segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A Venezuela começa a implodir.

NA VENEZUELA OPOSIÇÃO TEME QUE MADURO SUSPENDA AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE DEZEMBRO, UM PASSO DECISIVO A UMA DITADURA ABERTA E DIRETA, AO ESTILO CUBANO.
2013-10-11_094405.bmp
Uma eleitora deposita seu voto em Caracas nesta imagem de arquivo. (STR/AFP/GETTY)
Dirigentes da oposição venezuelana disseram, nesta sexta feira, que acham que o regime autoritário de Nicolás Maduro vai suspender as eleições municipais de dezembro em face do prognóstico de que sofreria uma derrota acachapante.
Os pronunciamentos ocorrem no momento em que o país se vê imerso em rumores de que o chavezismo já decidiu internamente que não tem condições de competir no pleito eleitoral, e que, para evitar uma coça humilhante, não terá alternativa senão a de suspender as eleições.
Segundo o Deputado William Barrientos, falando de Caracas, “o governo sabe que vai perder na grande maioria das cidades e, inclusive, as prefeituras que tinham como “seguras”, dentro de seu prognóstico”. “Há um descontentamento generalizado que vai traduzir-se num voto-castigo e perante tal situação se tenta criar um esquema para ver como fazer para suspender o evento eleitoral”.
Fontes governamentais disseram que a suspensão das eleições é uma alternativa que está sendo considerada seriamente dentro do chavezismo.
E a possibilidade de que tente levar isso adiante está sendo debatida internamente dentro da coalizão de partidos da oposição arregimentada sob a Mesa da Unidade Democrática, explicou o deputado William Dávila.
“Essa é uma possibilidade que não podemos ignorar, uma vez que, praticamente, já vivemos uma ditadura civil. Este é um regime que não vai abrir mão do poder de modo pacífico e institucional e, para isso, não hesitará em contrariar a Constituição ou qualquer outra lei. E, do jeito que as coisas vão, vão consolidar a sua hegemonia política a qualquer custo”, disse Dávila.
Essas eleições ganharam uma importância extraordinária pela possibilidade que terão de demonstrar conclusivamente qual dos lados “realmente” ganhou as eleições presidenciais de abril último, onde a diferença de Maduro para Capriles foi irrisória (1,5 pontos percentuais), não tendo o chavezismo atendido a veemente solicitação da oposição de uma auditoria internacional sobre o pleito, em função de Capriles te impugnado o certame alegando milhares de irregularidades que, de fato, alteraram o resultado a favor de Maduro.
Segundo os cálculos da oposição, Capriles ganhou a eleição com pelo menos uma margem de meio milhão de votos. Mas essa vantagem teria sido muito maior numa nova eleição diante da acelerada deterioração da popularidade do chavezismo registrada nos últimos meses em meio da agudização da crise econômica em que o “socialismo bolivariano” mergulhou o país. “Todas as pesquisas mostram que Maduro tem um índice de rejeição de 61 a 64 por cento, com mais de 50 por cento considerando a sua gestão como ruim ou muito ruim”, comentou o Deputado Barrientos. “Sabem que, das 335 prefeituras que estão em disputa, o governo estaria perdendo más de 240 e isso é muito perigoso para eles”, acrescentou.
A queda na popularidade ocorrer em meio a uma crise econômica feroz que se traduz por uma altíssima inflação, com projeções de que se converta este ano na mais alta do mundo com uma taxa superior a 50 por cento ao ano, e agudos problemas de desabastecimento que mantêm as prateleiras dos supermercados vazias e estão levando os venezuelanos a brigar entre si por produtos nos pontos de venda.
Por outro lado, a falta de recursos do governo tem levado o chavezismo a abandonar os programas sociais, conhecidos como ‘Grandes Misiones’, que previamente favoreciam os eleitores chavezistas dentro dos sectores populares.
E o que é pior, o chavezismo também está registrando muitas deserções dentro do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) que faz com que futuras vitórias eleitorais tenham opções cada vez mais distantes.
O dirigente oposicionista Pablo Medina disse recentemente numa entrevista que as deserções do chavezismo foram provocadas pelo favoritismo e pela arbitrariedade com que Maduro designou seus candidatos municipais para as eleições. “Há uma rebelião nacional de militantes do PSUV que estão descontentes pela intervenção de Maduro ET caterva, quando impuseram a dedo mais de 47 por cento dos candidatos a prefeito em toda a Venezuela”, explicou Medina.
“Não respeitaram a decisão das bases e passaram por cima do que chamam de ‘democracia participativa’. Demonstraram as suas bases que a “democracia protagonista” era uma grande fraude”, acrescentou.
A decisão de Maduro fez com que dezenas de seus dirigentes comunais se separassem do movimento criado pelo finado Hugo Chávez e a competir contra os candidatos do PSUV.
Segundo Medina, 126 dirigentes chavezistas de importância em nível municipal já decidiram romper com o PSUV e o também governista Polo Patriótico para competir diretamente contra os candidatos impostos pelo politiburo revolucionário “bolivariano”.
*Francisco Vianna, com mídia internacional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário