Soldados da ONU vigiam enquanto um caminhão da CICV (Comissão Internacional da Cruz Vermelha) carregado com maçãs atravessa a fronteira na passagem de Quneitra entre as Colinas de Golan em Israel e a Síria. Soldados da Defesa de Fronteira de Israel (DFI), na passagem de Quneitra, transitoriamente abrigam civis sírios até que o perigo passe; três morteiros caíram sobre as Colinas de Golan.
Sírios fugindo da luta feroz próxima à fronteira sírio-israelense tentam escapar através da passagem de fronteira de Quneitra. Isso começou na quinta feira de ontem. Soldados de DFI deram abrigo a civis sírios dentro dos prédios da passagem, e em seguida os enviaram de volta à Síria quando acharam que já era seguro fazê-lo. Além disso, os militares israelenses disseram aos jornais do país que três morteiros caíram em áreas abertas no norte e no centro das Colinas de Golan ontem, sem que, contudo, fossem relatados prejuízos materiais e vítimas humanas.
As forças de oposição e as do governo sírio permaneceram engajadas em combates de uma batalha feroz que duraram horas, próximo e no entorno da passagem de fronteira de Quneitra, a única passagem entre Israel e Síria na região.
A parte síria da passagem tinha sido capturada pelos rebeldes de manhã cedo, segundo um informante rebelde, que disse que sua organização infligiu “pesadas perdas” nas tropas governamentais mantendo a posse da passagem e conseguiram destruir quatro tanques.
Mas as forces leais ao Presidente sírio Bashar Assad iniciaram um contrataque ao meio dia, relatou a agência al-Arabiya, levando uma nova rodada de combates. O Canal 2 de Israel disse ontem à tarde que as forces de Assad tinham retomado o controle da área. A TV estatal síria al-Ikhbariyah TV, negou que os rebeldes controlaram o ponto da passagem. A emissora disse que o exército sírio estava perseguindo “terroristas” próximos a Golan.
A mídia israelense relatou um contrataque rebelde ao anoitecer de ontem. Alguns dos ferozes combates ocorreram a umas 200 jardas do território israelense. Uma fonte militar israelense contou que a “situação está ainda muito fluida. Rebeldes lutam tanto na cidade de Quneitra como na passagem de fronteira”.
Israel ontem mesmo deu entrada a uma queixa na ONU quanto ao uso de tanques pelos militares sírios e tropas armadas na zona desmilitarizada, uma ação que viola o acordo de cessar fogo recentemente assinado pelos dois países. Explosões foram ouvidas na área hoje de manhã cedo e um projétil de morteiro alegadamente caiu numa base da ONU localizada no lado sírio da passagem, ferindo pelo menos uma pessoa.
O pau está comendo solto na Síria e o conflito já causou a morte de cerca de 80 mil pessoas e, mais bem armada e municiada, as forças de Bashar Al-Assad deverão manter o atual regime, a um preço que talvez não compense para os alauítas no poder, sobre os quais, aprofundou-se o ódio da maioria sunita do povo sírio. Até a poucos dias, o mundo se absteve de intervir nessa luta intestina, atitude que foi quebrada recentemente por Putin que resolveu “vender” armas para Assad, algo que poderá estender a atual guerra civil por muito tempo e ainda matar muita gente.
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