Defensores das ações promovidas por
uma organização criminosa agora tentam atribuir a seus adversários
responsabilidade pela tragédia que matou Lucas Eduardo Araújo Mota, de 16 anos.
Aconteceu o que as
pessoas sensatas temiam. As invasões de escolas no Paraná já têm um cadáver:
trata-se do garoto Lucas Eduardo Araújo Mota, de 16 anos, assassinado na escola
Santa Felicidade, em Curitiba, por um outro invasor, este de 17 anos. Segundo a
apuração da polícia, ambos haviam consumido uma droga conhecida por “balinha”.
“Bala” é o nome que se dá ao ecstasy. Lucas foi atacado no pescoço com uma
faca. O assassino fugiu, mas foi capturado pela polícia. A Santa Felicidade é
uma das mais de oitocentas escolas invadidas no Paraná pelo PT e pela extrema
esquerda. Cada unidade conta com não mais de duas dezenas de truculentos, que
impedem o funcionamento normal das aulas. O governador do Estado, Beto Richa
(PSDB), emitiu uma nota de solidariedade à família e pediu o fim das invasões.
Uma cadeia de ações e omissões criminosas conduziu a esse fim. O episódio
trágico demonstrou, uma vez mais, que as esquerdas não têm limites nem qualquer
senso de moralidade. Acreditem: embora o crime tenha acontecido numa escola
invadida a que pessoas contrárias à invasão não têm acesso; embora assassino e
assassinado fizessem parte da ocupação criminosa promovida pelo PT e pelas
esquerdas; embora esses meliantes estejam com as mãos sujas de sangue do ponto
de vista moral, os defensores do movimento tentavam acusar, nesta segunda, seus
adversários pelo episódio.
As declarações
compõem o repertório das coisas mais asquerosas que já li. Uma tal Tânia
Mandarino, que, segundo a Folha, é advogada e defende voluntariamente as invasões,
deu a seguinte declaração: “Esse colégio não tem faca, não tem armas. A culpa
dessa morte é do governo do Paraná, que está incitando a violência contra as
ocupações”. Não é possível que essa senhora possa fazer tal declaração sem que
lhe sobrevenham consequências. O governo do Estado está moralmente obrigado a
representar contra ela na OAB.
O que ela sugere? Que
a faca foi plantada na escola pelo governo? Que o assassino agiu sob o mando de
quem não queria a invasão?
Calma que o show de
imposturas ainda não terminou. Vejam o que diz Loren Júlia, professora de
português: “Esse colégio estava numa verdadeira paz. Tem todas as regras na
entrada. Um cartaz em frente ao colégio diz: ‘Proibidos artigos ilícitos dentro
da instituição. Favor deixar na portaria. Não resista’.” Ora, professora, é
claro! Basta haver um cartaz, e tudo está resolvido.
Mais: o que quer
dizer um colégio invadido em paz? A professora de português acha que uma escola
está em paz quando nem ela própria pode dar aula? A propósito: essa gente
recebe salário em paz?
O Movimento Ocupa
Paraná, uma miríade de grupelhos de extrema esquerda, deu uma declaração
revoltante. Afirmou que a vítima “não era um dos estudantes que ocupava a
escola” e que uma vida foi perdida para “o ódio, a intolerância e a violência”.
Entendi: o morto estava no lugar errado. O assassino era da escola. Estava no
lugar certo.
É espantoso.
Nesta terça, grupos
de pais de alunos se mobilizam em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Irati
para tentar retomar as escolas. Eu já havia denunciado aqui que membros do MBL
tentaram entrar nos estabelecimentos para dialogar com os estudantes e foram
agredidos por trogloditas. Na sexta, em Londrina, o Conselho Tutelar impediu o
acesso de pais às escolas. Os senhores desse órgão alegaram que a assembleia de
estudantes era soberana para decidir quem podia e quem não podia entrar.
Na Santa Felicidade,
entraram um futuro assassino e um futuro assassinado.
Os maiores de idade
que comandam essas invasões têm de ser identificados e acusados por aquilo que
praticam: organização criminosa.
Não dá mais para
tolerar. Hoje, os grupos que defendem e promovem as invasões das escolas estão
com as mãos sujas de sangue. Era o que eles queriam desde sempre. Só que
esperavam que o cadáver fosse produzido pela polícia. Aí, então, poderiam
tentar parar as escolas de todo o país.
Essa gente é um lixo
moral e merece o repúdio das pessoas decentes.
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