*Por Reinaldo AzevedoA cobertura que a imprensa faz dos confrontos de rua está um pouco menos, como posso chamar?, tecnicamente dolosa.Mas ainda se hesita muito em chamar vagabundo de “vagabundo”, bandido de “bandido”.E pensar que essa barafunda começou, na verdade, no dia 13, quando os manifestantes, em São Paulo, romperam um acordo com a tropa de choque, o que degenerou em conflitos e se inventou, então, a tese da “Polícia contra o povo”.E teve início a fantasia de que qualquer rua ou avenida no Brasil é a praça Tahrir.No dia 11 de junho — antes, portanto, do fantasioso massacre de manifestantes do dia 13, inventado pela imprensa paulistana e reproduzido país e mundo agora — , este blog noticiava: “Delinquentes voltam a promover quebra-quebra em SP e atacam a polícia com pedras, paus e coquetel molotov”.Gente pacífica leva coquetel molotov para manifestações? O Movimento Passe Livre se negava a condenar a violência. Dizia que tudo era culpa da PM. Um policial foi impiedosamente espancado.A grande mentira!A grande mentira é esta: as manifestações nunca foram pacíficas, desde o início. Depois que se decretou que a “culpa é da polícia” e que a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, debaixo de uma artilharia como nunca se viu, foi obrigada a declarar qualquer área da capital território livre para as manifestações — “sem repressão” —, estava, para lembrar imagem que usei aqui, aberta a Caixa de Pandora. Como no mito, só a esperança ficou grudada ao fundo. Os males do mundo escaparam todos.Mais: teve início a outra tese ridícula — a da “maioria pacífica”, uma espécie, como direi?, tautologia conceitual.Quando a maioria não é pacífica, o que se tem é revolução. Aliás, também as revoluções são feitas por minorias.A questão é saber se elas são ou não usadas como instrumento de luta. Ou foram os “pacíficos” que empurraram os governadores e prefeitos contra a parede?Peguem os conflitos desta quarta em Belo Horizonte. Repetiram, com grau exacerbado de violência, o que aconteceu no dia 13 em São Paulo.A polícia estabeleceu um limite, que foi transgredido. E o choque começou. “E os jornalistas machucados em São Paulo?”Sim, lamento!Mas bala de borracha ainda não aprendeu a distinguir profissionais de imprensa de vândalos.O governo federal está recuperando a ofensiva no terreno político, e não há muito o que a oposição possa fazer. Com as pessoas comuns um pouco assustadas e de volta a seus lares, sobraram nas ruas a turma da porradaria e os radicais de esquerda, que já se mobilizam para dirigir de modo mais claro os ataques contra a imprensa — a mesma que incensou o movimento.E desqualifico, mais uma vez, uma mentira estúpida: o jornalismo não entrou nessa “para derrubar Dilma”, não! Entrou porque não resiste a qualquer coisa que tenha cheiro de povo.A pancadaria come solta hoje em Fortaleza. E esses eventos se repetirão enquanto os responsáveis não forem presos e severamente punidos. As Polícias Militares, Brasil afora, estão com medo de agir. Ontem, a Comissão Nacional da Verdade, cuja ineficiência só compete com a má-fé, soltou um verdadeiro manifesto contra as PMs.Vá lá na Suécia e diga que tudo vale a pena se a disposição não é pequena para ver o que acontece. Lembram-se do furacão Katrina, nos EUA? As vítimas foram mandadas para escolas e alojamentos.Todos estavam unidos na tragédia, não é? Os idealistas esperavam solidariedade, a ajuda mútua etc.As Forças Armadas americanas estavam lá. Mesmo assim, começaram a se multiplicar os casos de estupro, e as autoridades alertaram: “Protejam-se; não temos como evitar esses atos”.“Ah, então o povo, deixado por sua própria conta…” Sim, é isso mesmo! É por isso que existem governos e pactos sociais.O estado não precisa ser o Leviatã, não! Mas precisa ter legitimadas as suas forças de contenção. Ou é a guerra de todos contra todos. Uma coisa é criticar os maus policiais; outra, como se fez, é deslegitimar as polícias. É visível que as PMs do Brasil inteiro estão com medo de agir. Os policiais temem parar atrás das grades por cumprir sua função.Se a amiga da presidente Dilma, a tal Rosa Maria, da Comissão da Verdade, elege as PMs como inimigas do povo e dos direitos humanos, então está declarado o vale-tudo.Vale-tudo que setores da imprensa pediram e aplaudiram.E agora?Agora são as próximas vítimas.
Há um ensinamento milenar que há dois caminhos na vida: o da direita que é bom e o da esquerda que é mau. Mas, “não te deixes vencer pelo mal, luta contra ele com valentia”.(Virgílio)
sexta-feira, 28 de junho de 2013
Mitos, farsas e má-consciência: as PMs estão com medo, e os delinquentes estão no comando.
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