Após ter pedido negado, jornal obtém direito de ler autos de prisão da petista
Só relator votou contra liberação de consulta; advogada da Folha diz que resultado é vitória "de toda a sociedade"
A Justiça Militar liberou ontem acesso da Folha aos autos do processo que levou a presidente eleita, Dilma Rousseff, (PT) à prisão, durante a ditadura (1964-85).
SUSPENSÃO
O julgamento da ação da Folha havia sido suspenso por duas vezes -a última delas depois de um pedido da AGU (Advocacia-Geral da União) para se manifestar no processo.
Ontem, na retomada da sessão, o órgão argumentou que Dilma e todos os demais réus no processo, mais de 70, deveriam ser ouvidos antes da liberação da papelada.
Os ministros do tribunal, contudo, também rejeitaram esse pedido da AGU.
A Folha poderá consultar o processo somente após a publicação da ata da sessão, o que deve ocorrer na próxima semana.
O vice-presidente do STM, William de Oliveira Barros, que presidiu a sessão ontem (ele não votou), disse que, "a princípio", somente a Folha terá acesso aos autos, já que "foi ela quem pediu".
Taís Gasparian, advogada do jornal, afirmou que a decisão é "uma vitória não só da Folha, mas de toda a sociedade".
"O STM honrou com sua tradição liberal. É uma vitória um pouco óbvia, já que o processo jamais poderia ficar sob sigilo", disse a advogada.
Arquivado desde 1970, o processo traz informações de Dilma e de outros réus.
Presa no início daquele ano, a presidente eleita foi condenada pela Justiça Militar de três Estados (Rio de Janeiro, Minas e São Paulo) por subversão.
No final de 1972, ela deixou a prisão, onde foi torturada.
Ontem, na retomada da sessão, o órgão argumentou que Dilma e todos os demais réus no processo, mais de 70, deveriam ser ouvidos antes da liberação da papelada.
Os ministros do tribunal, contudo, também rejeitaram esse pedido da AGU.
A Folha poderá consultar o processo somente após a publicação da ata da sessão, o que deve ocorrer na próxima semana.
O vice-presidente do STM, William de Oliveira Barros, que presidiu a sessão ontem (ele não votou), disse que, "a princípio", somente a Folha terá acesso aos autos, já que "foi ela quem pediu".
Taís Gasparian, advogada do jornal, afirmou que a decisão é "uma vitória não só da Folha, mas de toda a sociedade".
"O STM honrou com sua tradição liberal. É uma vitória um pouco óbvia, já que o processo jamais poderia ficar sob sigilo", disse a advogada.
Arquivado desde 1970, o processo traz informações de Dilma e de outros réus.
Presa no início daquele ano, a presidente eleita foi condenada pela Justiça Militar de três Estados (Rio de Janeiro, Minas e São Paulo) por subversão.
No final de 1972, ela deixou a prisão, onde foi torturada.
O jornal havia protocolado no STM (Superior Tribunal Militar) mandado de segurança, em setembro, para ter acesso aos documentos que trazem informações sobre a detenção de Dilma e de outros militantes que atuaram na VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares), uma das organizações da esquerda armada.
O presidente do tribunal, Carlos Alberto Soares, havia trancado em março os documentos num cofre do STM, como revelou a Folha no mês de agosto.Ao negar acesso, o ministro alegou que queria evitar uso político dos documentos durante o processo eleitoral e que os papeis estavam deteriorados pelo tempo.
Ontem, Soares não participou do julgamento.Na sessão, dez ministros do STM votaram pelo acesso do jornal ao processo.
Para eles, trata-se de um "processo histórico", por isso o veto configurava censura e ia contra a liberdade de imprensa.
O relator do mandado de segurança, Marcos Torres, foi o único dos ministros que votou contra o acesso. Segundo Torres, o jornal, ao consultar os documentos, iria invadir a intimidade e a privacidade de Dilma.
A ministra Maria Elizabeth Rocha, que assessorou Dilma na Casa Civil, votou pela publicidade do processo, embora tenha feito a ressalva de que todo e qualquer relato de tortura deveria ser mantido sob sigilo, para se preservar a intimidade dos envolvidos.
Esse argumento também foi rejeitado pelos demais ministros do tribunal militar.
"Não existe liberdade de imprensa pela metade", afirmou o ministro Artur Vidigal de Oliveira.
O ministro Fernando Sérgio Galvão, que já havia se posicionado contra o acesso ao processo de Dilma, ontem mudou de opinião, votando a favor da Folha.A sessão, que durou quase cinco horas, foi considerada "histórica" pelo ministro José Américo dos Santos.
Muito bom este blog, Mario,
ResponderExcluircomo consegue manter tantos sites com matérias diárias e pertinentes? Parabéns! Tem mais um seguidor. Se achar alguma das charges do blog do Fusca adequada, é só buscar e replicar.