O senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou nesta terça-feira (29) as negociações que o governo da presidente Dilma Rousseff tem feito com os partidos da base aliada para a reforma ministerial, que pretende anunciar ainda nesta semana. Para o tucano, a presidente distribui "nacos de poder como em uma feira livre" para quem "der a melhor oferta".
"(A reforma) está tendo como resultado a desqualificação ainda maior de um governo muito pouco qualificado. A forma como a presidente da República está distribuindo nacos de poder, como em uma feira livre, distribuindo para quem der a melhor oferta áreas de tamanha relevância como o Ministério da Saúde sendo trocado por 20, 30 votos, o Ministério da Infraestrutura por outros 10 votos. É a negação de tudo o que o Brasil precisava estar vivendo. Essa era a oportunidade do retorno à meritocracia", afirmou o senador.
Aécio acusou Dilma de ter dito durante a campanha eleitoral do ano passado que o chamado "toma lá, dá cá" da política nacional estava encerrado mas disse que a prática voltou "com toda a velocidade e profundidade". "A presidente da República acha que governa mas é governada pela pior das lógicas, do toma lá, dá cá", disse.
O tucano criticou ainda a possibilidade de o governo retirar o status de ministério da CGU (Controladoria-Geral da União) na reforma administrativa e chamou a iniciativa de "criminosa". Entre as ideias que já foram apresentadas uma seria alocar a pasta, responsável pelo controle interno dos atos de todos os ministérios, sob a guarda da Casa Civil ou da Justiça.
"Ao retirar o status ministerial e ao submetê-lo a dois ou três ministérios, fatiar, é fazer o trabalho daqueles que não querem fazer apuração nenhuma. No momento em que fica subordinado a órgãos de estado, decisão para de ser técnica e passa a ser política", disse.
Para Aécio, a medida seria um estímulo a não apuração de casos de corrupção que envolvem o governo. "Tirar o status ministerial da Controladoria é estimular a não apuração, não investigação das inúmeras denúncias que recaem sobre o governo nos Estados, portanto, teria sido melhor se a presidente sequer fizesse a reforma", disse. ( Folha )
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