Líder do PT acha “natural” montar farsa pois Senado não é delegacia de polícia
Humberto Costa, líder do PT no Senado, acha uma “bobajada” essa coisa de montar um teatro na CPI. Fonte: GLOBO
A emenda saiu pior do que o soneto. Ao tentar defender o indefensável, os petistas perderam de vez as estribeiras que nunca tiveram, mas que fingiam ter. O líder do PT no Senado, Humberto Costa, achou tudo muito “natural”, e fez aquilo que seu partido é mestre em fazer: acusar os outros de práticas similares. Falso. Jamais tivemos um caso como este, com provas visuais mostrando uma completa encenação em uma CPI. Costa disse, após chamar tudo de “bobajada”:
Essa aqui é uma casa política e não uma delegacia de polícia. Estamos aqui para investigar, mas também para defender o governo que está aí e que elegemos. Qual é a farsa? Qual é a fraude nisso? Onde está o erro de funcionários da Petrobras fornecerem à CPI informações? As assessorias existem para isso. Não há crime. Apontem-se os crimes. Quais crimes cometidos pelo relator ou por assessores? É preciso forçar muito a barra.
Em seguida, Costa acusou a oposição de criar uma “cortina de fumaça”, e acrescentou:
É isso que a oposição sabe fazer. Não pensem que vamos ficar na defensiva. Não vamos. A oposição ficou do lado de fora. E o que a CPMI avançou mais do que a CPI do Senado? Nada. O que um assessor poderia dar de pergunta nova a José Sérgio Gabrielli, Nestor Cerveró, a Graça Foster, quando eles já tinham ido à Câmara, mais de uma vez?
O Senado, de fato, não é uma delegacia de polícia. É a casa superior que representa o povo brasileiro em nossa democracia, e a prerrogativa de uma CPI serve justamente para investigar eventuais malfeitos envolvendo políticos. Ou seja, a diferença é que a CPI do Senado não tem a intenção ou o poder de prender o acusado, mas sim de descobrir a verdade sobre os fatos.
Ao afirmar, sem um pingo de vergonha na cara, que aqueles senadores estão ali para “defender o governo”, o senador petista admite que sua prioridade não é a verdade, tampouco o bem-estar do povo brasileiro, e sim a reeleição da presidente Dilma e seu partido. É um acinte! Os senadores estão ali para cobrar respostas que ajudem a apurar os fatos e, se for o caso, revelar esquemas de corrupção que desviam recursos públicos. Como assim, estão ali para defender o governo?
“Onde está o erro de funcionários da Petrobras fornecerem à CPI informações?”, pergunta de forma retórica Humberto Costa. Fornecerem informações? O senador por acaso viu o vídeo denunciado por Veja? O que temos ali é uma combinação de cartas marcadas, perguntas e respostas ensaiadas previamente, para simular um interrogatório imparcial. Isso só não é farsa na cabeça oca de petistas, que acham que a própria democracia é uma farsa para se chegar ao poder, como o próprio Lula teria dito, segundo o Le Monde.
Mas Humberto Costa, líder do PT no Senado, que deveria ter uma postura mais exemplar, aderiu ao estilo petista de ser e partiu para o ataque. Disse que não vão ficar na defensiva, ou seja, para o inferno com essa coisa de se explicar! Vão é atacar. E emendou a pergunta espantosa: “O que um assessor poderia dar de pergunta nova a José Sérgio Gabrielli, Nestor Cerveró, a Graça Foster, quando eles já tinham ido à Câmara, mais de uma vez?”
Entenderam? O senador diz com todas as letras que não havia nada para perguntar mesmo, que os senadores não tinham o que tentar extrair dos funcionários da Petrobras envolvidos no escândalo, e que por isso não há mal algum em simular perguntas e respostas, acordadas antes para causar a impressão de seriedade e isenção. De tabela, ainda fizeram propaganda da estatal, apesar de ser hoje uma empresa altamente endividada, com bilhões de reais de valor derretidos no governo Dilma.
O PT está realmente em pânico. O medo de perder as tetas estatais que alimentam infindáveis boquinhas tem feito a turma entrar em desespero. A reação é temerária. A cada nova fala, mais um ataque aos valores democráticos e republicanos. Essa gente perdeu qualquer noção do ridículo.
O Senado não é uma delegacia de polícia mesmo. Mas muitos senadores deveriam prestar depoimentos numa, pois o PT deixou há muito tempo de ser um caso de política, tornando-se um caso de polícia.
* Ana Lima, via Facebook
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