quinta-feira, 26 de julho de 2012

É preciso amar o grande irmão.

Poucos dias antes do começo das Olimpíadas, uma jovem atleta grega foi excluída do time olímpico nacional e mandada de volta para casa. Usou doping? Matou alguém? Envolveu-se em algum escândalo sexual com oficiais do Comitê Olímpico? Nada disso. Seu crime foi ter feito uma inocente piadinha sobre imigrantes africanos no Twitter. A piada, apesar de sem graça, não era racista ou agressiva. Voula Papacrhistou, loira e heroína do salto triplo, simplesmente twitou:
"Com tantos africanos na Grécia, os mosquitos do Nilo vão poder comer comida caseira."
Era uma referência a um certo tipo de mosquito africano que apareceu na Grécia, talvez parecido com o nosso querido Aedes Aegypti. A piadinha não era racista mas parece que meramente notar que haja imigrantes africanos na Grécia é uma forma de racismo, portanto choveram acusações. O comitê grego decidiu cortá-la do time.
Depois, não adiantou ela chorar, espernear que ama o multiculturalismo, rastejar e humilhar-se como uma vagabunda pedindo perdão. Teve que fazer mala e cuia e voltar para casa.
(Se fosse um atleta negro fazendo piada de loira, podia?)
Chega a ser quase inconcebível que os gregos, com tantas dificuldades econômicas, sem contar os anos que ela mesma perdeu se preparando para o evento, agora arruinem sua carreira por uma mera frase, infeliz ou não.
A notícia já é triste o suficiente, mas o pior é que a maioria dos comentários à notícia, no jornal inglês onde li o artigo, são a favor da expulsão. Acham que foi merecida. Não encontrei nenhum comentário dizendo que a medida tenha sido no mínimo exagerada.
Noto essa mesma atitude entre os meus conhecidos. No Facebook, por exemplo, uma vez fiz um comentário ligeiramente a favor da expulsão dos moradores ilegais de Pinheirinhos na postagem de um conhecido que tinha, naturalmente, escrito algum clichê esquerdista. Pra què. Fui chamado de racista, nazista, canalha, por pessoas que conhecia há vinte anos. Hoje alguém postou esta outra notícia, sobre esta jovem bonita e inteligente que simplesmente quer criar um partido de direita no Brasil. Nos comentários, está sendo virtualmente linchada. Pensei em defendè-la, mas sei bem o que vai acontecer. 
O engraçado é que hoje em dia, vivemos tempo de extrema censura, mas essa censura é celebrada e aplicada pela própria multidão, sem nenhum comando das autoridades. O próprio povo se encarrega de colocar no ostracismo quem não seja a  favor do casamento gay, do igualitarismo, do politicamente correto, etcétera. Experimente! Tente fazer algum comentário contrário ao casamento gay, por exemplo. A multidão rugirá.
É quase engraçado que tantas pessoas achem que ser de esquerda, usar drogas, fazer piercing e tatuagem e protestar contra o capitalismo seja ser "rebelde", quando todos os outros fazem exatamente a mesma coisa. É apenas uma manifestação do conformismo. Parece esta piada do Monty Python.
Uma vez fizeram um experimento com macacos. Havia cinco macacos em uma jaula. Colocaram uma banana em cima de um poste. Quando um macaco subia lá pra pegar a banana, os outros quatro macacos que ficavam embaixo levavam choque. Depois de um tempo, cada macaco que tentava subir no poste pra pegar a banana levava uma surra dos outros. No fim, todos eles pararam de subir. Um tempo depois, os sádicos cientistas tiraram o choque e trocaram um dos macacos. O novo macaco, que não sabia nada da história, subiu para pegar a banana. Nenhum dos outros macacos recebeu choque mas, mesmo assim, pela força do hábito, eles deram uma surra no novato. O pobre macaco não entendeu nada!
Pode ser que algo similar esteja ocorrendo na sociedade ocidental. Mas na verdade acho que é até pior, pode ser apenas que as pessoas realmente acreditem nessa bobagem de igualitarismo, neocomunismo, pobrismo, ditadura do políticamente correto e tal, e que queiram mais e mais. No romance "1984" de Orwell,  os totalitários dizem: "É preciso amar o Grande Irmão. Não basta obedecer ao Grande Irmão. É preciso amá-lo." E é isso mesmo que termina ocorrendo, todos, até o próprio protagonista rebelde, terminam sendo convencido a amar o ditador.  É um totalitarismo com ovelhas contentes.
No outro dia, saiu um artigo de uma mulher canadense reclamando que a sua cidade era branca demais. Tendo apenas 4% de diversidade, estava perdendo em relação às outras. Ela tinha inveja da diversidade, vejam só. Eis o que ela escreveu:
"Agora em 2012, chocante como possa parecer, as crianças da cidade de St. Albert estão perdendo oportunidades. Viver nesta cidade pode oferecer parques, recreação, artes, eventos, segurança e educação, mas não lhes traz a experiência da inclusão. Elas não vêem a cor no rosto de seus amigos de escola. Raramente experimentam o sabor de comidas de outros países. Não reconhecem o aroma de outras culturas, nem seguram a mão de uma criança com um tom de pele diferente. Não escutam a melodia de idiomas estrangeiros. Seus sentidos estão perdendo os prazeres da diversidade."
Não importa que, recentemente, a multiculturalíssima Toronto tenha sido palco de mais de um tiroteio entre alegres imigrantes quenianos, e que a polícia de Ontario já tenha desbaratado mais de um plano terrorista prestes a ser levado a cabo por simpáticos imigrantes muçulmanos. Não basta que as grandes cidades tenham virado infernos multiculturais onde é cada um por si e todos contra todos. A moça ainda quer mais. Quer que mesmo as pequenas cidades participem dessa alegria toda. Não pode restar uma única cidade que continue sendo exclusivamente canadense...
Orwell tinha razão. Não basta obedecer. É preciso amar o Grande Irmão!

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