Segundo Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), país só fica à frente do Paraguai, cuja economia vai recuar 2% em 2012.
Brasil e Argentina lideram cortes nas estimativas de crescimento em relação aos números projetados em junho. Cepal ainda avalia se protecionismo prejudicou o crescimento brasileiro e o argentino.
O crescimento econômico do Brasil ficará em penúltimo lugar entre os países da América Latina e Caribe, com expansão de 1,6%, perdendo apenas para a contração do Paraguai, na casa dos 2%. A previsão foi divulgada nesta terça-feira pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe das Nações Unidas (Cepal).
Segundo a entidade, que divulgou nesta terça-feira seu Estudo Econômico da América Latina e do Caribe 2012, Brasil e Argentina tiveram os maiores cortes nas estimativas de crescimento em relação aos números projetados em junho pela Cepal. No caso brasileiro, a previsão caiu de 2,7% para 1,6%, em linha com o esperado pelo Banco Central em seu Relatório Trimestral de Inflação publicado na semana passada. Já a Argentina teve uma redução de 3,5% para 2%.
Protecionismo – Não por acaso, a piora na percepção da Cepal atinge os dois países que tiveram maior atuação protecionista nos últimos dois anos. No entanto, ainda é cedo para fazer uma relação direta entre medidas protecionistas e menor crescimento econômico na região, segundo o diretor da comissão no Brasil, Carlos Mussi. "Tem sido sempre um desafio histórico, como facilitar esse processo. Nossa integração é muito direcionada aos bens finais, diferentemente do modelo asiático e europeu, onde há integração das cadeias produtivas. O desafio é como avançar nestas políticas", afirmou.
O menor crescimento de Brasil e Argentina pesou nas estimativas para a expansão econômica da América Latina e o Caribe, dado o peso das duas economias na região. A Cepal revisou para 3,2% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos países latino-americanos e caribenhos em 2012. A previsão anterior era de 3,7%. A comissão atribuiu a desaceleração às dificuldades enfrentadas pelos Estados Unidos e pela Europa, além da freada na economia chinesa.
México – A previsão de crescimento para o México, por outro lado, foi mantida em 4,0%. Para o ano que vem, a Cepal projeta crescimento de 4,0% no Brasil, 3,5% na Argentina e 4,0% no México. Para toda a América Latina e Caribe, a previsão é de 4,0%. A Cepal é uma das cinco comissões econômicas regionais das Nações Unidas (ONU).
*Ueslei Marcelino/Reuters com Agência Estado
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