Banqueiro caricato: no Brasil, esse é o próprio governo!
O MAIOR BANQUEIRO DO BRASIL
A esquerda nacional tem apenas um passatempo preferido ao antiamericanismo: o ódio aos banqueiros. Em época de eleição ele volta com tudo. Os banqueiros são tratados como os párias da nação, os gananciosos insensíveis responsáveis por todas as nossas desgraças. Há só um pequeno detalhe: o maior banqueiro do país, de longe, é o próprio estado.
Com mais destaque nos últimos anos, o BNDES ultrapassou o Bradesco no segundo trimestre deste ano em ativos e está próximo de superar o concorrente privado no mercado de crédito. Em junho deste ano, o banco federal de desenvolvimento se tornou o quarto maior banco do país em ativos, com R$ 803 bilhões, segundo levantamento do Banco Central com base nos balanços da instituição.
O banco está agora atrás de Banco do Brasil (R$ 1,3 trilhão), Itaú Unibanco (R$ 1 trilhão) e Caixa (R$ 963 bilhões). Ou seja, dos quatro maiores bancos do país, simplesmente três são estatais! O Brasil, nesse aspecto (e em outros), é um bom aluno marxista.
Afinal, Marx, em seu O Manifesto Comunista, escrito com Engels, propõe a concentração do crédito no estado como um dos instrumentos para chegar ao “sonhado” comunismo. Estamos quase lá, com mais da metade do crédito total nas mãos estatais.
E a presidente Dilma quer muito mais! Na entrevista ao “Bom Dia Brasil”, Dilma disse que Marina Silva quer enfraquecer os bancos públicos, e que sem eles não é possível conceder tanto crédito subsidiado para tantos programas sociais. Na cabeça da presidente, os recursos dos bancos públicos caem do céu ou brotam em árvores, e ela pode simplesmente definir uma taxa de juros arbitrária abaixo do mercado, impunemente.
É nisso que dá ter um banqueiro estatal tão grande: ele distorce totalmente a economia, a alocação de recursos, que deixa de seguir critérios econômicos e passa a responder aos interesses políticos e eleitoreiros. O maior banqueiro do Brasil é um populista que não liga para o amanhã, apenas para o hoje, o aqui e agora, o dia das eleições.
No caso específico do BNDES, temos o maior esquema já visto de transferência de recursos dos mais pobres aos mais ricos, uma Bolsa Empresário típica do nosso socialismo de compadres. Já o Banco do Brasil faz a festa dos “amigos do rei” no setor agrícola, enquanto a Caixa fomenta uma bolha no mercado imobiliário. Tudo de forma bastante irresponsável, de olho nos dividendos políticos.
Presume-se que no capitalismo o capital tenha alguma relevância. Pois bem: ele deveria ser alocado da forma mais livre possível, com base em critérios econômicos, na lei de oferta e demanda. Eis a forma mais eficiente que conhecemos. Mas no Brasil estamos muito longe disso.
Por aqui, o verdadeiro banqueiro é o próprio estado, decidindo de cima para baixo como o capital, oxigênio da economia, será distribuído. Alguém ainda fica espantado com tanta ineficiência, corrupção e alta inflação?
*Texto por Rodrigo Constantino
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