Tudo         que está por trás da compra de uma refinaria tecnologicamente         ultrapassada pela Petrobrás, em Pasadena (Texas, EUA), virá à tona em         uma reportagem da próxima edição da revista Veja, sexta-feira que vem. O         mercado financeiro já aguarda a divulgação de detalhes sobre o escândalo         – que pode manchar a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e         aprofundar problemas políticos que a Presidenta Dilma Rousseff já         enfrenta na empresa. Mensalão e Rosegate parecerão fichinha perto do         “Petrobrasgate”. 
  
Lula         entra na dança por causa de personagens ligadíssimos a ele e que serão         alvos por ligação com o escândalo. O caso Pasadena mexe com Guido         Mantega (ministro da Fazenda e presidente do Conselho de Administração         da Petrobrás), José Sérgio Gabrielli (ex-presidente da estatal de         economia mista), Almir Guilherme Barbassa (diretor financeiro da empresa         e presidente do braço internacional PFICo – Petrobras International         Finance Co - que é uma das grandes caixas-pretas no sistema Petrobrás),         além de Nestor Cerveró (Diretor financeiro da BR Distribuidora) e         Alberto Feilhaber (que foi empregado da Petrobrás durante 20 anos e que         agora é vice-presidente da Astra Oil - segundo ficha dele no         Linkedin). 
  
Exemplo         hediondo de “privataria petralha”, em uma negociata que deve gerar um         prejuízo de até US$ 1 bilhão à Petrobrás e seus acionistas, o caso já é         investigado pelo Tribunal de Contas da União e tem tudo para se         transformar em uma ação judicial em Nova York –         movida por investidores internacionais. O ato lesivo de desgovernança         corporativa já foi motivo de questionamentos de acionistas ao Conselho         de Administração da companhia. 
  
O         caso Pasadena tem tudo para acabar investigado pelo Ministério Público         Federal – que já estuda um processo para investigar indícios concretos         de superfaturamentos na maioria dos contratos firmados na gestão         Gabrielli. Os inchaços contratuais seriam as verdadeiras         causas do aumento de prejuízos, perda de eficiência produtiva e         consequente queda nos lucros da estatal de economia mista – que perde         cada vez mais valor de mercado. Estima-se que os rombos na Petrobrás         cheguem a R$ 10 bilhões. 
  
Os         maiores alvos de superfaturamento que o MPF vai investigar são os         contratos para refinaria Abreu e Lima (Rnest/PE), para o Comperj de         Itaboraí, e para os questionáveis projetos de refinarias premium no         Ceará e Maranhão. Também entram na investigação a lesiva         compra de uma refinaria tecnologicamente ultrapassada em Pasadena         (Texas, EUA) e o escândalo Gemini - uma sociedade por meio da qual         o governo brasileiro entregou o cartório de produção e comercialização         de gás natural liquefeito (GNL) a uma transnacional dos         EUA). 
  
Dilma         quer sangue? 
  
A         negociata foi fechada em 2006 na gestão de Gabrielli, quando a então         chefe da Casa Civil de Lula da Silva, Dilma Rousseff, presidia o CA da         Petrobrás, e foi obrigada a engolir a operação que não a         agradou. 
  
Na         época, Dilma teria sido contra a operação feita por Gabrielli, mas a         reclamação dela de nada adiantou, já que o presidente da empresa era (e         continua sendo) homem de super-confiança do chefão         Lula. 
  
Esse         foi um dos motivos que fez Dilma, quando assumiu o Planalto, substituir         Gabrielli por Graça Foster – que agora tem um bilionário prejuízo para         resolver. 
  
Resumo         da negociata 
  
Em         janeiro de 2005,         a empresa belga Astra Oil comprou a Pasadena         Refining System Inc por US$ 42,5 milhões. 
  
Em         2006, os belgas venderam 50% das ações da empresa para a Petrobrás por         US$ 360 milhões. 
  
Como         a refinaria, defasada tecnologicamente, não tinha como processar o         pesado petróleo brasileiro, belgas e brasileiros fizeram um contrato         para dividir o megainvestimento de US$ 1,5         bilhão. 
  
Conflito         programado? 
  
Se         houvesse distrato, uma das partes teria de reembolsar a         outra. 
  
Em         2008, como houve briga, os belgas acionaram a Petrobrás a pagar U$ 700         milhões. 
  
Perdendo         a causa, a Petrobrás se viu obrigada a torrar US$ 839 milhões para         assumir o controle da Pasadena. 
  
Como         se livrar do problema? Na         gestão Graça Foster, a Petrobras tomou a sábia decisão de se livrar do         mico texano – negócio articulado por Gabrielli e tocado por seu diretor         financeiro Almir Barbassa (tão poderoso que continua no mesmo cargo na         gestão Graça). 
  
Colocada         à venda, dentro da política de negociação de ativos para reduzir         prejuízos, a Pasadena recebeu uma única e ridícula oferta de compra de         US$ 180 milhões feita pela transnacional Valero, sediada nos         EUA. 
  
Como         as operações temerárias de Gabrielli-Barbassa-Cerveró torraram US$ 1,199         bilhão da Petrobrás, se a venda for bem sucedida, a estatal de economia         mista tupiniquim amargará quase R$ 1 bilhão em perdas – o que vai afetar         a péssima remuneração dos irados investidores nacionais e         internacionais. 
  
Outro         problema moribundo 
  
A         morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que deve ser anunciada na         hora que for conveniente aos socialistas bolivarianos, pode gerar ainda         mais problemas para a Petrobrás. 
  
Petrobrás         (com 60%) e a PDVSA (com 40%) firmaram um acordo, em 2005, para a         construção, em Pernambuco, da Refinaria Abreu e Lima, projetada para         processar óleo venezuelano e óleo do Campo de Marlim, na Bacia de         Campos, em partes iguais. 
  
Problemaço         é que a Venezuela não pôs um centavo na obra, que começou em 2007 com         previsão de custar R$ 4,75 bilhões, mas que só deve terminar gastando 10         vezes mais que a estimativa inicial. 
  
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