“A Venezuela definha sob o aparato repressivo de Havana e os mais de 60 mil cubanos que estão no país petroleiro constituem uma ‘força de ocupação’ formidável que conduz os destinos da nação de acordo com os interesses dos irmãos Castro”, disse o ex-presidente do Conselho de Segurança da ONU, Diego Arria (foto).
O diplomata venezuelano, autoexilado, disse à imprensa que “a Venezuela é um país ocupado. O regime venezuelano é uma marionete controlada pelos cubanos. Já não se trata de uma simples tutela cubana, mas de controle mesmo, de tudo. E qualquer esforço para recuperar a democracia venezuelana terá que começar pela restauração da soberania do país”.
“A Venezuela terá que enfrentar um combate pela sua independência, para recuperar a independência de sua sociedade, dos seus cidadãos, e até a independência pelo direito à privacidade […] Sem a saída dos cubanos, não haverá saída para a situação política”, enfatizou Arria.
Alguns jornais estrangeiros, depois da entrevista, tentaram contato com funcionários do governo venezuelano para dar-lhes o direito de resposta, mas o Palácio Miraflores, em Caracas, nem sequer se dignou a responder aos e-mails que recebeu solicitando entrevista.
Os cubanos começaram a chegar na década passada por força de acordos de cooperação econômica assinados pelo recém falecido presidente Hugo Chávez, pelos quais a Venezuela se comprometeu a entregar milhares de milhões de dólares em combustível derivado do petróleo anualmente à Cuba em troca de “serviços de médicos e de treinadores esportivos”.
Mas as delegações cubanas não pararam por aí, nas clínicas e nas praças de esportes. Assessores da ilha-cárcere dos Castros também chegaram e começaram a operar dentro dos quartéis e dos aparatos de segurança do regime hoje chefiado por Nicolás Maduro.
Agentes de inteligência e militares venezuelanos disseram recentemente ao jornal da Flórida “El Nuevo Herald”, editado em espanhol, que foram os militares cubanos que conceberam a reestruturação dos organismos de inteligência da Venezuela e que as instruções que fazem funcionar estes organismos são tratadas como se proviessem da alta cúpula do governo, mas, de fato, vêm de Havana.
“Os cubanos tomam decisões dentro da Direção Geral de Contrainteligência Militar e fiscalizam qualquer sugestão e comentários que lhes façam. São eles que concebem os planos e estabelecem a maneira de agir da contrainteligência com relação aos grupos opositores, estudantes, contra todos”, disse um oficial venezuelano entrevistado recentemente. “São eles que ditam o modus operandi diante de tudo, os métodos que se vão ser adotados em cada caso”, acrescentou.
Arria disse que o chavezismo, sob as instruções provenientes de Havana, institucionalizou o medo na Venezuela, empregando os instrumentos de intimidação e controle social que a ilha aperfeiçoou ao longo dos 54 anos de sanguenta ditadura castrista que já assassinou mais de 70 mil pessoas. São instrumentos de controle do cidadão que Cuba adquiriu da antiga União Soviética e em seguida ‘melhorou’ com a assistência dos serviços de inteligência da Alemanha Oriental, mas que agora têm se tornado métodos muito mais eficazes graças à evolução da tecnologia, explicou.
“Tal ‘controle do cidadão’, aplicado a cada indivíduo, é o que permite encurralar setores da população. Na Venezuela, isso foi feito primeiro com a chamada ‘lista Tascón’, e depois com a chamada ‘lista Maisanta’ e foram os primeiros ensaios de apartheid político a serem efetuados na América Latina”, comentou.
Fonte: http://www.elnuevoherald.com/
É isso que a Petralhada quer fazer com o Brasil e Cuba , solenemente, agradece.
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