Ilustração via site do Orlandeli
Beneficiada com repasse de R$ 2,5 milhões do Ministério do Turismo, a Conectur apresenta em seus registros o endereço de uma igreja.
Chama-se Assembleia de Deus Casa de Oração Betel. O pastor Wladimir Furtado mora no andar de cima do tempo e é dono da Conectur.
Deve-se a revelação ao repórter Leandro Cólon, que visitou o local, em Macapá. Wladimir, o pastor-empresário, foi preso pela PF na terça (9).
Junto com ele, foram em cana um sobrinho e uma cunhada –moradores da periferia da capital amapaense que Wladimir convertera em laranjas na diretoria da Conectur.
Assim como todos os outros 33 detidos na Operação Voucher, a tróica da Conectur já foi posta em liberdade. Antes, prestaram depoimento.
Wladimir definiu-se na inquirição policial como “turismólogo”. Os R$ 2,5 milhões que beliscou num convênio com a pasta do Turismo deveriam custear um estudo.
A coisa se destinava a pesquisar a “logística no turismo no Estado do Amapá.” Encomenda jamais realizada. Liberada pelo ministério, a verba evaporou.
Ao depor, o sobrinho e a cunhada de Wladimir arrastaram para a encrenca a deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), autora da emenda que acomodou a verba malversada no Orçamento.
A dupla disse ter ouvido do pastor da Conectur que o dinheiro foi repassado para Fátima. Wladimir e a deputada negaram.
Afora os R$ 2,5 milhões que fez sumir sozinho, o pastor Wladimir e sua Conectur foram subcontratados pelo Ibrasi, outra entidade de fancaria que obteve R$ 4,45 milhões.
Nesse caso, a verba do Turismo, levada ao Orçamento de novo graças a uma emenda da deputada Fátima, destinava-se à realização de cursos.
A exemplo da pesquisa da Conectur, os curso do Ibrasi jamais saíram do papel. Na estimativa da PF, viraram pó algo como R$ 3 milhões.
Deus, como se sabe, é brasileiro. Mas a descoberta de uma igreja evangélica no centro da mutreta evidencia que ele terceirizou os negócios do Turismo ao demônio.
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