domingo, 16 de outubro de 2011

EUA pedem maior isolamento ao Irã após suposto complô

Ahmadinejad, seria um novo Bin Laden?
Os Estados Unidos impuseram sanções contra membros da Guarda Revolucionária do Irã e pediram que a comunidade internacional imponha um isolamento internacional ainda maior ao país.
A pressão americana se deu após autoridades americanas terem acusado dois iranianos de estarem por trás de um complô para assassinar o embaixador saudita em Washington, Adel al-Jubeir, por meio de um atentado à bomba.
O procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, afirmou que que a trama foi ''concebida, patrocinada e conduzida pelo Irã''. O governo iraniano nega as acusações dizendo que elas são uma fabricação e uma propaganda com vistas a provocar um conflito armado entre os dois países.
Na terça-feira à noite, o Departamento de Estado americano divulgou um alerta de viagem mundial para cidadãos americanos sobre supostas ameaças que ele enfrentariam ao embarcar em voos domésticos ou internacionais.
A advertência se deu após a divulgação do suposto complô para assassinar o embaixador saudita.
DENÚNCIA
Ao fazer o anúncio, na terça-feira, sobre o possível plano iraniano, Eric Holder afirmou que "a denúncia criminal revelada hoje (terça-feira) expõe um plano mortal dirigido por facções do governo iraniano para assassinar um embaixador estrangeiro em solo americano com explosivos".
Dois iranianos, Gholam Shakuri e Manssor Arbabsiar, foram indiciados por sua suposta participação no plano e devem responder a diversas acusações, entre elas a de conspiração para assassinar um oficial estrangeiro, para usar uma arma de destruição em massa e para cometer atos de terrorismo internacional.
Segundo Holder, o plano foi "concebido, patrocinado e conduzida pelo Irã" e constitui uma flagrante violação das leis americanas e internacionais, "incluindo a convenção que explicitamente protege diplomatas".
Logo após as declarações de Holder, um porta-voz do governo iraniano negou as acusações e disse que são "pré-fabricadas" para desviar a atenção do público dos problemas domésticos dos Estados Unidos.
ACUSADOS
Um dos acusados, Shakuri, é membro da Força Quds, a unidade de elite responsável pelas operações internacionais da Guarda Revolucionária do Irã, e permanece foragido.
Os Estados Unidos consideram a Força Quds suspeita de patrocinar ataques contra as forças da coalizão internacional no Iraque e de apoiar o Talebã e outras organizações consideradas terroristas pelo governo americano.
Ou outro acusado, Arbabsiar, tem dupla cidadania iraniana e americana e foi preso em 29 de setembro, no aeroporto internacional John F. Kennedy, em Nova York.
De acordo com informações do Departamento de Justiça, Arbabsiar teria confessado sua participação no plano. Caso condenado, pode ser sentenciado à prisão perpétua.
O diretor do FBI, Robert Mueller, disse que "muitas vidas" poderiam ter sido perdidas caso o plano não fosse descoberto a tempo.
Pouco após o anúncio, o Departamento do Tesouro anunciou sanções contra os dois acusados e outros três iranianos, membros do alto escalão da força Quds e também suspeitos de participação no plano.
Eles terão seus bens nos Estados Unidos congelados e serão proibidos de manter negócios com cidadãos americanos.
INVESTIGAÇÕES
As investigações que levaram à descoberta do plano se estenderam durante vários meses.
Segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Tommy Vietor, o presidente americano, Barack Obama, foi informado sobre a trama ainda em junho e ordenou total apoio às investigações.
Em maio, Arbabsiar teria se encontrado, no México, com um informante da agência antidrogas dos EUA que se passava por membro de um cartel de narcotraficantes.
O Departamento de Justiça diz que o encontro foi o primeiro de muitos e que "elementos do governo iraniano" pretendiam pagar US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 2,6 milhões) ao informante para que assassinasse o embaixador saudita.
Segundo o governo americano, as autoridades do México tiveram um papel importante nas investigações.
*Folha.com

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