segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Os idiotas da objetividade

Não existe uma "classe politica". O Brasil é uma democracia e os politicos estão lá porque o povo os elegeu. Não pertencem a uma classe especial, são o reflexo do imaginario, da vontade e da (ou da falta de) inteligencia do proprio povo.
Na verdade, o que Cristovam Buarque quer é copiar a Declaração de Independencia dos Estados Unidos, que fala no direito à "pursuit of Happiness". Um socialista copiando um texto classico do liberalismo... Como diz o filosofo chileno Juan Antonio Widow, o liberalismo é não apenas a primeira ideologia na ordem da gestação, como também a ultima na ordem da consumação: toda ideologia dele nasce e a ele volta (cf. El hombre, animal político. Buenos Aires, 2007. p. 410).
Na verdade, a providencia do senador pedetista é inutil. Aristoteles, há mais de dois milenios, já dizia que a razão de ser da sociedade politica, e do poder que a governa, é o bem comum que, por sua vez, significa proporcionar a todos condições de vida feliz. Se é para isto que o Estado existe, se isto não é acidental, mas algo ínsito na natureza mesma do Estado, não é necessario ser declarado. Declarar o obvio na Constituição é cometer um pleonasmo juridico.
O problema é que o liberalismo, ideologia relativista e subjetivista, não tem um conceito objetivo de felicidade. O liberalismo garante a todos o direito à busca da felicidade, mas não garante que ela exista. Cada um tem a sua felicidade e ninguém está autorizado a impor o seu conceito de felicidade a ninguém. Não faz sentido, para o liberalismo, perguntar qual seria a felicidade propria da natureza humana. E hoje o liberalismo está tão arraigado no senso comum que alguém dizendo que existe um conceito objetivo de uma felicidade propria da natureza humana provoca mais sorrisos que a proposta do senador.
Mas, se alguém se interessar, há uma explanação sobre o tema aqui:
http://www.cristianismo.org.br/efp2-00.htm

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