Cuba promove novas reformas no setor varejista
Por Marc Frank
HAVANA (Reuters) - Cuba abrirá ainda mais ao setor privado os serviços varejistas do país no ano que vem, permitindo que os cubanos operem serviços diversos, como conserto de relógios e eletrodomésticos, serralherias e carpintarias, informou a mídia oficial na segunda-feira.
Essas são as medidas mais recentes do presidente Raúl Castro na tentativa de revigorar a economia de estilo soviético de Cuba, reduzindo o papel do Estado e estimulando mais iniciativas privadas.
Uma resolução publicada na gazeta oficial na segunda-feira disse que as novas reformas entrarão em vigor no dia 1o de janeiro.
Mais cedo este ano, o governo cubano transformou cerca de 1,5 mil barbearias e salões de beleza estatais em estabelecimentos privados.
Os antigos funcionários públicos agora pagam uma taxa mensal pela loja, compram suprimentos, pagam impostos e cobram seu preço.
Pouco depois da revolução de 1959 de Fidel Castro, todos os negócios de Cuba foram para as mãos do Estado. Desde que o antigo líder passou o poder a seu irmão em 2008, porém, a medida tem sido criticada abertamente como um erro.
Os cubanos reclamam há muito tempo sobre os desanimadores serviços estatais, incluindo os pequenos serviços varejistas, que segundo eles se deterioraram por causa do roubo de recursos e da escassez de suprimentos suficientes do governo.
Ao longo do último ano, Cuba tem se movimentado para liberalizar as regulamentações sobre a atividade econômica privada. Desde então, dezenas de milhares de cubanos tiraram licenças para "trabalhar por conta", eufemismo usado pelo governo para descrever os pequenos negócios.
Cuba planeja ter entre 35 por cento e 40 por cento da força de trabalho no setor "não-estatal" até 2016, em comparação aos 15 por cento ao final de 2010.
Enfrentando uma estagnação na produção e uma dívida externa cada vez maior, Raúl Castro deixou claro que a economia precisa ser reestruturada para que o sistema socialista instalado por ele e pelo irmão Fidel sobreviva.
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