quarta-feira, 14 de maio de 2014

O estrago causado por Lula.

*Por Rodrigo Constantino 
Em artigo publicado no GLOBO, Carlos Alberto Di Franco argumenta que a postura do ex-presidente Lula causa grande estrago em nossa democracia. Em tempos em que o “Volta, Lula” conquista até empresários, cansados, com razão, da incompetência e arrogância da presidente Dilma, é bom lembrar do que Lula representa em termos de imoralidade, pois creio que seu impacto negativo seja ainda maior a longo prazo. Di Franco escreve: 

Irrita-se Lula porque a imprensa não se cala diante do seu exibicionismo de contradições e desfaçatez. Em recente entrevista à TV portuguesa, chegou ao ponto de interromper a entrevistadora que queria saber o grau de suas relações com José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. “Não se trata de gente de minha confiança”. Fantástico! 
As denúncias da imprensa sobre os desmandos na Petrobras, consistentes e sólidas como uma rocha, não provocam no ex-presidente a autocrítica que se espera de um estadista. Ao contrário. Sua ordem é “ir para cima” de quem represente um risco para o projeto de perpetuação do PT no poder. 
Incomoda-se Lula porque os jornais desnudam suas aparentes contradições que, no fundo, são o resultado lógico da praxis marxista: o fim justifica os meios. O compromisso com a verdade é absolutamente desimportante. O que importa é o poder. Em agosto de 2006, quando o escândalo do mensalão estourou, Lula falava: “Quero dizer, com franqueza, que me sinto traído. Não tenho vergonha de dizer ao povo brasileiro que nós temos que pedir desculpas”. Agora, na alucinante entrevista à TV portuguesa, Lula afirma rigorosamente o contrário: “O mensalão teve praticamente 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica”. É um ex-presidente da República, responsável pela nomeação de oito dos 11 integrantes do Supremo Tribunal Federal, acusando a Corte de cumplicidade na “maior armação já feita contra o governo”. 
O ataque à imprensa e o autoritarismo petista têm em Lula sua maior expressão. Essa “progressiva estratégia de estrangulamento das liberdades públicas”, segundo Di Franco, tem profunda ligação com o jeito imoral de ser do ex-presidente Lula. 
A personalidade de Lula foi também o tema da coluna deste domingo de Ferreira Gullar na Folha. Para o poeta, é impressionante a “facilidade com que ignora toda e qualquer norma, seja ética, política, jurídica ou administrativa”. Para Lula, “tudo é permitido, desde que favoreça seus propósitos”. Gullar reconhece que Lula não é o único político a agir assim, mas é insuperável neste quesito. 
Ferreira Gullar vai adiante: para Lula não há distinção entre aliados e adversários. O “chefe da trupe” não se acanha na hora de mandar seus subalternos pagarem o preço pelo “mensalão”, ou até de dizer que não tem ninguém ali de sua confiança. Por outro lado, pode abraçar Maluf como se fossem velhos companheiros, se isso for de seu interesse. 
Lula chegou até a tentar fazer chantagem com um ministro do STF, e depois que o resultado do julgamento lhe foi desfavorável, partiu para a desmoralização da instituição. Mas, como indaga Gullar, o que esperar de alguém que já disse abertamente que o político não deve dizer o que pensa, e sim o que o eleitor quer ouvir, ou seja, deve mentir e enganar o leitor sem mais nem menos? 
O poeta se mostra preocupado com as consequências dessa postura de Lula no Brasil de hoje e amanhã. E tem toda razão ao se preocupar. Nunca antes na história deste país houve um líder político com tanta influência e, ao mesmo tempo, tão imoral, disposto a tudo pelo poder. É uma combinação assustadora. E ainda tem empresário que endossa sua volta por aí…

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