JERUSALÉM — Os dois primos palestinos que entraram atirando em uma sinagoga em um bairro ultraortodoxo de Jerusalém Oriental, deixando cinco mortos na terça-feira, têm laços com as brigadas de Abu Ali Mustafa, braço armado da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP).
De ideologia marxista-leninista, a FPLP é considerada uma organização terrorista pelos EUA e outros países ocidentais, mas a sua ideologia tem muito pouco em comum com o Hamas. Seu legado remonta a uma militância palestina ainda mais antiga, que começou contra a ocupação israelense da Cisjordânia e de Gaza, em 1960.
A frente foi fundada em 1967 por George Habash, cristão ortodoxo palestino entusiasmado pelo pan-arabismo do então presidente egípcio Gamel Abdel Nasser e o socialismo insurgente que inflamou as lutas anticoloniais em várias partes do mundo. Em seu seu auge, a FPLP foi um dos principais facções dentro da Organização para a Libertação da Palestina, ao lado do partido Fatah, de Yasser Arafat.
À época, ganhou notoriedade graças a uma série de sequestros de aviões, bem como atentados a bomba e assassinatos. Com o colapso da União Soviética, no entanto, a frente começou a perder prestígio. Em um dos ataques mais famosos, membros da FPLP assassinaram o ministro do Turismo israelense Rehavam Ze’evi, em 2001.
— Não queremos mais sangue, mas somos obrigados a resistir — disse Leila Khaled, um dos sequestradores mais famosos da FPLP, em uma entrevista no início deste ano. — Temos o direito de viver em nossa terra natal. Quando os israelenses perceberem que enquanto não cederem, o conflito não terá fim, eles aceitarão nossa solução.
Nenhum comentário:
Postar um comentário