Não seria a primeira vez que Putin fala alguma coisa e faz outra
Putin recua, mas a crise na Ucrânia está longe do fim. Você confiaria no vizinho que começou um incêndio ao lado simplesmente porque ele, de repente, te oferece um balde d'água?
Uma característica marcante da diplomacia do presidente da Rússia, Vladimir Putin, é manter todos na incerteza. Ele usa o fator surpresa para ampliar suas ameaças, esconder suas fraquezas e tirar vantagem. Esses foram os efeitos de suas palavras no dia 7 de maio, uma das poucas ocasiões públicas em que ele falou formalmente sobre a crise na Ucrânia.
Putin mudou o tom. Exortou os separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia a adiarem um referendo sobre a independência planejado para este fim de semana. Ele também disse que vê a eleição presidencial da Ucrânia, marcada para o dia 25 de maio, como “um passo na direção certa”, contradizendo seu próprio ministro das Relações Exteriores, que descreveu as eleições repetidamente como um absurdo. E ele anunciou que havia ordenado as tropas russas a recuarem da fronteira ucraniana.
Alguns interpretaram a fala de Putin como um ponto de virada em uma crise que já se transformou em uma guerra de baixa intensidade. Mas, a maioria dos especialistas familiarizados com o presidente Putin interpretou suas palavras com uma boa dose de ceticismo. Durante toda a crise na Ucrânia a Rússia tem dito uma coisa e feito outra. Por isso o Ocidente deve manter a sua pressão sobre a Rússia e seu apoio à Ucrânia. Afinal, você confiaria em um homem que começou um incêndio simplesmente porque, de repente, ele te oferece um balde d’água?
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