Foto:Marcelo Camargo/Folhapress
Alfredo Nascimento: "O PR não é lixo para ser varrido da administração"
Alfredo Nascimento: "O PR não é lixo para ser varrido da administração"
O ex-ministro dos Transportes e senador Alfredo Nascimento (PR) ocupou a tribuna do Senado, nesta terça-feira, para, durante quarenta minutos, falar sobre o esquema de corrupção na pasta, revelado por VEJA - que culminou na sua queda e numa verdadeira "faxina" ordenada pela presidente Dilma Rousseff.
O senador negou irregularidades em sua gestão e disse que trabalhou com lisura e clareza. “Venho aqui com consciência tranquila", afirmou.
Nascimento afirmou que deixou o governo porque não recebeu o apoio que esperava da presidente. “Em momento algum pedi ou determinei ação de que pudesse me arrepender ou me envergonhar e somente agora fui submetido a um julgamento sem provas e de forma tão sumária. Renunciei ao cargo diante dos ataques a mim proferidos e porque não recebi do governo o apoio que me havia sido prometido pela presidente Dilma Rousseff”, declarou.
O ex-ministro disse que recebeu o convite de Dilma para continuar à frente dos Transportes na gestão dela pelo “excelente” relacionamento pessoal e político que tinha com a presidente.
PR - O senador saiu em defesa do PR, partido pivô do escândalo nos Transportes: “Não sou lixo, meu partido não é lixo. Nossos sete senadores não são lixo. O PR não é lixo para ser varrido da administração. Não somos melhores nem piores do que ninguém. Em momento algum recebi pedido ou determinei prática de qualquer ação contra os cofres públicos, nem autorizei uso do meu nome para interesses partidários dento da administração.”
Nascimento admitiu, por outro lado, a influência do deputado Valdemar Costa Neto (PR) na pasta. “De minha parte nunca vedei a presença dele ou de qualquer outro parlamentar que tenha procurado meu gabinete. Meu gabinete nunca se fechou sequer aos representantes de partidos da oposição. Todos os que me procuraram foram atendidos.”
Nascimento admitiu, por outro lado, a influência do deputado Valdemar Costa Neto (PR) na pasta. “De minha parte nunca vedei a presença dele ou de qualquer outro parlamentar que tenha procurado meu gabinete. Meu gabinete nunca se fechou sequer aos representantes de partidos da oposição. Todos os que me procuraram foram atendidos.”
O ex-ministro aproveitou para sair em defesa do filho, Gustavo Morais Pereira, que teve um crescimento de 86.500% do seu patrimônio, totalizando mais de 50 milhões de reais. A revelação foi feita pelo jornal O Globo.
“O meu filho não é ladrão. Vou provar porque tenho toda documentação da Receita Federal, do imposto de renda do meu filho e do balanço patrimonial. Vou buscar correção da injustiça que cometeram com meu filho”.
De acordo com o ex-ministro, seu filho não tem nenhum contrato com o governo federal e construiu seu patrimônio por “esforço próprio” e sem sua ajuda.
Ele disse que colocou à disposição da Polícia Federal o acesso a seus dados bancários e fiscais. “Volto a rechaçar de modo veemente e categórico as suspeitas contra mim. Fui condenado sem apresentação de uma prova sequer. Não sou ladrão.”
Reunião - Nascimento se queixou de não ter sido convidado para a famosa reunião de Dilma no Palácio do Planalto no dia 24 de julho, detalhada por VEJA. No encontro, a presidente reclamou dos preços de obras que estavam acima do preço de mercado. E disse que os dirigentes do setor de Transportes precisavam de uma “babá”.
“Não fui avisado, nem convocado para esse encontro. No dia 24 de julho falei duas vezes com a presidente Dilma por telefone. Na tarde daquele dia meus subordinados me informaram da reunião e vi o conteúdo na revista VEJA. Me pergunto até hoje por que Dilma não me convocou para a reunião. Será que a presidente não queria que eu participasse da conversa?”, disse Nascimento.
De acordo com o senador, antes mesmo da reunião convocada por Dilma, ele já havia levado suas preocupações sobre o descontrole do PAC à ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
“Nesse encontro concordamos com necessidade de revisão do projeto. Dias depois falei com a presidente e disse que começava a trabalhar para o ajuste necessário às obras de sua gestão. Na prática, o cenário que encontrei em janeiro significava que a nossa gestão não tinha recursos para efetuar nenhuma nova ação. Mantido o orçamento, não teríamos o PAC 2.”
*Texto por Luciana Marques, na Veja.com
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