sábado, 11 de dezembro de 2010

Um homem que não teme o ridículo...

Marco Aurélio Garcia: eis um homem corajoso. Ele jamais teme o ridículo!
Pense o pior de um petista. Você pode se adiantar um tantinho aos fatos; pode, por ignorar isso ou aquilo, estar um pouco atrasado, mas uma coisa é certa: jamais estará errado. Nesta sexta, ao tratar do caso da iraniana Sakineh Ashtiani, afirmei que Celso Amorim deve ter ficado um tanto decepcionado ao saber que a notícia de sua libertação era falsa porque certamente se preparava para considerar o evento mais uma conquista da diplomacia brasileira. Eu costumo me adiantar ao petismo, como sabem. Desta vez,  cheguei um tanto atrasado: ATENÇÂO: MARCO AURÉLIO GARCIA JÁ HAVIA FEITO AQUILO QUE EU DISSE QUE AMORIM FARIA. A ignomínia do Top Top chegou antes de meu pior pensamento a respeito deles. Que gente!
Na quinta,Marco Aurélio aproveitou para faturar: “O presidente Lula  ficou muito, mas muito satisfeito e emocionado”  com a libertação de Sakineh. Indagado se era mais uma conquista do Babalorixá de Banânia, ele tentou fingir modéstia decorosa. Afirmou que aquilo não nem era o mais importante! Mas sem negar jamais a influência de Lula na “libertação”.
Vocês sabem: quando se é Marco Aurélio Garcia, isso quer dizer que a pessoa não tem limites. O episódio relacionado aos 199 mortos do acidente da TAM — quando brindou o Brasil com obscenidades; eu me refiro às obscenidades humana e política — sintetiza bem o caráter deste senhor. Na quinta, não foi diferente. Ele aproveitou a falsa libertação de Sakineh para pensar: “É um ato de justiça. É uma vitória dos direitos humanos em geral e confirma que há formas eficientes de vender os direitos humanos que não precisam ser ruidosas.”
Huuummm!!!
Se a libertação evidenciaria tudo aquilo, a manutenção da prisão prova o contrário: trata-se de uma derrota dos direitos humanos (e é mesmo) e confirma que as formas “não-ruidosas” de “vender” (sic) os direitos humanos não funcionam. Ou seja: a política externa brasileira se mostra, uma vez mais, uma fraude. Marco Aurélio tentava justificar os desatinos do Itamaraty, que chegou a enviar à ONU um documento em que pede a revisão da política de sanções a países que violam os direitos humanos. A conversa, diz o governo Lula, seria muito mais eficiente. A gente vê!
Dilma se disse, “como mulher”, contrária à condenação de Sakineh, chamou o apedrejamento de “prática medieval” e discordou do voto dado pelo Brasil, que se absteve de condenar o Irã por violações aos direitos humanos. Ok, mas isso ainda não quer dizer nada. Vamos ver como o Brasil vai se comportar nas votações da ONU e que mensagem ela passará ao mundo: dará seqüência à prática de Lula de desfilar ao lado de tudo quanto é facínora do planeta?
A perspectiva é boa? Boa não é! Antônio Patriota, que vai assumir o Itamaraty, é da turma de Celso Amorim. E Marco Aurélio, esse que aparece, mais uma vez, desempenhando um papel grotesco, foi confirmado como assessor especial para a política externa.
*Por Reinaldo Azevedo

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