Dilma tem duas alternativas, não três: ou se livra dos bandidos ou os mantém sócios do poder; a sociedade apóia a decência
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Sim, está nas mãos de Dilma enfrentar os chantagistas ou se submeter a eles, sempre sabendo que eles têm poder de retaliação. Nota-se, infelizmente, que diante do que se poderia chamar “núcleo duro do PMDB” — e não apenas os peixes menos graúdos do Ministério do Turismo —, o Planalto parece mais do que hesitante. Governos que se livram de malfeitores tendem a receber o apoio da população, não o contrário. Ninguém pede que a presidente se deixe levar por arroubos cesaristas, atropelando leis. Ao contrário: o que se espera dela é que as cumpra.
O que se tem no Ministério da Agricultura é algo mais do que o desvio ético desse ou daquele. Há lá implantado um método. Quanto mais se procura, mais se acha; “a cada enxadada, uma minhoca”, como no velho adágio que não deve ter sido parido em Dois Córregos, mas que era muito empregado pelo meu avô para designar aquelas situações em que basta procurar, e sem muito esforço, para achar. Meta a enxada no chão, e os vermes vêm a luz, mal acostumados com a claridade. Se expostos ao sol, secam.
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Sim, está nas mãos de Dilma enfrentar os chantagistas ou se submeter a eles, sempre sabendo que eles têm poder de retaliação. Nota-se, infelizmente, que diante do que se poderia chamar “núcleo duro do PMDB” — e não apenas os peixes menos graúdos do Ministério do Turismo —, o Planalto parece mais do que hesitante. Governos que se livram de malfeitores tendem a receber o apoio da população, não o contrário. Ninguém pede que a presidente se deixe levar por arroubos cesaristas, atropelando leis. Ao contrário: o que se espera dela é que as cumpra.
O que se tem no Ministério da Agricultura é algo mais do que o desvio ético desse ou daquele. Há lá implantado um método. Quanto mais se procura, mais se acha; “a cada enxadada, uma minhoca”, como no velho adágio que não deve ter sido parido em Dois Córregos, mas que era muito empregado pelo meu avô para designar aquelas situações em que basta procurar, e sem muito esforço, para achar. Meta a enxada no chão, e os vermes vêm a luz, mal acostumados com a claridade. Se expostos ao sol, secam.
Trata-se, em suma, de decidir se o PMDB merece o mesmo e justo tratamento que foi dispensado ao PR no caso do Ministério dos Transportes. Na “Carta ao Leitor”, VEJA escreve, e é necessário fazê-lo, uma obviedade moral: Dilma se livre das pessoas que infelicitam o governo e o utilizam em benefício pessoal ou de seu grupo e terá o apoio da sociedade. A alternativa é optar pela acomodação, hipótese em que a bandidagem a tornará refém de seus métodos para que possa continuar a assaltar os cofres públicos.
Sim, Dilma se elegeu nesse ambiente e com essas mesmas pessoas. Não ignoro tal fato, e isso torna a tarefa moralizadora complicada, arriscada mesmo. Tratarei desse assunto de madrugada. De todo modo, esse risco não oferece a Dilma uma terceira alternativa. Ela continua com duas apenas: ou afasta do governo os que infelicitam o Brasil e os brasileiros ou continua atrelada a eles, sendo sua cúmplice, escolhendo o seu lugar na história.
*Reinaldo Azevedo
Maravilhoso seria se o povo e o desenvolvimento do país fossem a prioridade desses que elegemos... Se a políticagem em prol do enrriquecimento terminasse e bandido deixasse de ter direitos... esse país de tanto potencial seria muito melhor...
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