quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A ameaça do ditador.

HUGO CHÁVEZ GARANTE QUE HAVERÁ GUERRA CIVIL CASO NÃO SEJA REELEITO 
O Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tem estado de muito mau humor ultimamente, provavelmente ao sentir que suas possibilidades de ser novamente reeleito parecem minguar inexoravelmente. Então o irado caudilho resolveu engrossar de vez e adotou uma linguagem mais violenta para meter medo no povo e parece disposto a ser eleito na marra, mostrando que falta pouco para eliminar os últimos resquícios de democracia no seu país. A tática do medo substitui a fracassada tática de despertar simpatia e até piedade por parte do eleitor em função de sua doença. Sua campanha, cujo lema é “coração venezuelano”, deixou de vender a imagem petista de “Chávez paz e amor” e, em discursos de uma ira mal contida, ameaça agora o eleitor venezuelano com uma guerra civil que ele tem como certa caso perca as eleições de 7 de outubro próximo para seu concorrente Henrique Capriles. 
Os venezuelanos estão embasbacados com tamanha irresponsabilidade por parte de um presidente que diz uma coisa de tal teor que vai contra todos aqueles que acreditam ainda que vivem numa democracia. Imagine o eleitor votando com um revólver apontado para a sua cabeça pela mão de um homem que lhe diz: “vote como achar que deve, mas se não votar no presidente, poderá nunca mais votar”... Modus in rebus, a situação é equivalente.
Muitos devem estar perguntando: “Mas, o que é isso? Como um presidente que é o comandante em chefe das forças armadas do país e de outras milícias que mal intencionadamente organizou, vem a público “garantir” que haverá guerra civil se ele não for eleito?” “Como poderá haver ‘eleições livres e limpas’ no país sob tamanha ameaça?”
O absurdo de tal declaração faz supor tratar-se de um gesto demente gerado pelo desespero, não apenas da doença que o consome, mas das inúmeras pesquisas de intenção de voto que mostram Capriles com uma vantagem que provavelmente se ampliará até a eleição, a não ser que a ‘tática do medo’ – terrorismo de governo – dê certo. Um juiz da Corte Suprema de Justiça chegou a dizer que talvez seja necessário manter o presidente numa ‘camisa de força’ e internado em uma instituição psiquiátrica.
Num momento de “semancol”, o tiranete chegou a dizer pela TV, que havia sido “mal interpretado” pela mídia, que é o seu saco de pancada predileto e desculpa para toda a sua incompetência e descaminho governamental. Mas o mundo inteiro está exibindo as imagens do aprendiz de ditador brandindo a ‘guerra civil’ como ameaça para intimidar o eleitor.
A maneira rude e debochada com que Chávez trata o seu concorrente ao Palácio Miraflores vem criando um crescente mal estar entre os venezuelanos, o que contrasta com a campanha “coração venezuelano” que, no início, tentava mostrar o tenente coronel como uma pessoa amorosa, cristã, e preocupada com o bem estar do povo. Como isso sempre soou cínico e oportunista, o eleitor venezuelano parece não quere engolir essa pílula dourada no populismo e na demagogia. O eleitor da Venezuela está cansado das lorotas de Chávez e o país está em queda livre tanto política como economicamente. Embora a curriola de Chávez já tenha gasto milhões na campanha, de nada adiantou porque Capriles aparece à frente em diversas enquetes.
Então o jeito foi tirar a mascara de “bom moço” e partir para ignorância (sua especialidade) e apelar para a ameaça e o medo para tentar ganhar a eleição “na marra”. Um ex-deputado disse que, “para Chávez, o medo é um instrumento que ele usa em benefício próprio e, em face da possibilidade real de seu adversário vencer a eleição, a Venezuela agora teme um golpe continuísta caso Capriles seja o eleito”. E conclui: “dessa maneira, as pessoas terão que arranjar coragem cívica para ir votar e coragem de expor a vida para defender o resultado da eleição”. É esse o medo que Chávez quer incutir nas pessoas, no seu povo empobrecido pelo “socialismo do século XXI” e que tem uma tradição especificamente pacifista.
Tais ameaças são particularmente preocupantes pelo enorme poder o mandatário acumula em suas mãos, que não apenas é o chefe do poder militar, como também tem um controle quase absoluto sobre o Legislativo e o Judiciário do país. Sem falar no controle que exerce sobre as milícias paramilitares que ele mesmo organizou, compostas de milhares de civis armados até os dentes que o obedecem diretamente e não aos generais e almirantes das forças armadas regulares do país.
 *Por FRANCISCO VIANNA, por e-mail, via Grupo Resistência Democrática (Com informações da mídia internacional)

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