Abre a boca Odebrecht!
Duas notícias
devem cair como uma bomba no mercado nesta quarta-feira (23). A decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no
STF (Supremo Tribunal Federal), de que a suprema corte deve investigar o
ex-presidente Lula e o anúncio de que os executivos da Odebrecht farão delação premiada vão agitar os corredores de
Brasília.
O governo, que
conseguiu uma vitória ao ver seu pedido atendido pelo ministro, afirmava no
pedido enviado ao STF que houve irregularidades na divulgação de grampos
telefônicos envolvendo todas as pessoas com foro privilegiado sob investigação
da Polícia Federal.
Zavascki
determinou, na noite desta terça-feira (22), que o juiz Sérgio Moro encaminhe
ao STF toda a investigação sobre Lula e
devolveu o sigilo dos grampos telefônicos dos envolvidos. Dessa forma, ainda
que Lula não seja ministro, passa a ter foro privilegiado.
O ministro
também deu um prazo de dez dias para que Moro explique sua atuação na penúltima
fase da Lava Jato, batizada de Operação Aletheia, com o objetivo de
decidir o que ficará sob a tutela da Justiça Federal do Paraná, onde Moro atua,
e o que ficará com o STF.
O governo venceu
uma batalha, mas a guerra promete ser longa. O cenário pode ser agravado com as
delações de executivos do grupo Odebrecht. Em comunicado, a empreiteira
informou que decidiu fazer uma “colaboração definitiva com as investigações da
Operação Lava Jato”. O senador Delcídio do Amaral indicou em sua delação
premiada que "a república cai" se as empreiteiras fizerem delação.
Na luta por
apoio, o governo conseguiu outra vitória após a reunião do diretório nacional
do PMDB que discutirá o desembarque ser mantida para o dia 29. Com isso, a base aliada ganha mais
tempo para tentar manter os peemedebistas ao seu lado.
No entanto,
aliados do vice-presidente Michel Temer já avaliam quem poderia assumir o Ministério da Fazenda
em um eventual governo peemedebista, segundo a Folha de S. Paulo. Henrique
Meirelles e Armínio Fraga seriam os favoritos para ocupar a pasta caso Dilma
seja afastada da Presidência. O objetivo é ter um nome com prestígio com o
mercado financeiro no comando da área econômica do país.
O presidente do
Senado e do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB), disse que só há impeachment
se o crime de responsabilidade ficar caracterizado, mas a conversa
nos bastidores parece ser diferente. Segundo a Folha de S. Paulo, a avaliação
de Renan é de que o governo de Dilma Rousseff “não tem mais jeito”.
Nos mercados
internacionais, as bolsas chinesas se recuperaram das perdas ocorridas logo
após os ataques terroristas na Bélgica e encerraram em leve alta. As bolsas
europeias têm leve alta e os índices norte-americanos operam próximo da
estabilidade. Os preços do petróleo recuam cerca de 1%.
No mercado
doméstico, o Banco Central realiza, pelo terceiro dia consecutivo, um
leilão de swap cambial reverso – que equivale a compra futura da moeda. Serão
aceitas propostas por até 20 mil contratos por aproximadamente US$ 1 bilhão,
com vencimento em 1 de julho e 3 de outubro deste ano. O leilão ocorrerá entre
9h30 e 9h40 e o resultado será divulgado a partir de 9h50.
“O BC ofertará
novo lote de contratos de swap cambial reverso, assim como reduzirá o número de
contratos na rolagem do vencimento de 01/04, na tentativa de evitar a excessiva
valorização do real, o que deverá produzir um efeito semelhante ao que ocorreu
durante a sessão de ontem, ou seja, dólar valorizado no início dos negócios e
recuo a posteriori”, afirma Ricardo Gomes da Silva, superintendente de câmbio
da Correparti Corretora.
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