A prisão preventiva do ex-deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tem de ser o ponto de partida para outras de políticos
com o mesmo "pedigree". É o caso de Renan Calheiros (PMDB-AL),
presidente do Senado Federal, que responde atualmente a 12 inquéritos
no Supremo Tribunal Federal (STF), nove deles relacionados às investigações
sobre o esquema de corrupção da Petrobras, um relativo à Operação Zelotes, além
de dois que apuram irregularidades no pagamento da pensão de uma filha que o
senador teve num relacionamento extraconjugal. E vem mais por
aí. Felipe Parente, que é ligado a Sérgio Machado, ex-presidente da
Transpetro, afirmou em delação premiada que Renan Calheiros e o senador Jader
Barbalho (PMDB-PA) são beneficiários de propinas pagas entre 2004 e 2006 no
valor de R$ 5.5 milhões provenientes do esquema de desvios de
dinheiro da Petrobras. Era ele o responsável pela entrega de dinheiro em
espécie aos "quotistas". Por isso, era conhecido como o "homem da
mala do PMDB";
Convém destacar que Sérgio Machado
tornou-se delator da Operação Lava-Jato onde expôs gravações de conversas
telefônicas com Renan quando o senador alagoano falava em mudanças que seriam
feitas na lei de delação premiada com o objetivo impedir que alguém preso se tornasse
relator. Um agravante está no fato de as propinas serem originárias das
empresas Queiroz Galvão e UTC, "estrelas " da Operação Lava-Jato.
Como não podia deixar de ser, mesmo com todas as evidências e delações, tanto
Renan como Jader desmentem tudo. O primeiro afirma que sequer conhece Felipe
Parente, enquanto o segundo garante que nunca recebeu dinheiro das mãos de
Sérgio Machado, indicado por Renan Calheiros para presidir a Transpetro deu
mais uma informação que não favorece em nada a Renan ao dizer que era
requisitado pelo presidente do Senado para providenciar mensalmente dinheiro
para sustentação política dele e de seu grupo. Era muito dinheiro. O Brasil
espera que o Supremo cumpra o seu dever: julgar, condenar e prender Renan
Calheiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário