O líder sírio diz que se for atacado, os agressores podem ‘esperar tudo’
e não necessariamente de Damasco. Também não descarta o uso de armas químicas.
Declarações do ditador sírio foram ao
ar hoje de manhã pela CBS.
FRANCISCO VIANNA (da mídia internacional)
A
CBS News pôs no ar, na manhã de hoje a imagem do ditador sírio Bashar al Assad
que foi vista em todos os EUA a advertir o país e seus aliados de que “qualquer
ataque do Ocidente à Síria poderá resultar em múltiplas formas de retaliação”,
incluindo até o uso de armas químicas”.
Numa
entrevista concedida ao jornalista americano Charlie Rose em Damasco, disse que
“a Síria não é o único protagonista em ação na região” e que, caso ocorra um
ataque, americano ou da OTAN, tanto os EUA como os seus aliados “não perdem por
esperar praticamente tudo como represália e não apenas necessariamente do
governo da Síria”.
Reafirmando que são os insurgentes que estão usando
armas químicas contra a população, exatamente com a finalidade de jogar a
opinião pública mundial contra o seu regime, o ditador alauíta da Síria disse
que “há agora diversos partidos e diversas facções religiosas atuando na região
e isso leva a adoção de diversas ideologias”. Assad esteve se referindo aos
seus aliados, o Irã e o Hezbollah, além de sugerir seus apoiadores à distância,
a Rússia e a China.
Quando lhe foi perguntado se tais represálias
incluiriam o uso de armas químicas por seu governo, ele foi enfático: “meu governo
não tem e não usa armas químicas, mas acredito que muitos grupos rebeldes que
as têm e estão usando contra o seu próprio povo poderão continuar a usá-las até
indiscriminadamente. Não tenho o poder de prever o future, mas nossos soldados
já foram atacados por armas químicas tendo sofrido inúmeras baixas, mas apesar
disso, não revidamos com o mesmo expediente e todas as fotos, vídeos e imagens
apresentadas pelos insurgentes, em momento algum aparecem nossas forças, nossa
polícia, nossas instituições. É como se não existíssemos. Como se pode acusar
assim o nosso governo se não mostram qualquer evidência de que tal barbaridade
tenha sido cometida por nós?”
A íntegra da entrevista irá ao ar hoje
às 7 da noite no programa da PBS “Charlie Rose Show” nos EUA, de modo que, quem
puder sintonizar o canal da CBS poderá assisti-la. Por sua vez, a ex-emissora
americana de notícias CNN (vendida para um grupo de Hong Kong – China)
noticiou, há pouco, que a Rússia declarou que Bashar al-Assad deveria dar mais
credibilidade às suas alegações de inocência, colocando seu arsenal
químico sob controle irrestrito da ONU.
Em Israel, há uma expectativa cautelosa, com o
governo tentando acalmara a populacao em face do que poderá acontecer se houver
um ataque americano à Síria sob o argumento de que há pouca chance de o grupo
terrorista Hezbollah do sul do Líbano, atacar Israel como retaliação e que,
mesmo assim, as forças armadas israelenses estão de prontidão para o que der e
vier.
Turquia e Jordânia também iniciaram as medidas
militares de prontidão em face de uma possível ação militar americana. Nos
últimos dois dias, o exército turco parece ter estacionado baterias antimísseis
ao longo da fronteira síria, segundo informou a Rádio Israel.
In Jordan,
security officials said authorities had begun taking precautions ahead of a US
strike, according to an Israel Radio report Sunday, citing Jordanian media.
O possível ataque americano à Síria seria
perpetrado como resposta do Ocidente ao ataque químico alegadamente perpetrado
pelo regime de Bashar al Assad no fim de agosto e que causou a morte de cerca
de 1.400 pessoas, segundo fontes da ONU. Obama espera conseguir o sinal verde
do Capitólio até o fim dessa semana para uma “resposta limitada punitiva” ao
regime de Assad.
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