Forte
crescimento, baixa inflação, e uma estável situação de segurança são os bons
sinais que juntos favorecem o reconhecimento da economia israelense e propiciam
a nova classificação de risco da agência americana.
A economia de Israel vai indo bem o suficiente para o país ser agora
considerado como de “alta-renda” depois de décadas de dificuldades em que teve
que se acostumar a lidar com a animosidade de uma vizinhança pouco ou quase
nada civilizada e em domar uma natureza e um clima xerófito, segundo a agência
americana de classificação de riscos Standard e Poor’s (S&P) na sua mais
recente avaliação do estado fiscal do país.
Em sua classificação de risco, a S&P disse que, “com o atual rendimento per
capita de mais de 38 mil dólares/ano, os israelenses agora gozam de uma
‘economia de alta renda’, que ainda apresenta uma tendência de crescimento
continuado de seus índices econômicos e sociais”.
Ainda melhor para este povo valoroso e disciplinado:
a S&P espera que o rendimento per capita apresente um crescimento que pode
chegar ao patamar de algo em torno de 42 mil dólares/ano, por volta de 2017. Há
apenas cinco anos atrás, esse índice era perto de 28 mil dólares/ano.
Segundo a agência de risco econômico americana, “isso se deve à economia
diversificada e próspera de Israel”... Com uma boa mistura de investimentos
privados e apoio estatal nos setores manufatureiros e de alta tecnologia, e
também ao trato judicioso das despesas públicas por parte de seus governos,
apesar do alto investimento feito em suas forças armadas de defesa, por motivos
óbvios.
Para aumentar a força dessa economia, está crescendo a olhos vistos a produção
de gás natural on land e off-shore, uma das poucas
riquezas naturais do subsolo do país.
Em sua avaliação, a S&P afirmou que, no curto, médio e longo prazo, a
classificação da moeda israelense deverá se manter no nível técnico conhecido
como Taxas de Crédito Soberano de A+/A-1.
“A economia do país é estável, e suas perspectivas de crescimento são boas,
bastando apenas que Israel continue a contar com governos sérios e austeros na
lida com o dinheiro público”, disse agência.
Acrescentando que o crescimento é o esforço extra a que o governo de Tel Aviv
se dedica a reduzir sua dívida em relação ao PIB. Atualmente, os números se
situam em 67%, que é considerado razoável pela agência em relação aos padrões
internacionais, e a expectativa é que eles caiam para 61% do PIB por volta de
2017, especialmente se as taxas de juros básicos da economia não sofrerem altas
significativas. A inflação é esperada que permaneça baixa, bem como os demais
índices econômicos, que deverão se situar entre 1,4 e 2,5% previstas até 2017.
Dois fatores têm puxado Israel para trás. Os riscos geopolíticos, é claro, são
sempre um fator considerável, mas, a menos que as coisas se deteriorem
significativamente, a questão da segurança interna não mostra uma tendência a
ter um impacto maior na economia. Mesmo que outros fatores não sejam
importantes – disse a agência - “as recentes tendências (geopolíticas) têm sido
favoráveis a Israel”. No entanto, a S&P disse que “deve considerar a
elevação do grau de risco de Israel caso isso proporcione mais progresso
material na eliminação de riscos externos à segurança do país”. Segundo a
S&P, tal progresso teria implicações positivas para a estabilidade
doméstica, para o crescimento econômico, e para a confiança dos
investidores.
O segundo maior fator para a economia israelense tem sido o fortalecimento do
‘shekel’ perante as principais moedas fortes do mundo, o que tem sustentado o
crescimento doméstico. O Banco Central de Israel tem cumprido a tarefa de leão
para manter o valor da moeda nacional, o shekel, perante o dólar e o euro, mas
a S&P acredita que tal esforço está ficando sem combustível. “Não estamos
mais a ver o shekel como uma moeda de flutuação livre e esperamos que o Banco
Central judaico se torne progressivamente intervencionista”, diz a declaração.
Isto vai ser necessário na medida em que uma ‘política BOI’ (Board Of
Investiment) para manter a moeda até agora “tem falhado em se tornar
basilar e aplacar a rápida valorização no setor da construção civil, pelo que,
ao que parece, ela envolve riscos sistêmicos”.
De um modo geral, no entanto, as coisas estão definitivamente a favorecer a
economia de Israel, segundo a S&P, e são mais auspiciosas do que ocorrem em
muitos países maiores e com muito mais recursos naturais do que essa estreita
nesga de terra semiárida no deserto da Terra de Canaã.
A agência diz ainda que, “o panorama de estabilidade e produtividade do país
reflete o relativo consenso existente dentro do governo de Israel de consolidar
as finanças públicas que continuarão a ancorar o planejamento fiscal a reduzir
paulatina e continuadamente a dívida estatal perante o PIB nacional. Também
esperamos que o impacto dos riscos da segurança interna sobre a economia de
Israel permaneça contido”.
*Francisco Vianna, com imprensa internacional.
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