O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un
Um homem norte-coreano foi executado por pelotão de
fuzilamento por ter assassinado os seus dois filhos e os ter comido, ao não
aguentar mais a "fome escondida" que afeta a Coreia do Norte e terá
vitimado mais de 10 mil pessoas no ano passado, noticia hoje o jornal britânico
Sunday Times.
O caso surge em relatos clandestinamente difundidos
do mais fechado país do mundo, que foram divulgados pela agência Asia Press,
sediada em Osaka, Japão, dando conta que há pais norte-coreanos a "comer
os seus filhos".
Entre os vários casos relatados, destaca-se ainda o
de um homem que desenterrou o corpo do neto para o comer, e o de um terceiro
homem que cozeu o filho e comeu a carne, também para não morrer de fome.
O Sunday Times escreve
que estes relatos da Asia Press são considerados credíveis porque esta agência
tem um conjunto de 'cidadãos-repórteres' no país de Kim Jong-un, que fazem
chegar ao ocidente notícias do regime comunista.
Segundo estas fontes, os casos de fome mais graves
ocorrem nas províncias de Hwanghae Norte e Sul, a sul da capital, Pyongyang,
onde pelo menos de 10 mil pessoas terão morrido de fome em 2012.
Os casos de canibalismo em situações de fome extrema
não são raros. Na Ucrânia, por exemplo, durante a grande fome de 1932-33 - após
a anexação do país pela União Soviética de Estaline e a subsequente
coletivização dos meios de produção - há dezenas de relatos confirmados de
pessoas que se viram obrigadas a comer familiares, crianças e adultos, para
sobreviver. Os historiadores estimam que morreram pelo menos 7 milhões de
ucranianos neste período.
*Por Ricardo Simões Ferreira
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