Além das obras tão badaladas da Transposição do Rio São Francisco, cujo trabalhos estão parados e sobre as quais escrevi Esgoto a céu aberto (24/3), vou tomando conhecimento que nada está funcionando no governo Dilma Rousseff, a não ser suas destemperadas grossuras.
Os programas usados na sua campanha eleitoral, estão paralizados ou com realizações pífias.
As quatro principais hidrelétricas planejadas pelo governo na Amazônia -valor estimado em R$ 56,6 bilhões- estão com projetos paralisados.
No dia 29/3, operários dos dois principais canteiros de Belo Monte, no rio Xingu (PA), interromperam atividades. O movimento foi motivado por reivindicações trabalhistas. No rio Madeira (RO), as usinas de Jirau e de Santo Antônio enfrentam greves que, mesmo consideradas ilegais, não chegaram ao fim.
Também dias antes, a usina de Teles Pires, na divisa entre Mato Grosso e Pará, teve obras suspensas pela Justiça Federal.
O Ministério de Minas e Energia afirma que as paralisações causam “pequenos atrasos conjunturais” que não impactarão o suprimento de energia a longo prazo. É…, pode ser!
Outro dos grandes programas, do qual foi feito uso eleitoreiro, Minha Casa Minha Vida, está numa situação que seria cômica, se não fosse trágica.
Prédios, vilas e até bairros fantasmas podem ser encontrados Brasil afora. São construções novas, prontas para receber a população mais pobre, que só não estão ocupadas por falta de energia elétrica. Ao todo, mais de cem mil residências construídas para atender à faixa de renda mais baixa do programa Minha Casa, Minha Vida estão concluídas, mas sem moradores. Esses imóveis estão à espera apenas da ligação da energia para serem ocupados.
Em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, encontra-se um exemplo do problema que compromete os resultados do principal programa habitacional do governo Dilma Rousseff. Em abril de 2011, a incorporadora Faleiros pediu à distribuidora EDP Bandeirante a ligação elétrica de três empreendimentos com cerca de 500 unidades residenciais no valor de até R$ 52 mil cada, para moradores com renda de até três salários mínimos, beneficiados pelo programa. A ligação foi feita em um dos empreendimentos há poucas semanas e os outros dois ainda continuam sem energia elétrica.
Problemas similares foram verificados em Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte.
A “presidenta”, num arroubo etílico de seu antecessor, foi cognominada de A mãe PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mas na realidade está se revelando um malvada madrasta.
O Programa não tem feito jus ao nome quando o assunto é saneamento. Estudo inédito do Instituto Trata Brasil mostra que apenas 7%, ou oito das 114 obras voltadas às redes de coleta e sistemas de tratamento de esgotos em municípios com mais de 500 mil habitantes, estavam concluídas em dezembro de 2011. O levantamento aponta ainda que 60% estão paralisadas, atrasadas ou não foram iniciadas. Os dados foram fornecidos por Ministério das Cidades, Caixa Econômica Federal, Siafi (Sistema Integrado de Informação Financeira do governo federal) e BNDES. As 114 obras totalizam R$ 4,4 bilhões.
O PAC foi lançado em 2007 e nem 10% das obras foram concluídas em 2011. Houve deficiência grande na qualidade dos projetos enviados ao governo federal e muitos tiveram que ser refeitos.
Segundo o Trata Brasil, o Norte tem 100% das obras do PAC paralisadas, seguido por Centro-Oeste (70%) e Nordeste (34%).
Como se pode constatar, o governo, por incompetência, não anda para frente, mas em compensação, para traz, o faz em vertiginosa velocidade.
*Giulio Sanmartini, no blog prosaepolitica
(*) Fotomontagem: Dilma promovendo o PAC e o Minha Casa Minha Vida
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