sábado, 6 de agosto de 2011

O STF

Por Waldo Luís Viana:
         Sou daqueles abonados que têm televisão a cabo. Assim, posso dispor de inúmeros canais, a ponto de poder me separar da Hebe Camargo, do Faustão, do Datena e do Sílvio Santos.
         No entanto, como gosto de rir, zapeando, dou-me o prazer de sintonizar a TV JUSTIÇA, assistindo aos julgamentos do tribunal supremo do meu país.
         Rio, às escâncaras, vendo os doutos magistrados, togados, vestidos de “Batman” (royalties ao meu querido José Simão) a utilizarem o procênio, vertendo um português castiço, a citar, segundo, conforme e de acordo com inúmeros juristas, tentando, de maneira ridícula, justificar o gordo salário que ganham.
         Como é triste ganhar 30 mil e julgar causas de 180 mil dólares! Como é sofrido não ganhar, no pleno, nenhuma propina...
         Acho a maior graça ver um negrinho togado, com dor na coluna, sem sentar na cadeira de juiz por medo do Zé Dirceu, que é empregado do Carlos Slim...
         E um ínclito juiz, mórbida figura de latifundiário, que liberou o Abdel Massis para ir embora pro Líbano, depois de cometer 56 estupros em sua clínica em São Paulo...
         Quantas figuras maravilhosas no STF. A corte suprema do meu país!       
Lembro-me de uma estória de um diretor da Coca Cola, que tinha uma pendência na Inglaterra e pediu uma audiência a um juiz da corte suprema. O cara morava num castelo e o mordomo direcionou o executivo a uma mesa. Um ficou de um lado e o juiz apareceu e ficou no outro lado, a dezesseis metros. Começada a audiência, o juiz perguntou: o que o senhor quer comigo. O diretor da Coca-Cola olhou os quadros da sala, e com as mãos tremendo lhe disse: doutor, desculpe, eu nada tenho a lhe pedir...
         Lembrei-me dessa estória para comparar a Inglaterra à corte suprema de meu país.
         Perdoem-me a licença, mas são seres subalternos, figuras pequenas nomeadas pelo PT. Aliás, tudo nesse país é pequeno como o PT.
         O Lula foi torneiro mecânico e em oito anos achou que todos no Brasil teriam de ser iguais a torneiros mecânicos. À sua imagem e semelhança. Igual a Deus, no Gênesis.
         Nosso STF causa-me frouxos de riso. Tenho uns amigos que se perguntam se esses juízes togados vão julgar o mensalão do PT. Digo a esses amigos que não creio nesses senhores. Eles são pândegos, fâmulos, citadores de pareceiristas, dão-me vergonha, tem um até metido a poeta, que conseguiu a proeza de desconhecer o artigo 226 da Constituição. O que foi escrito não vale. Tem interpretação. Ele é juiz, mas prefiro os bicheiros, que sentenciam: vale o escrito...
         Pobre do meu país que tem esse STF. Nossa suprema corte (em minúsculas) é igual ao meu país. É pândego...
         Não seria melhor trocar de canal e ver o Datena, o Sílvio Santos, o Faustão e a Hebe Camargo?
*Waldo Luís Viana é escritor, economista, poeta e ganha muito menos do que os autores citados...

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