Sendo um país em que grande parte da população, embora não confie na honestidade de propósitos de seus governantes e legisladores, e esteja cada vez mais descrente dos seus instrumentos de Justiça, prefere continuar levando "vida de gado", ao invés de reagir contra as mamatas, as maracutaias, os arrumadinhos e a corrupção, fica evidente, fica cada vez mais difícil controlar a sanha predatória das nossas autoridades, cada vez menos preocupadas em gerir, com um mínimo de responsabilidade, o dinheiro público. Vejamos esse exemplo do puxa-encolhe que essa rafaméia política criou em relação ao Título de Eleitor, primeiro criando uma Lei que exigia a apresentação do documento para votar, e agora, às vésperas das eleições, com o aval do STF, determinam que o tal documento, antes dito como instrumento moralizador do pleito, repentinamente passou a ter o valor de um zero à esquerda. Tudo muito bom, tudo muito bem, pois afinal esses sacripantas fazem mesmo o que querem, pois encontram respaldo em uma enorme parcela da população que acata suas presepadas, porém, só a título de esclarecimento, gostaria de saber qual foi o custo dessa brincadeirinha para os cofres do Brasil. Primeiro o TRE gastou uma "baba" em campanhas de conscientização, informando sobre a necessidade do Título de Eleitor, depois mobilizou todo um oneroso aparato administrativo para viabilizar a impressão de novas vias do documento, e no final, está gastando outra "baba" para desmentir o que havia dito nas primeiras mensagens veiculadas. Seria cômico, não fosse o caso de que muita gente se deu bem nessa "paradinha", ganhando um dinheirinho mole, seja fornecendo material para o TRE, seja ganhando diárias e/ou horas extras, seja vendendo espaços publicitários, seja elaborando campanhas etc., ética, etc. Esse é o retrato do Brasil, um país que, buscando inspiração no que um dia disse um poeta, é visto por muitos como se fosse uma "vaca de divinas tetas".
*Por Júlio Ferreira - Recife-PE,por e-mail.
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