domingo, 17 de setembro de 2017

A fabulosa máquina de propaganda da esquerda.

A esquerda desfruta de forte hegemonia nos estabelecimentos educacionais, nos veículos de comunicação e nos círculos artísticos e intelectuais dos Estados Unidos, do Brasil e das demais nações democráticas. Como consequência, os seus militantes e simpatizantes estão aptos a selecionar, suprimir, distorcer e falsear os fatos conforme a sua conveniência política praticamente sem encontrar qualquer oposição. Desta forma, a esquerda tem sido extremamente bem sucedida em disseminar narrativas compostas por meias verdades e/ou mentiras.
A título de exemplo, considere as maneiras pelas quais o jornal The New York Times noticiou os falecimentos de dois ditadores, o chileno Augusto Pinochet e o cubano Fidel Castro. Seguem-se as manchetes (traduzidas para o português por este autor) de duas reportagens disponíveis no site daquele periódico.
Evidentemente, a imprensa brasileira jamais aceitaria ser menos ‘progressista’ do que a norte-americana. Seguem-se manchetes similares disponíveis no site de O Globo.
A mensagem é clara: Pinochet foi inequivocamente mais sanguinário do que Fidel. O único problema é que, conforme discutido nos próximos três parágrafos, isso é mentira.
Pinochet chegou ao poder, através de um golpe militar, em setembro de 1973. Em março de 1990 ele foi sucedido por Patricio Aylwin, que havia sido eleito democraticamente em dezembro do ano anterior. Ou seja, a ditadura chilena durou um pouco menos de 17 anos. Por outro lado, a guerrilha liderada por Fidel Castro se tornou vitoriosa em janeiro de 1959. Desta forma, a tirania instaurada por Fidel e os seus cúmplices já completou 58 anos.
Segundo a reportagem do The New York Times, o governo de Pinochet foi responsável pela morte ou desaparecimento de 3200 opositores. Contudo, de acordo com as informações disponíveis em O Livro Negro do Comunismo, entre 7 e 10 mil cubanos foram mortos por motivos políticos somente durante a década de 1960. Esses números se tornam ainda mais impressionantes quando se leva em conta que a população do Chile sempre foi maior do que a de Cuba durante o período em análise.
Em síntese, afirmar que Pinochet foi um ditador brutal e dizer que Fidel foi um destemido revolucionário consiste, na melhor das hipóteses, em obscurecer a verdade. Fidel foi muito mais sanguinário do que Pinochet. Adicionalmente, a ditadura ainda vigente em Cuba tem se mostrado muito mais duradoura do que aquela que existiu no Chile. E pensar que alguns esquerdistas ainda têm a desfaçatez de dizer que o The New York Times e O Globo são veículos de direita…
O resultado das sub-reptícias campanhas de satanização de Pinochet e endeusamento de Fidel realizadas pela militância esquerdista infiltrada nas universidades, escolas, redações e editoras e nos estúdios e palcos é que hoje o primeiro é reconhecido mundialmente como um tirano, ao passo que o segundo é visto como um líder respeitável. Ou seja, a verdade foi completamente distorcida de forma a se adequar a uma narrativa que fosse conveniente aos interesses da esquerda.
O caso discutido acima é apenas um dentre vários. Por exemplo, os EUA são repetidamente criticados (erroneamente, diga-se de passagem) pela sua intervenção militar no Vietnã. Contudo, o seu decisivo papel na Guerra da Córeia, o qual salvou a metade sul da península de virar um inferno socialista similar ao existente no norte, é simplesmente ignorado. O que dizer então do bloqueio de Berlim Ocidental e do seu surpreendente abastecimento por aviões em 1948 e 49? Não fosse pela decisiva ação dos norte-americanos, aquela cidade teria sido incorporada à Alemanha Oriental. Porém, como esse episódio é incompatível com a agenda esquerdista, ele é suprimido pela intelligentsia.
Quando a distorção e a omissão não são suficientes para avançar a sua agenda totalitária, os esquerdistas não hesitam em inventar fatos que lhes sejam convenientes. Por exemplo, afirma-se despudoradamente que “a pobreza é uma invenção do capitalismo“. Sejamos claros: essa afirmativa é simplesmente absurda!
A título de ilustração, considere a expectativa de vida ao nascer. De acordo com Angus Maddison (Contours of the World Economy 1–2030 AD: Essays in Macro-Economic History, p. 38), estima-se que em 1700 esse indicador era aproximadamente igual a 38 anos na Inglaterra, que na época era provavelmente a mais rica nação do planeta. Estão disponíveis no site do Banco Mundial informações referentes à estatística em questão para 195 países em 2015. No Japão, nos EUA e em outras nações desenvolvidas, esse indicador foi superior a 78 anos. A Suazilândia apresentou o valor mais baixo, 49 anos. A média mundial foi igual a 72 anos.
O parágrafo anterior deixa claro o seguinte fato: uma criança nascida hoje, seja qual for o país, viverá em média muito mais do que um inglês nascido há 317 anos. A quem devemos atribuir isso? Marx? Lenin? Stalin? Mao? Fidel? Hugo Chávez? Ou então ao supremo líder Kim Il-Sung? Não seria esse fenômeno mais uma das grandiosas realizações do socialismo? É evidente que não. Isso se deve ao progresso científico e ao crescimento econômico proporcionados pelo capitalismo.
A evolução histórica da renda mundial leva a conclusões similares. Os dados disponibilizados na tabela 2.1 (p. 70) do já citado texto de Angus Madison permitem concluir que a renda per capita mundial em 1820 era aproximadamente 18% superior à de 1500. Por outro lado, em 2003 o indicador em questão excedeu o seu valor em 1820 por surpreendentes 887%. Essas cifras apenas refletem um fato que é bem conhecido pelos economistas: o advento da revolução industrial acelerou consideravelmente o crescimento econômico e deu início um período de prosperidade absolutamente ímpar na história da humanidade.A breve discussão acima deixa claro que a noção de que em priscas eras o homem vivia na opulência é falsa. É incorreto afirmar ou sugerir que o capitalismo nos jogou na pobreza. Na verdade, exatamente o contrário ocorreu. O capitalismo nos resgatou da miséria e nos proporcionou, mesmo que de forma desigual, prosperidade e riqueza a níveis simplesmente inimagináveis para os nossos antecessores.
Contudo, o mais impressionante feito dos apóstolos da tirania vermelha consiste em convencer, até mesmo nos EUA, um número considerável de pessoas de que o sistema dos seus sonhos é preferível ao capitalismo. É realmente surpreendente como se consegue esconder que o socialismo é um regime totalitário e homicida que levou, sem uma única exceção, à miséria e à morte em todos os locais em que foi implantado. Há que se tirar o chapéu para a fabulosa máquina de propaganda da esquerda…

Alexandre B. Cunha

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