O Reino da Noruega não entrou na União Europeia e muito
menos na Zona do Euro. É um reino que possui características similares com a
Grã-Bretanha. Os noruegueses, tal qual os suíços, determinaram os problemas que
poderiam vir, basicamente são três, os quais agora o Reino Unido os reconhece e
que motivaram o "Brexit":
1. Estatismo governamental
A mentalidade de esquerda em muitos países,
principalmente a da França. E a ela se somaram as das demais nações da franja
no Mediterrâneo, sendo a Grécia a mais crítica. E não se pode confundir
“mentalidade de esquerda” com “bem-estar social”, são coisas distintas, o Reino
da Suécia é um bom exemplo disso, e mesmo eles estão reconhecendo isso, não tem
como dar certo. O que se deve usar para saber se um país é de esquerda ou não,
é o Heritage Index, embora não seja o mais apropriado, mas a grosso modo nos permite
acertar. Esquerda leva ao fracasso de uma nação, bem-estar social é quando o
Estado se agiganta dentro de uma nação capitalista, um é motivado pela ilusão
que pode produzir este tipo de resultado, outro é fruto, efeito, resultado,
usw, dentro de uma realidade.
2. Perda do controle dos processos de migração e
emigração.
A migração e emigração, que tornaram as nações do
continente mais vulneráveis ao terrorismo internacional, onde se destaca a
França, principalmente pelos elos de ligação que mantêm com suas ex-colônias
onde o radicalismo islâmico se faz presente, com destaque o Grupo Islâmico
Armado (GIA) al-Jama'ah al-Islamiyah al-Musallaha.
3. Desrespeito ao princípio da subsidiariedade.
A mentalidade antieuropeia que se alastra, surgiram muitos
líderes que passaram a empunhar sem remorsos a bandeira contrária a imigração
para mobilizar os eleitores descontentes, os excluídos pela globalização e
maltratados pelas convulsões da economia. Mas um pouco de razão nos motivos que
levaram os súditos da Rainha a se afastarem da EU. Eles valorizam o princípio
da subsidiariedade, e a cada novo passo das decisões da EU, o que se via era a
centralização das decisões em Bruxelas e não mais em Londres ou mesmo na cidade
onde o cidadão reside. E isso passa a desgostar cada dia mais os que defendem a
liberdade, pois burocratas passam a decidir muito e de forma contrária na vida
dos europeus como um todo, e isso é fácil de nós entendermos, pois Bruxelas
cada dia mais se aproximava a uma praga do que é Brasília para os
brasileiros. Burocratas decidindo como as pessoas devem viver, e quanto
devem pagar de impostos.
Os alemães sabem que é melhor ter os franceses ao lado,
os súditos da Rainha sabem que é melhor tê-los do outro lado do Canal da
Mancha.
Os alemães sabem que é melhor conviver e sustentar a
farra da ideologia dos franceses com seu “Liberté, Egalité et Fraternité”
ou o ultranacionalismo alavancado pelo sentimento anti-imigração e
anti-Islã.
Se os alemães mantivessem o Marco e buscassem a
aproximação com a Benelux e a Escandinávia sozinhos, fatalmente entrariam em
mais um conflito com os gauleses, a história prova isso. Os britânicos sabem o
lugar que devem ocupar no mundo e eles não aguentam a arrogância dos franceses
e como em nome da tal “Egalité” desprezam o princípio da subsidiariedade, que
lhes é mais caro. Os alemães sabem que é melhor ter os franceses como aliados,
sai mais barato e não se perdem tantas vidas. Para os alemães é melhor manter a
Comunidade Europeia unida, com a França participando ativamente. Já os súditos
da Rainha estão desgostosos com os franceses.
Longo processo de "Brexit".
Uma etapa agora se inicia, a de fazer valer o artigo 50
do Tratado de Lisboa, isso 43 anos depois da adesão, a maioria dos eleitores
britânicos decidiu que o Reino Unido deve sair da União Europeia, naquele que é
o maior golpe infligido ao projeto europeu nascido das cinzas da II Guerra
Mundial. O divórcio demorará anos a ser consumado, mas o referendo começou já a
mudar a realidade política no país e na Europa e no horizonte pairam agora, com
maior intensidade, ameaças de desagregação, assim dizem os especialistas. Eu
penso o contrário, as relações entre o Reino Unido e os Estados Unidos irão se
fortalecer, isso fará com que a Escócia e Irlanda passem a se integrar mais,
fortalecendo o Reino Unido.
Os jovens serão os mais afetados, de um lado podem abrir
oportunidades no próprio país, já que outros europeus, principalmente húngaros
e poloneses não terão mais tanta facilidade de entrarem no mercado de trabalho.
Mas os milhares de jovens do Reino Unido, por dominarem o idioma inglês, eram
os mais atraídos para empregos no continente, principalmente nas grandes
corporações com atuação mundial. Dificilmente a saída da EU não lhes fechará as
portas da Europa, mas é incerta a vida a partir de agora para os milhões de
cidadãos comunitários que vivem no Reino Unido.
Uma coisa é certa, os europeus devem refletir sobre o
princípio da subsidiariedade, pois Bruxelas não pode interferir na vida das
pessoas como está fazendo, e o que é pior, com tanta influência francesa.
O "Brexit" dará também fôlego aos alemães, pois
levará a Europa mais para o Leste, atraindo então os poloneses, húngaros e
tantos outros que antes iriam para as ilhas britânicas. E os alemães têm uma
característica mais consistente de integração, podemos citar o caso da Seat e
da Škoda Auto, por exemplo, onde o Grupo Volkswagen fez investimentos tanto na
Espanha, como na República Tcheca, que um dia, quem sabe, volte a ser o Reino
da Boêmia. Para se ter a dimensão disso, basta refletirmos que a cidade do
mundo onde há o maior número de empresas alemães, seja em número e número de
empregados, é a cidade de São Paulo.
São Paulo é a cidade com maior número de empresas de
origem alemã do mundo. No Brasil o capital alemão representa aproximadamente
10% do PIB industrial de nosso país.
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