quarta-feira, 23 de março de 2016

STF e delação da Odebrecht movimentam Brasília e os mercados.

Abre a boca Odebrecht!
Duas notícias devem cair como uma bomba no mercado nesta quarta-feira (23). A decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), de que a suprema corte deve investigar o ex-presidente Lula e o anúncio de que os executivos da Odebrecht farão delação premiada vão agitar os corredores de Brasília.
O governo, que conseguiu uma vitória ao ver seu pedido atendido pelo ministro, afirmava no pedido enviado ao STF que houve irregularidades na divulgação de grampos telefônicos envolvendo todas as pessoas com foro privilegiado sob investigação da Polícia Federal.
Zavascki determinou, na noite desta terça-feira (22), que o juiz Sérgio Moro encaminhe ao STF toda a investigação sobre Lula e devolveu o sigilo dos grampos telefônicos dos envolvidos. Dessa forma, ainda que Lula não seja ministro, passa a ter foro privilegiado.
O ministro também deu um prazo de dez dias para que Moro explique sua atuação na penúltima fase da Lava Jato, batizada de Operação Aletheia, com o objetivo de decidir o que ficará sob a tutela da Justiça Federal do Paraná, onde Moro atua, e o que ficará com o STF.
O governo venceu uma batalha, mas a guerra promete ser longa. O cenário pode ser agravado com as delações de executivos do grupo Odebrecht. Em comunicado, a empreiteira informou que decidiu fazer uma “colaboração definitiva com as investigações da Operação Lava Jato”. O senador Delcídio do Amaral indicou em sua delação premiada que "a república cai" se as empreiteiras fizerem delação.
Na luta por apoio, o governo conseguiu outra vitória após a reunião do diretório nacional do PMDB que discutirá o desembarque ser mantida para o dia 29. Com isso, a base aliada ganha mais tempo para tentar manter os peemedebistas ao seu lado.
No entanto, aliados do vice-presidente Michel Temer já avaliam quem poderia assumir o Ministério da Fazenda em um eventual governo peemedebista, segundo a Folha de S. Paulo. Henrique Meirelles e Armínio Fraga seriam os favoritos para ocupar a pasta caso Dilma seja afastada da Presidência. O objetivo é ter um nome com prestígio com o mercado financeiro no comando da área econômica do país.
O presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB), disse que só há impeachment se o crime de responsabilidade ficar caracterizado, mas a conversa nos bastidores parece ser diferente. Segundo a Folha de S. Paulo, a avaliação de Renan é de que o governo de Dilma Rousseff “não tem mais jeito”.
Nos mercados internacionais, as bolsas chinesas se recuperaram das perdas ocorridas logo após os ataques terroristas na Bélgica e encerraram em leve alta. As bolsas europeias têm leve alta e os índices norte-americanos operam próximo da estabilidade. Os preços do petróleo recuam cerca de 1%.
No mercado doméstico, o Banco Central realiza, pelo terceiro dia consecutivo, um leilão de swap cambial reverso – que equivale a compra futura da moeda. Serão aceitas propostas por até 20 mil contratos por aproximadamente US$ 1 bilhão, com vencimento em 1 de julho e 3 de outubro deste ano. O leilão ocorrerá entre 9h30 e 9h40 e o resultado será divulgado a partir de 9h50.
“O BC ofertará novo lote de contratos de swap cambial reverso, assim como reduzirá o número de contratos na rolagem do vencimento de 01/04, na tentativa de evitar a excessiva valorização do real, o que deverá produzir um efeito semelhante ao que ocorreu durante a sessão de ontem, ou seja, dólar valorizado no início dos negócios e recuo a posteriori”, afirma Ricardo Gomes da Silva, superintendente de câmbio da Correparti Corretora.

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