Está um primôr a síntese deste ano “que começou com a posse da primeira mulher presidente do Brasil, transcorreu sob a égide de escândalos de corrupção no Executivo e termina com o Judiciário em chamas” feita pela Dora Kramer hoje no Estado (aqui).
Ela diz tudo com perfeita economia de palavras sem perder, nem precisão, nem contundência, nem bom humor porque o Brasil é o que é mas a vida continua.
Eu só mudaria o final deste trecho: “O (baixo) padrão está impresso até na maneira como se define o modelo da coalizão governamental. A expressão “porteira fechada” se refere à entrega de uma pasta a um partido para fazer dela o que bem quiser, tal como quando se compra um pedaço de terra com direito ao desfrute de tudo, do rebanho ao pomar”.
Rebanhos e pomares remetem à idéia de um trabalho anterior e o caso aqui lembra mais os bons tempos do Brasil Colônia onde colhia-se sem ter plantado, havia um rei que tudo podia com o poder de distribuir pedaços do país a barões (ministeriais) e condes (do BNDES) com direitos hereditários para explorá-los em benefício da metrópole brasiliense que, como a Lisboa dos tempos do ouro “das geraes”, tem a maior renda per capita do Brasil embora não produza senão escândalos.
Não é só em Cuba e na Coreia do Norte, afinal, que a “revolução proletária”, quem diria, acabou numa nova dinastia medieval. Este é o padrão.
*Blog O vespeiro
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