segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Palavras são palavras?

Rumo aos 100%:
“Aécio, conta comigo para ir atrás dos 7% que não aprovam você lá em Minas Gerais. Vamos encontrar esses caras e dar umas porradas neles!”.
Lula
, na festa de entrega do prêmio Os Brasileiros do Ano, revelando a Aécio Neves o método que pretende usar para chegar a 100% de popularidade (ou 103%, se a margem de erro oscilar para cima).
Cada vez pior:
“Obrigaduuu”.
Tiririca
, ao imitar o cantor Fábio Jr. depois de ovacionado na cerimônia de diplomação dos deputados federais, confirmando que, no Brasil, a coisa sempre pode piorar.
Democracia cara:
“O aumento é o custo da democracia”.
Guilherme Uchoa
, presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, explicando que, depois do aumento milionário para deputados federais, senadores, presidente, ministros e afins, os deputados estaduais também fazem questão de embolsar em dinheiro o preço da democracia.
Letra de tango:
“Nós a esperamos com muito afeto e carinho e também com muito amor”.
Cristina Kirchner
, para Dilma Rousseff, informando com a primeira pessoa do plural que Néstor estará presente em espírito ─ ou fisicamente, se o companheiro Lula resolver presenteá-la com mais um milagre.
É muita coragem:
“A Justiça desse país, graças a Deus, é uma das coisas que funciona bem e com muita coragem”.
Paulo Maluf
, deputado federal eleito, admitindo que, para funcionar tão bem a seu favor, a Justiça precisa ter muita coragem.
Coração de censor:
“Sou jornalista, filho de jornalista, me criei num ambiente de liberdade de imprensa. Para mim, a liberdade de imprensa não é questão de circunstância, vem da alma”.
Franklin Martins
, ministro da Comunicação Social, explicando que, embora a alma implore pela liberdade de imprensa, o coração que bate mais depressa quando vê Fidel Castro ordenou à cabeça que lute pelo controle social da mídia.
Governador doidão (2):
“Chega de demagogia e hipocrisia. É isso que me deixa impressionado. Para ter o jogo é só estabelecer regras rígidas e controle. Essa verba arrecadada poderia beneficiar muita gente e gerar empregos”.
Sérgio Cabral
, governador do Rio, depois de declarar-se a favor da legalização da maconha e do aborto, agora empenhado em eleger-se Homem sem Visão de janeiro com a bandeira da liberação do bingo.
Governador doidão:
“Como diria o grande Mário de Andrade, são as coisas do Brasil: a saúva, a jabuticaba… Francamente, temos problemas sérios, muito maiores, quando o jogo se torna ilegal. Então deixo essa reflexão natalina para vocês e para o ano de 2011, com menos hipocrisia e mais vida como ela é”.
Sérgio Cabral
, ao defender a liberação da jogatina depois de propor a legalização do aborto porque todo mundo teve uma namoradinha que já fez, enfiando no mesmo balaio Mário de Andrade, a saúva e a jabuticaba para que os brasileiros reflitam durante o Natal sobre os governadores que andam elegendo.
Oposição a favor (4):
“Sempre tive uma boa relação com o presidente Lula. Com a presidente Dilma tenho certeza de que não será diferente”.
Teotônio Vilela Filho
, anfitrião do encontro dos governadores tucanos em Alagoas, ensinando que a oposição oficial deve estar sempre a favor do presidente da República.
Enganando o camburão:
“A imprensa vai receber isso aqui, cada editor de política vai receber, cada editor de economia deve receber, eu quero que todo mundo receba para as pessoas perceberem o quanto eles perderam de cobrir coisas boas do governo”.
Lula
, na festa de batizado do Brasil Maravilha, ao prometer enviar o balanço dos oito anos de governo aos editores de política e economia, decepcionando os editores de polícia com a informação de que não entraram no papelório as confissões da turma sobre o extraordinário acervo de escândalos federais produzidos desde 2003.
Manchete policial:
“Eu não vou falar nada, porque tudo que eu falo vira manchete”.
José Dirceu
, ainda em liberdade, de saída do Palácio do Planalto nesta quarta-feira, fingindo que nem desconfia de que, se falar tudo o que fez ou sabe, vira não só manchete como também caso de polícia, réu e presidiário.
Lulês em dilmês:
“Eu acredito no Brasil, acho que esse é o nosso momento e essa vai ser, sem dúvida nenhuma, a nossa década. Olharei para todos sem nenhuma distinção em relação à procedência política, visão de mundo, crença religiosa e time de futebol”.
Dilma Rousseff
, em sua quinta manifestação pública como presidente eleita, recitando em dilmês vulgar frases pinçadas da discurseira do chefe.

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