especialistas. Eu penso o contrário, as relações entre o Reino Unido e os Estados Unidos irão se fortalecer, isso fará com que a Escócia e Irlanda passem a se integrar mais, fortalecendo o Reino Unido.

Os jovens serão os mais afetados, de um lado podem abrir oportunidades no próprio país, já que outros europeus, principalmente húngaros e poloneses não terão mais tanta facilidade de entrarem no mercado de trabalho. Mas os milhares de jovens do Reino Unido, por dominarem o idioma inglês, eram os mais atraídos para empregos no continente, principalmente nas grandes corporações com atuação mundial. Dificilmente a saída da EU não lhes fechará as portas da Europa, mas é incerta a vida a partir de agora para os milhões de cidadãos comunitários que vivem no Reino Unido.

Uma coisa é certa, os europeus devem refletir sobre o princípio da subsidiariedade, pois Bruxelas não pode interferir na vida das pessoas como está fazendo, e o que é pior, com tanta influência francesa.

O "Brexit" dará também fôlego aos alemães, pois levará a Europa mais para o Leste, atraindo então os poloneses, húngaros e tantos outros que antes iriam para as ilhas britânicas. E os alemães têm uma característica mais consistente de integração, podemos citar o caso da Seat e da Škoda Auto, por exemplo, onde o Grupo Volkswagen fez investimentos tanto na Espanha, como na República Tcheca, que um dia, quem sabe, volte a ser o Reino da Boêmia. Para se ter a dimensão disso, basta refletirmos que a cidade do mundo onde há o maior número de empresas alemães, seja em número e número de empregados, é a cidade de São Paulo.


São Paulo é a cidade com maior número de empresas de origem alemã do mundo. No Brasil o capital alemão representa aproximadamente 10% do PIB industrial de nosso país.

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