domingo, 30 de março de 2014

Israel adquire novo status econômico.


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Vista de Tel Aviv do Mediterrâneo
            Forte crescimento, baixa inflação, e uma estável situação de segurança são os bons sinais que juntos favorecem o reconhecimento da economia israelense e propiciam a nova classificação de risco da agência americana.

            A economia de Israel vai indo bem o suficiente para o país ser agora considerado como de “alta-renda” depois de décadas de dificuldades em que teve que se acostumar a lidar com a animosidade de uma vizinhança pouco ou quase nada civilizada e em domar uma natureza e um clima xerófito, segundo a agência americana de classificação de riscos Standard e Poor’s (S&P) na sua mais recente avaliação do estado fiscal do país.

            Em sua classificação de risco, a S&P disse que, “com o atual rendimento per capita de mais de 38 mil dólares/ano, os israelenses agora gozam de uma ‘economia de alta renda’, que ainda apresenta uma tendência de crescimento continuado de seus índices econômicos e sociais”.
Ainda melhor para este povo valoroso e disciplinado: a S&P espera que o rendimento per capita apresente um crescimento que pode chegar ao patamar de algo em torno de 42 mil dólares/ano, por volta de 2017. Há apenas cinco anos atrás, esse índice era perto de 28 mil dólares/ano.
            Segundo a agência de risco econômico americana, “isso se deve à economia diversificada e próspera de Israel”... Com uma boa mistura de investimentos privados e apoio estatal nos setores manufatureiros e de alta tecnologia, e também ao trato judicioso das despesas públicas por parte de seus governos, apesar do alto investimento feito em suas forças armadas de defesa, por motivos óbvios.

            Para aumentar a força dessa economia, está crescendo a olhos vistos a produção de gás natural on land e off-shore, uma das poucas riquezas naturais do subsolo do país.

            Em sua avaliação, a S&P afirmou que, no curto, médio e longo prazo, a classificação da moeda israelense deverá se manter no nível técnico conhecido como Taxas de Crédito Soberano de A+/A-1.

            “A economia do país é estável, e suas perspectivas de crescimento são boas, bastando apenas que Israel continue a contar com governos sérios e austeros na lida com o dinheiro público”, disse agência.
            Acrescentando que o crescimento é o esforço extra a que o governo de Tel Aviv se dedica a reduzir sua dívida em relação ao PIB. Atualmente, os números se situam em 67%, que é considerado razoável pela agência em relação aos padrões internacionais, e a expectativa é que eles caiam para 61% do PIB por volta de 2017, especialmente se as taxas de juros básicos da economia não sofrerem altas significativas. A inflação é esperada que permaneça baixa, bem como os demais índices econômicos, que deverão se situar entre 1,4 e 2,5% previstas até 2017.

            Dois fatores têm puxado Israel para trás. Os riscos geopolíticos, é claro, são sempre um fator considerável, mas, a menos que as coisas se deteriorem significativamente, a questão da segurança interna não mostra uma tendência a ter um impacto maior na economia. Mesmo que outros fatores não sejam importantes – disse a agência - “as recentes tendências (geopolíticas) têm sido favoráveis a Israel”. No entanto, a S&P disse que “deve considerar a elevação do grau de risco de Israel caso isso proporcione mais progresso material na eliminação de riscos externos à segurança do país”. Segundo a S&P, tal progresso teria implicações positivas para a estabilidade doméstica, para o crescimento econômico, e para a confiança dos investidores.

            O segundo maior fator para a economia israelense tem sido o fortalecimento do ‘shekel’ perante as principais moedas fortes do mundo, o que tem sustentado o crescimento doméstico. O Banco Central de Israel tem cumprido a tarefa de leão para manter o valor da moeda nacional, o shekel, perante o dólar e o euro, mas a S&P acredita que tal esforço está ficando sem combustível. “Não estamos mais a ver o shekel como uma moeda de flutuação livre e esperamos que o Banco Central judaico se torne progressivamente intervencionista”, diz a declaração.
            Isto vai ser necessário na medida em que uma ‘política BOI’ (Board Of Investiment) para manter a moeda até agora “tem falhado em se tornar basilar e aplacar a rápida valorização no setor da construção civil, pelo que, ao que parece, ela envolve riscos sistêmicos”.
            De um modo geral, no entanto, as coisas estão definitivamente a favorecer a economia de Israel, segundo a S&P, e são mais auspiciosas do que ocorrem em muitos países maiores e com muito mais recursos naturais do que essa estreita nesga de terra semiárida no deserto da Terra de Canaã.
            A agência diz ainda que, “o panorama de estabilidade e produtividade do país reflete o relativo consenso existente dentro do governo de Israel de consolidar as finanças públicas que continuarão a ancorar o planejamento fiscal a reduzir paulatina e continuadamente a dívida estatal perante o PIB nacional. Também esperamos que o impacto dos riscos da segurança interna sobre a economia de Israel permaneça contido”.
*Francisco Vianna, com imprensa internacional.

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