quarta-feira, 11 de julho de 2012

...o PT devasta o Brasil.

Nada mais me surpreende neste grande bordel que um dia foi a promissora República Federativa do Brasil.
O mais lamentável é que não consigo vislumbrar no horizonte político o raiar de algum indício de melhora; ao contrário.
É desalentador ver uma nação, vocacionada para conduzir, ser conduzida por porteiros de casas de tolerância de quinta categoria.
O gigante continua deitado, só que não mais em berço tão esplêndido.
Apequena-se com disseminação da desfaçatez e sente diminuir seu fulgor ante a sanha destruidora dos que teimam em reduzí-lo a mais uma mera republiqueta terceiromundista.
Prova disso é a reportagem de Otávio Cabral, publicada no site de VEJA, com informações sobre o escândalo dos aloprados, descoberto em 2006.
Em conversas com amigos, o delegado Edmilson Pereira Bruno, da Polícia Federal, revelou que tanto o então presidente Lula quanto o hoje ministro Aloizio Mercadante, à época candidato a governador de São Paulo, sabiam da montagem de um dossiê contendo acusações forjadas para prejudicar o adversário tucano José Serra.
A gravidade das revelações é ampliada pela paralisação das investigações, determinada pelos superiores de Bruno.
Essa obscenidade adicional ilumina as profundezas do submundo da política e escancara a face verdadeira da escória que governa o Brasil desde 2003.
De costas para o cumprimento do dever, o então ministro da Justiça mostrou-se preocupado com um único detalhe: queria saber se o nome de Lula aparecia naquela conspiração.
Em vez disso, deveria, por exemplo, enquadrar o diretor executivo da PF, Severino Alexandre, por ter orientado Gedimar Passos, um dos detidos no hotel sobraçando a dinheirama suja, para excluir de seu depoimento nomes estrelados.
Também o superintende Geraldo Araújo se valeu do cargo para dificultar as investigações.
A trama descambou para o campo da criminalidade quando um dos envolvidos comunicou ao delegado Bruno que temia por sua vida porque a a missão que lhe fora atribuída era do conhecimento de Lula, Mercadante e dos principais dirigentes do PT.
A pergunta é inevitável: se Gedimar temia ser morto, de quem partiria a ordem para eliminá-lo?
Distanciados da razão, Lula e o PT já não se preocupam em pelo menos disfarçar suas transgressões.
Confiantes na impunidade perpétua, perambulam faceiros pelos sinuosos caminhos da arrogância e fazem, convencidos de que se tornaram inatingíveis.
Engano.
Pode demorar, mas haverá de chegar o dia em que serão obrigados a prestar contas à Justiça.
A inquietação decorrente dessa realidade perturbadora é potencializada pela constatação de que o o líder supremo de um governo que encalhou num pântano de escândalos é festejado pelos seguidores como benfeitor da humanidade.
Semialfabetizado, recebe títulos e honrarias reservadas somente aos doutos e é frequentemente convidado para conferências caríssimas.
Na deformação haddadiana concebida, o apedeuta ridiculariza o erudito.
Na inconsequência tomasiana assumida, o mito vulgariza a lei.
Na Era da Mediocridade, Lula debocha dos brasileiros e o PT devasta o Brasil.
* Augusto Nunes

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