quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Venezuela e seu "negócio da China"




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Outdoor anuncia entrada de estatal chinesa em projeto ferroviário em Los Caminos, Venezuela (Reprodução/Bloomberg)

NEGÓCIO DA CHINA
Empréstimos chineses financiam reeleição de Chávez
Além de proteger as grandes entregas de petróleo, a maior parte do dinheiro emprestado é devolvido sob a forma de contratos para estatais chinesas na Venezuela

A venezuelana Edelmina Flores agradece a Deus e ao presidente Hugo Chávez por seu apartamento em um novo complexo habitacional no país. Ela também poderia agradecer ao governo chinês.
Desde 2007, o Banco de Desenvolvimento da China emprestou para a Venezuela 42,5 bilhões de dólares para garantir acesso a suas abastadas reservas de petróleo, de acordo com dados compilados pela Bloomberg a partir de anúncios feitos pelo governo Chávez. Isso é cerca de 23% de todos os empréstimos no exterior por parte do credor estatal chinês e bem mais do que os 29 bilhões de dólares que os EUA gastaram na reconstrução do Iraque entre 2003 e 2006. Pelo menos US$ 12 bilhões foram prometidos nos últimos 15 meses, quando a produção de petróleo mundial estagnou e custos de exportação dos mercados emergentes aumentaram.
Os empréstimos estão alimentando um aumento dos gastos do governo Chávez. Além de casas para os pobres, Chávez tem investido em outras ações “socialistas”, tudo para conquistar votos no próximo dia 7 de outubro, em sua batalha mais difícil nas urnas até agora.
Os empréstimos também dão influência chinesa sobre Chávez, que fala regularmente de recuperar a soberania da Venezuela, depois de décadas de subjugação para o “império” dos EUA. Além de proteger as grandes entregas de petróleo para a China, a maior parte do dinheiro emprestado é devolvido sob a forma de contratos para estatais chinesas, que têm sua expansão global financiada também pelo Banco de Desenvolvimento da China, com sede em Pequim, o maior investidor do mundo.
Entre os beneficiários estão a Corporação Petroquímica da China, a maior petrolífera do país, e a produtora de gás, a Corporação Nacional de Petróleo da China.  Ambas ganharam participações na indústria de petróleo da Venezuela depois que a Exxon Mobil Corp (XOM) e ConocoPhillips (COP) abandonaram o país sob a ameaça de nacionalização.

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