Em 30 de setembro de 2011, a Comissão de Anistia reuniu-se (51ª Caravana da Anistia, em Recife) para premiar. É uma espécie de distribuição do “Oscar da Subversão”, só que além do reconhecimento do heroísmo dos indicados e seu reparo moral, distribui indenizações polpudas e “pro – labores” mensais sem qualquer imposto.
A magnânima Comissão é soberana e indigesta, pois investida de uma benemerência sem paralelos, já distribuiu cerca de 4 bilhões de reais.
O povo, esta entidade fantasmagórica, nem percebe e, portanto, nem reclama, apesar dos bônus saírem dos pesados impostos que paga.
Na verdade, os resultados das salomônicas decisões, por estapafúrdias e amiudadas, nem merecem grandes manchetes nos jornais. Não sabemos se por precaução da Comissão, visto que alguns casos são tão escabrosos, que podem causar constrangimentos, os laureis são silenciosos, como recomenda a lei da surdina.
Os indignados reverberam contra, escrevem, denunciam, mas qual, são meros coaxares num imenso lago de absurdos.
Entre os premiados na última leva, um se destaca, o Juiz trabalhista Theodomiro Romeiro dos Santos, que juntou o ilustre à galeria dos aquinhoados com os pródigos reparos financeiros com os quais a Comissão abençoa, pelos seus relevantes feitos, os vitimados pela repressão.
Não temos o relatório conclusivo lavrado pela impoluta Comissão, mas podemos, pelos resultados da imparcial decisão daquele instrumento de justiça a serviço da bandalha, imaginar algo como:
“Considerando - se que o inocente cidadão Theodomiro demonstrou ser um valente defensor de suas causas, não titubeando em pegar em armas para enfatizar suas crenças ideológicas, tornando - se um exemplo para os demais comparsas, ele é merecedor de todo o nosso apreço”.
“Suas qualidades de homem de ação ficaram patentes em inúmeras operações realizadas, sobremodo quando, injustamente, foi preso e, com destreza, furtando a arma de seus algozes, disparou contra um deles, mortalmente. Testemunhas afirmam que o tiro não foi pelas costas como alegam alguns mentirosos. Comprovou-se que a vitima, demonstrando surpreendente rapidez, fruto do intenso treinamento sofrido nos órgãos de repressão, ao vislumbrar o estampido, agilmente virou-se de costas, para que o tiro o atingisse por trás, tentando demonstrar que o disparo fora efetuado quando estava de costas para o Theodomiro”.
“A tentativa de desqualificar a corajosa performance de Theodomiro não logrou êxito. Foi fundamental para a sua glorificação, o fato de após atingir pelas costas, o que já vimos não foi verdade, o Sargento da Aeronáutica Walder Xavier de Lima, o vivo premiado ainda efetuou dois disparos que feriram o agente da Polícia Federal Amilton Nonato Borges.”
“Como sempre, alguns desclassificados alegam que se o objetivo dos órgãos de segurança fosse o de matar os terroristas, Theodomiro poderia ter sido morto, no fragor da batalha, pelo agente que o rendeu.”
“Mas, para a glória e o enriquecimento de seu currículo, Theodomiro foi apenas preso e condenado à morte, pena comutada para prisão perpétua e, posteriormente, reduzida para oito anos de prisão, quando conseguiu fugir da penitenciária da Bahia. Depois de passar alguns anos em Paris, regressou ao Brasil em setembro de 1985. Recebido como herói, declarou que iria filiar-se ao PT e que não se arrependia do ato que havia praticado”.
“Esta Comissão, por dever de justiça, cumprindo a sua valorosa missão, houve por bem, para a glória da causa e justo reconhecimento ao seu proeminente assecla, o Juiz Theodomiro Romeiro dos Santos, premiá-lo com uma merecida indenização e uma pensão vitalícia”.
“Enfim, para o nosso orgulho e imensa satisfação, mais um ato de justiça foi lavrado por esta imparcial Comissão, que não é mais verdadeira por falta de espaço. Por isso, por necessidade de mais espaço, e para atravancar mais profundamente, é que será criada a Comissão da Verdade”.
“E quem quiser, e não estiver satisfeito, que vá reclamar ao bispo, ao Papa, ao Obama, ao...”.
Assinado...
É, meus senhores, assim caminha a humanidade e o petismo - lulismo.
Brasília, DF, 09 de outubro de 2011.
*Texto por Valmir Fonseca Azevedo Pereira
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