A cúpula da Petrobras desconfia de que o Sheik de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, Mohammed bin Zayed bin Sultan Al Nahyan, está por trás da ação de investigação contra a estatal na Justiça dos Estados Unidos.
A diretoria da petroleira descobriu que uma das advogadas que toca a ação é norte-americana Theresa Farah, especialista em transações internacionais que representa o árabe em seus negócios americanos.
O príncipe comprou ações ADRs nível 2 da Petrobras na Bolsa de Nova York há alguns anos. ADRs são Recibos de Depósitos Americanos. É a forma em que a ação da estatal é negociada na Bolsa NY, via instituições financeiras de corretagem. Há muito bilionário investidor revoltado com a petroleira.
Com o caso de polícia na estatal, a queda no valor de mercado da empresa e das ações, Al Nahyan já teria perdido US$ 1 bilhão, segundo informações de bastidores.
Em suma, o caso deixa a Petrobras em polvorosa: o homem da 'terra do petróleo' caiu no conto da estatal brasileira.
AQUI E LÁ
A situação é delicada para a petroleira porque pode abrir precedente: se comprovada a ligação da corrupção com a queda das ações, espera-se enxurrada de processos de indenização.
Embora empresa estatal e de controle brasileiro, vale lembrar que a Petrobras tem capital aberto e milhares de investidores estrangeiros que perderam dinheiro.
PROSPECÇÃO JUDICIAL
Curiosamente, acontece hoje o GP de Abu Dhabi de F-1, também patrocinado pela Petrobras. Enquanto isso, o Departamento de Justiça dos EUA toca investigação: em nome dos acionistas, quer saber se houve pagamento de propinas na Petrobras, se alguém do país violou a lei anticorrupção na negociação da refinaria de Pasadena, e se isso afetou diretamente o desempenho da estatal.
O fato de a Petrobras e executivos serem novos alvos da operação Lava Jato e o adiamento do anúncio do balanço trimestral da petroleira semana passada irritaram profundamente investidores estrangeiros. Eles já teriam recebido o report trimestral da Petrobras e não gostaram nada dos números.
FOSTER FICA
A despeito de toda a encrenca, a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, fica no cargo. Ela é nome de confiança da presidente Dilma. Em tempo: há tanto investidor gringo que a estatal já pagou até 68% de seus dividendos na Bolsa de NY. Foi em 2008.
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