Em Varsóvia, presidente dos EUA alerta para agressões contra aliados e reforça apoio à Ucrânia. "Não aceitaremos a ocupação da Crimeia e a violação da soberania ucraniana."
Em discurso na capital polonesa, Varsóvia, nesta quarta-feira (04/06), o presidente dos EUA, Barack Obama, desaconselhou a Rússia de agredir qualquer um dos países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Ele evocou o Artigo 5º do tratado da Otan, segundo o qual quem ataca um dos aliados, ataca a todos. A anexação da península da Crimeia, até então pertencente à Ucrânia, teria mostrado que as nações livres precisam se manter unidas, disse o presidente. "Futuras provocações da Rússia apenas significarão mais isolamento e custos para a Rússia", afirmou.
"Nações maiores não podem ter permissão de assediar as menores, ou impor sua vontade a ponta de fuzil, com homens mascarados ocupando edifícios. E um golpe de pena jamais legitimará o roubo das terras de um vizinho. Não aceitaremos a ocupação russa da Crimeia e a violação da soberania ucraniana", anunciou.
Condenando as "táticas obscuras do século 20", segundo ele empregadas por Moscou, Obama enfatizou que "os dias de impérios e de esferas de influência se foram". Ele falou protegido por vidro blindado, durante as comemorações dos 25 anos das primeiras eleições parcialmente democráticas na Polônia, em 4 de junho de 1989.
Putin rebate
"Assim como a Lituânia e a Romênia, a Polônia nunca estará sozinha", prometeu o presidente, mas terá a seu lado os Estados Unidos, como maior potência militar do mundo, e, com a Otan, uma aliança indestrutível.
"Estas não são apenas palavras, são compromissos indissolúveis", reforçou o político democrata, ressalvando que a força da Aliança Atlântica não se dirige como ameaça a outros países.
A partir da cidade russa de Sochi, no Mar Negro, o presidente Vladimir Putin acompanhou os eventos em Varsóvia. Em entrevista à emissora francesa TF1, ele acusou o governo americano de "falsa virtude", por sua tentativa de isolar Moscou devido à crise na Ucrânia.
"Quase não temos soldados no exterior, mas há bases militares dos EUA por todo o mundo", argumentou o chefe do Kremlin. Segundo ele, os americanos "se imiscuem nos assuntos internos deste e daquele país. Desse jeito, é difícil nos acusar de abuso".
AV/ap/afp
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