segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Os antibrasileiros


“Venezuela e  Brasil avaliam postos militares conjuntos na fronteira” (Jornal do Brasil online, 25/1/2012)
 Pensar que as  esquerdas brasileiras, no poder, tornar-se-iam um exemplário de virtudes,       aplacando o instinto de vindita e tornando condescendente a sua ótica em relação às Forças Armadas, é ser demasiado romântico para não reconhecer a grande célula vermelha, em que se transformou Brasília.
Imutável, porque monolítico, permanece o propósito das esquerdas de manter a ignara sociedade brasileira como força motriz na  concretização do plano obstinado de permanência, ad aeternum, no governo desta já enxovalhada república.
Ambos se completam, povo e governo eleitores e eleitos ambos predadores do país ambos se deleitam na indisciplina, na deseducação, no jeito sem-vergonha de ser, em todos os momentos de suas míseras vidas.
Portanto, é ilusão pensar que o miniministro da defesa tenha algum planejamento para consolidar a soberania do país. Que esteja imbuído de interesse em proteger as fronteiras das duas Amazônias,       a Verde e a Azul. Que venha a se manifestar em favor da proteção das riquezas minerais que se esvaem pelas ações piratas, por acordos lesivos, tudo admitido pelos dirigentes apátridas.
A indiferença com que são tratados os assuntos respeitantes ao Estado Brasileiro dá a justa medida       da pobreza cultural, da negação de civismo, do impatriótico comportamento dos congressistas, dos governantes e do ignóbil povo que os elege. A afinidade moral entre votantes e votados responde pela permanência, no poder, quase uma vitaliciedade, de arqueológicas figuras políticas, eméritas na arte da troca de favores e especialistas no fatiamento do tesouro público.
O que impressiona na vida política nacional é a ausência total de notícias favoráveis ao país e às Forças Armadas e, quando falo nelas, refiro-me, particularmente, ao Exército, alvo contínuo da saraivada de estúpidas medidas com as quais o embaixador, arremedo de ministro, tenta encobrir a desfaçatez de não estar em marcha um real plano de defesa nacional. É notória a displicência, a lerdeza, a  irresponsabilidade com que o MD trata a questão da proteção dos territórios continental e marítimo. A razão desse descaso ficou clara, agora.
A notícia vem de chofre e informa que, em março, será realizada uma “reunião dos Estados-Maiores conjuntos de ambos os países”, a fim de ‘discutirem’ a proteção das fronteiras, agregando militares brasileiros e venezuelanos.
Celso Amorim, ministro, age como Celso Amorim, embaixador. Não há, na notícia, alusão à presença, em Caracas, de algum militar brasileiro em sua companhia, para participar da discussão deste       plano descabido de defesa, porém, há referência a “outros altos oficiais militares” que, deduz-se, sejam venezuelanos. Neste caso, pode-se admitir uma segunda dedução, a de que o acordo já esteja praticamente selado. As perguntas instigantes têm que ser feitas: se os postos serão conjuntos,       por que não seguiram com o ministro “altos oficiais militares” brasileiros? Ou prevalecerão nos postos os bolivarianos? Por que o homem tem horror ao verde-oliva e admira o cáqui?
Essa armação castelhanada leva a crer que os militares brasileiros, designados pelo ministrículo[1]       para irem a Caracas, em março, apenas, balançarão a cabeça em sinal de assentimento.
Não desiste a malta petista de tentar, a todo o custo, a integral contaminação dos militares brasileiros com a insidiosa doutrina bolivariana, como forma de levá-los à frouxidão disciplinar pela promiscuidade ideológica. Só com o aliciamento total dos militares do Exército, só com a submissão servil desta Força, é que as esquerdas, sinistras hordas de vândalos da moralidade, poderão submeter toda a nação  aos seus mais sórdidos caprichos. Somente com a queda do Exército, o       Brasil será inteiramente dominado. Eles sabem disso. Por isso, criam  planos de infectar a Força com o que há de pior na América ibérica e mantêm um contínuo ataque por vias periféricas aos três postulados que a Força Terrestre tem de mais caros: a disciplina, a hierarquia, e o ensino       militar de seus Colégios e de suas Academias.
Indisciplina, adoção de cacoetes e chavões vermelhos, estas são a verdadeira essência, das futuras       ações conjuntas entre venezuelanos e brasileiros, com vistas à formação de unidades militares sem identidade, sem nacionalidade.
É uma nova maneira de eliminar as fronteiras brasileiras, criando mais uma terra contínua, não de falsos ianomâmis, porém, uma extensão da Venezuela no Brasil, quando se permitirá a entrada em território nacional de qualquer meliante travestido de militar venezuelano-cubano, perdendo o país mais uma parcela de sua soberania.
Outra ameaça paira sobre o ensino autóctone das sérias Escolas Militares brasileiras com a inclusão no pacote de más intenções do ministro, de um intercâmbio entre elas e as outras escolas militares do seu amigo Chávez e, incluso, como promoção de venda do país, o de aperfeiçoamento de oficiais. Aperfeiçoar oficiais brasileiros com ensinamentos bolivarianos?
Como veem este acordo o Comandante do Exército e o CMA? Vão permitir mais esta ação de       lesa-pátria, disfarçada de ‘cooperação’ para que se concretizem as palavras do ministro venezuelano, Henry Rangel Silva, de que “vamos conseguir que as nossas Forças Armadas se complementem”? Ministro este, cuja vida pregressa levantada pelos americanos, não surpreende, por satisfazer as exigências do conceito de mérito das esquerdas: quanto pior, mais satisfaz a causa.
O Brasil não pode ser usado como patrimônio particular de governantes afinados com regimes opressores, mesmo sendo usuários da mesma carteirinha vermelha de identificação. O Brasil não pode ficar submetido a alianças com a indigência latino-americana. O Brasil paira acima das idiossincrasias, do egocentrismo de revoltados agentes de bastardas ideologias, as quais desejaram impor pelas armas e, agora, pelos acordos que, certamente, trarão mais prejuízos aos combalidos cofres da Nação.
E por falar em “cofres da Nação”, a Rousseff, em Cuba, reproduzindo a prodigalidade do seu mentor, já prometeu escancarar o       erário brasileiro, como se fosse particular seu, para ajudar Fidel na       reforma do porto de Mariel, nas imediações de Havana. Além dessa infâmia       com o dinheiro do contribuinte, médicos cubanos virão ocupar postos nos hospitais públicos brasileiros, segundo notícia radiofônica, naturalmente pagos com o dinheiro da parte contribuinte da sociedade. Como se não       bastasse, “o Brasil vai financiar fábricas de remédios em Cuba”, (Estadão online, 31/1/20120), enquanto a saúde pública no Brasil, por redução de verbas no setor, permanece ao rés do chão.
Pelo caminhar da carruagem, não será surpresa se surgir a notícia de militares cubanos (já existem na Venezuela) nos postos de fronteira, juntos com seus congêneres venezuelanos, tomando posições-chave de comando em detrimento dos militares brasileiros que, isto acontecendo, terão de ficar de boca fechada, numa cativa obediência à Amorim, aos guerrilheiros Genoíno e Dilma, para não perderem as suas ‘grandes’ funções de comando.
Quem pensou que era piada a velha história sobre o imenso território brasileiro e a resposta de Deus: “Vocês vão ver o povinho que vou pôr lá”, já compreendeu a razão do mau humor divino. Irreverente, desrespeitoso, incivil, primário, este povo serve, pelo menos, como       exemplo do que deu errado no momento em que do caos fez-se a luz.
[1] Ministro incapaz, inepto,insignificante.
* Aileda de Mattos Oliveira - Prof.ª Dr.ª em Língua Portuguesa. Articulista do Jornal Inconfidência. Membro da Academia Brasileira de Defesa.

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