segunda-feira, 11 de abril de 2016

Impeachment já!


Atenção! 
Já não se trata de saber se o impedimento da presidente é a melhor alternativa; ele se tornou a única alternativa. 

A Comissão Especial do Impeachment aprovou nesta segunda-feira o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favorável à continuidade do processo contra a presidente Dilma Rousseff. Os dois lados davam a aprovação como certa, o que, evidentemente, cria um clima negativo para a ainda presidente na votação em plenário, no próximo domingo. 

Todos os esforços do governo têm-se mostrado, até aqui, inúteis. Hoje, nesta segunda-feira mesmo, o grupo pró-impeachment dispõe dos 342 votos. A movimentação destrambelhada do governo acabou criando uma situação negativa para a própria Dilma. Virou aquilo que é: desespero. E disso decorre o óbvio: dá-se como certo que, caso a petista consiga se safar do impeachment na Câmara, não vai conseguir governar depois. 

Os erros vão se contando em penca, além das circunstâncias, sempre hostis porque hostis são os fatos. Na semana passada, os petistas chegaram a se animar, e Jaques Wagner saiu plantando redações afora que a causa estava liquidada. Um monte de jornalistas caiu na sua conversa. 

Eis que vieram a público detalhes da delação premiada da Andrade Gutierrez. E os senhores parlamentares perceberam que o governo não sobrevive. Assim, que vá ao diabo antes em vez de ir depois — já que o seu destino é mesmo o inferno. 

Outro fator que desanimou os que ainda tentam resistir foi o novo parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra a posse de Lula como ministro da Casa Civil. E, nesse caso, deu-se algo curioso: que ela é ilegal, pautada pelo desvio de finalidade, a todos está claro. Mas isso Janot já sabia. Ao mudar tão radicalmente seu parecer, criou-se nos meios políticos de Brasília a certeza de que ainda vem bomba por aí. Quem está a fim de posar no retrato como aliado de um governo moribundo — e, pior, comprado por Lula? 

A movimentação do ex-presidente, que está se tornando um Midas às avessas, passou a ser de tal sorte escancarada e desavergonhada que, nos corredores da capital federal, é frequente que se chame o tal quarto de hotel em que ele despacha de, como dizer?, lupanar. Procurem o sinônimo. É uma casa de tolerância. 

Mais: mesmo deputados que estavam dispostos a entregar o corpinho a Lula começaram a se convencer de que, caso o governo consiga sobreviver por mais quase três anos, a sua pauta única será cuidar da candidatura do chefão petista à Presidência da República. E, nesse caso, o destino certo do país é o abismo. 

Já nem se trata de saber se o impeachment de Dilma é a melhor saída. A cada dia, ele vai se mostrando a única saída. Todas as alternativas são piores. A tese das eleições gerais — ou ainda que apenas presidenciais — é uma bobagem rematada. A menos que haja dupla renúncia — de Dilma e de Michel Temer —, não há alternativa. Ou, então, duplo impedimento. No caso do vice, qual é mesmo a acusação? A continuidade de Dilma implica manter o país no rumo da desesperança e do desastre renovado. 

Saída ótima, como se sabe, não há. E Temer, uma vez presidente, certamente terá muitas dificuldades, até porque o PT e as esquerdas vão tentar violar a Constituição e as leis para criar tumulto. Mas o país dispõe de instituições para enfrentá-los, segundo as regras da democracia, que eles se negam a reconhecer. 

Dá para prever o resultado do próximo domingo? Não! Mas, nesta segunda, dá para dizer que os que são favoráveis ao impeachment dispõem de 342 votos. Agora se trata de ganhar margem de segurança até a votação decisiva, prevista para o dia 17. 

O Brasil merece essa chance.
                    *Por Reinaldo Azevedo  

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