Mais dinheiro para Fidel e para os amigos de Lula, também!
Unidade para a transformação de plástico deverá ser construída na zona
econômica especial do porto de Mariel.
Brasil crê que Cuba irá flexibilizar exigência de ter 51% do capital de empresas que queiram se instalar no local.
Uma fábrica de transformação de
plástico da Odebrecht deve ser a primeira empresa instalada na zona econômica
especial do porto de Mariel, em Cuba, aposta do governo para
"atualizar" o modelo socialista da ilha.
A primeira fase do porto será
inaugurada amanhã pela presidente Dilma Rousseff, que estará no país para a
cúpula da Celac, organização de todos os países das Américas menos EUA e Canadá.
O porto de Mariel (45 km de Havana) está sendo construído pela Odebrecht com um investimento de US$ 957 milhões, sendo
US$ 682 milhões financiados pelo BNDES.
A Odebrecht confirmou à Folha que
realiza "estudos de viabilidade técnica e econômica para criar uma empresa
na área de transformação de plásticos" em Mariel.
A zona econômica é a grande aposta do governo da
ilha para atrair investimentos. Entre as condições está a isenção de impostos
por dez anos.
Como forma de demonstrar apoio às
aberturas econômicas promovidas pelo governo de Raúl Castro, o governo
brasileiro pensou em reunir um grupo de empresários para acompanhar a
inauguração e, possivelmente, anunciar algum contrato firme de investimento na
zona especial.
Mas ainda há certa resistência por
parte dos empresários para se instalarem ali.
Um dos obstáculos é a estrutura de
capital --o governo cubano exige ter o controle, deter 51% do capital. Isso
dificulta a obtenção de financiamento brasileiro.
A Fanavid, empresa de vidros que anunciou há alguns
anos interesse em se instalar em Mariel, pôs seus planos em banho-maria por
isso.
Outro entrave é o esquema de
contratação de mão de obra, que se dá através de uma estatal que repassa apenas
parte do pagamento para os funcionários cubanos.
Dentro do governo brasileiro, há a
aposta de que Havana irá flexibilizar de forma significativa a exigência de que
o governo cubano tenha pelo menos 51% do capital das empresas, mudança que já
está previsa no decreto da zona especial de Mariel.
O ministro de Investimentos
Estrangeiros, Rodrigo Malmierca, fez um "road show" no Brasil em
novembro e foi à China, à Rússia e ao Vietnã na tentativa de atrair empresas
para Mariel.
"O baixo custo da mão de obra, a oferta de
trabalho qualificado e a logística do porto fazem com que o custo de produção
seja muito competitivo", informou à Folha Mauro Hueb,
presidente da Odebrecht Infraestructura em Cuba.
O Brasil quer se posicionar de forma
vantajosa para o processo de abertura econômica da ilha.
Já a Odebrecht,
além do porto, tem dois outros grandes projetos na ilha, ambos aguardando aprovação do BNDES: ampliação do aeroporto de
Havana (US$ 200 milhões) e parceria para produzir etanol (US$ 120 milhões).
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