Por Toinha da Passira:
Segundo o Blog Radar on-line de Lauro Jardim, por causa de recursos variados impetrados pelos advogados dos réus, o processo do mensalão ainda está na fase das diligências finais. Em sua maioria, tais recursos se enquadram nas chamadas chicanas jurídicas (jeitinhos encontrados por advogados de acusados, que travam o andamento do processo).
Segundo analistas, na melhor das hipóteses, “as diligências deverão ir até abril. O que faz com que o processo só deva ser julgado pelo Supremo no início de 2012, “por mais que o ministro Joaquim Barbosa, relator do escândalo-símbolo do governo anterior, não vá admitir o fato publicamente e se esforce para isso não ocorrer”. O pior, é que em agosto começam a prescrever alguns crimes, “um deles, o de formação de quadrilha”. Ou seja, esses crimes deixarão ser definitivamente apreciados no atual processo, porque o estado brasileiro perdeu o prazo de punir devido ao tempo exagerado que durou o processo.
Nisso é que anda confiado, o chefe da sofisticada quadrilha do mensalão, José Dirceu, desde já, pronto em transformar, essa prescrição em inocência e se ungir da imagem do mais correto dos homens.
Na verdade, o Supremo, mais uma vez, evidenciará sua incapacidade de punir os bandoleiros parlamentares do nosso Congresso Nacional.
Os Ministros do Supremo, quase todos oriundos de especialização em Direito Civil, enredam-se no próprio formalismo e nas leis marotas redigidas pelos próprios réus, os deputados e senadores, e nunca conseguiram punir criminalmente um parlamentar, embora centenas deles sejam alvos de processos, e em sua maioria, como evidentes culpados. Assim a suprema corte do país contribui para a impunidade sistemática de numerosos marginais, travestidos de parlamentares.
Imaginemos o mal que essa bancada de delinqüentes faz ao país, elaborando leis que beneficiam os comparsas, favorecendo-se do cargo para ajudar organizações criminosas. O Brasil tornou-se, pois, o paraíso dos grandes meliantes: numa curiosa inversão de valores, quem rouba uma galinha acaba num presídio de segurança máxima, mas quem assalta um banco pode ser presidente da república.
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