Ao
comemorar no dia 08 de julho com pompas e circunstâncias em Sessão Especial, o
centenário do nascimento de Carlos Marighela, o Senado Federal nos desnuda
abertamente o cenário caótico em que vivemos.
Provavelmente,
busca agradar à cúpula do desgoverno.
Todos
conhecem a tumultuada trilha de terror patrocinada e vivenciada pelo desumano
terrorista e, conscientemente, todos abominam semelhante figura que viveu para
banhar de sangue a nossa terra.
É
incrível a desfaçatez destas autoridades parlamentares, que não se envergonham
de prestar uma deferência ao abominável terrorista, que protagonizou e
incentivou a luta entre irmãos.
O que
pode esperar uma sociedade em que integrantes da mais Alta Corte Legislativa
realizam atos para cultuar um terrorista? A figura é reconhecida pelo seu
emprego das armas a qualquer custo para alcançar seus objetivos.
Certamente,
o sentimento das pessoas que têm um mínimo de senso deve ser de horror.
Os
parlamentares poderiam em “en petit comité” bebericar doses de
uísque em seu louvor, tudo em segredo, tudo em surdina, mas qual, a desfaçatez
é tamanha, que cuspindo na sociedade ordeira, determinam uma homenagem onde
deveriam ser preservados os mais altos valores nacionais.
Sim,
necessitamos de uma reforma política, ou melhor, de um mutirão de faxina, pois
ao creditarmos o nosso destino político e o futuro da Nação a uma corja de
abomináveis, capazes de entronizar um marginal como o Marighela, sem dúvida,
merecemos afundar na lama da vergonha.
Marighela
foi o ícone dos terroristas que proliferaram no País durante décadas,
exatamente aqueles que assaltaram, sequestraram e aterrorizaram, e não serão
investigados pela Comissão da Verdade.
Porém,
para aqueles que se debruçaram sobre a vida do bandido, sabem que a sua conduta
e egoísmo pessoal, por diversas vezes, felizmente, foi o causador de cisões nas
hostes subversivas.
O seu “Minimanual do Guerrilheiro Urbano” que incentivava a realização de
qualquer tipo de violência revolucionária foi transformado na bíblia dos
terroristas. E nele afirmava que “o guerrilheiro tem de estar sempre
consciente de que ele só pode viver se estiver desejoso de matar”.
Com o documento “Questões de Organização”, ele preconizou, entre
outros, “os efeitos mais contundentes nas ações terroristas, para maior
impacto emocional na população”, sem levar em conta o possível efeito
negativo (?) de tais ações sobre a mentalidade da população brasileira.
Assim, vemos com estupor o Senado homenagear um homem que gostava de
matar, e se comprazia em incentivar que jovens fizessem o mesmo, pois de comum
acordo, Cuba e Marighela haviam chegado à conclusão de que o desencadeamento da
luta só seria possível se o seu braço armado saísse do meio estudantil.
Eis o homem que a nossa mais Alta Corte Legislativa houve por bem, em ato público, demonstrar a sua admiração e o seu
respeito.
Uma inversão de Valores? Um espanto? Uma tristeza? Uma
vergonha?
Não sabemos, mas é simples assim, acredite se quiser.
Brasília, DF, 06 de julho de 2013,
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
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